13° SPMAV/1° SIPA - UFPEL - NINA SIMÃO

Seminário de pesquisa do mestrado de Artes Visuais UFPEL
Corporalidades em transição as artes do corpo e o corpo nas artes
Eixo temático : poéticas e processos criativos
TÍTULO
Corpo-território: processos e procedimentos artísticos sobre pertencimento, memória e ancestralidade indígena.
RESUMO
O artigo "Corpo-território: processos e procedimentos artísticos sobre pertencimento, memória e ancestralidade indígena" analisa as interseções entre corpo, território e memória, propondo uma reflexão sobre como práticas artísticas podem expressar e ressignificar identidades e pertencimentos ligados às ancestralidades indígenas. Com base em epistemologias decoloniais, o texto explora o corpo como extensão do território, abordando-o como espaço de resistência, reconfiguração histórica e expressão cultural. Para discutir pertencimento, o artigo dialoga com os conceitos de pertencimento de bell hooks (2022), que destaca a interconexão entre territórios, comunidades e histórias individuais. Nesse contexto, o corpo é compreendido como repositório de experiências que traduzem não apenas vivências pessoais, mas também marcas de processos coloniais e suas resistências. A articulação entre corpo e território é essencial para repensar narrativas contemporâneas sobre identidade e memória. Com o aporte de María Lugones (2014) e seus estudos sobre feminismos decoloniais, o artigo problematiza como as noções de pertencimento são atravessadas por opressões de raça, gênero e colonialidade. A abordagem artística é apresentada como uma prática que desafia as hierarquias impostas pela modernidade/colonialidade, recuperando cosmologias indígenas e saberes ancestrais que foram historicamente marginalizados. Inspirada pela sociologia da imagem de Silvia Rivera Cusicanqui (2015), a pesquisa investiga como imagens e grafismos tradicionais emergem como expressões de territorialidade e memória coletiva, conectando o presente às histórias e cosmologias do passado. É a partir da produção artística da autora, vista como um campo político, onde imagens e performances corporais assumem o papel de reconectar comunidades aos seus territórios, fortalecendo o sentimento de pertencimento e as lutas por autonomia. Por fim, o artigo propõe que os processos artísticos, ao mobilizarem corpo e território como narradores, criam um espaço de reexistência cultural, ativando memórias ancestrais e contestando narrativas coloniais. Essa perspectiva reforça a arte como um lugar de emancipação, enraizamento e transformação social.
Palavras-chave: corpo-território, pertencimento, memória, ancestralidade, feminismos decoloniais.
Bibliografia