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Há 30 anos um paciente ganhava um novo fôlego para viver.
No dia 16 de maio de 1989, o agricultor Vilamir Westerich passou pelo procedimento para receber um novo pulmão, se tornando a primeira pessoa da América Latina a passar por esse tipo de transplante.
Realizado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre pelo médico José Camargo e sua equipe, o momento histórico foi relembrando em uma cerimônia que contou com diversas homenagens.
No final da década de 80, o transplante de pulmão era extremamente difícil. Ao contrário do coração e do rim, por exemplo, é um órgão que permanecia em contato com o ar ambiente, tornando-se vulnerável à infecções. Até então, menos de 50 pessoas haviam passado por esse procedimento em todo o mundo. Os preparativos para o transplante começaram em 1988. Vilamir apresentava incapacidade respiratória progressiva há sete anos e nenhum tratamento havia apresentado resultado. Com isso, passou a aguardar por um doador compatível. Durante a madrugada do dia 16 de maio de 1989, o Dr. Camargo e a equipe levaram quatro horas para transplantar o pulmão esquerdo de Vilamir. Logo após o procedimento, o órgão começou a responder bem e o paciente recebeu alta um mês após o receber o novo órgão.
Vilamir viveu plenamente e sem limitações por 11 anos com o novo pulmão. O pioneirismo tornou a Santa Casa e o dr. Camargo referências no procedimento. Desde então, o cirurgião já realizou mais de 640 transplantes de pulmão. “O procedimento foi algo bem ambicioso, pois até então era algo inédito na América Latina e com muitos insucessos nos anos anteriores em todo o mundo. Nossa equipe se preparou durante 11 anos para que nos considerássemos aptos para realizar o transplante. O sucesso foi o resultado de um grupo multidisciplinar integrado que envolveu cirurgiões, clínicos, intensivistas, radiologistas, imunologistas, anestesistas, bacterologistas e enfermeiros”, relata o dr. José Camargo.