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Vladimir começou a rever o material. E se surpreendeu ao encontrar algumas raridades, como o fatídico show da Legião “que nunca terminou”. Na noite do dia 18 de junho de 1988, no Ginásio Mané Garrincha, em Brasília (DF), Renato Russo deu o show por encerrado após um espectador invadir o palco e dar uma “chave de pescoço” nele.
Após uma apresentação de pouco mais de uma hora, a multidão, revoltada, deu início ao quebra-quebra. O saldo foi de 60 pessoas detidas e outras 385 atendidas no serviço médico. “Muito antes de o show começar, a gente viu que aquilo não ia dar certo. De um lado, a galera a fim de arranjar confusão. Do outro, a polícia a fim de dar porrada. Bem, só podia dar no que deu”, recorda Marcelo Bonfá, baterista da Legião Urbana.
Através das lentes de Vladimir Carvalho, é possível acompanhar o clima de terror que, em poucos minutos, tomou conta do Mané Garricha. Ao entrar no vestiário, onde se deparou com gente ferida por todos os lados, o cineasta teve a nítida impressão de ter entrado, por engano, na enfermaria de um hospital. “Eu não fazia ideia do que estava filmando naquela noite. Aquilo foi um choque muito grande. Tanto para o Renato quanto para a multidão”, afirma Vladimir. O quebra-quebra no Mané Garricha é apontado como o trecho favorito de Rock Brasília para o baterista Fê Lemos. Ele se diz impressionado com a transformação sofrida por Renato na hora do show. “Ele foi sendo levado pela emoção e, aos poucos, perdeu o controle da plateia”, lamenta.