Estava fazendo um zine, comecei a escrever umas coisas que não sabia de onde vinham, então fui impelida a buscar por um poeta John Keats e a liberdade, depois fui levada a Blake. Meu zine e meu tema tinha tudo a ver com Blake e achei uma coincidência muito grande, já que não busquei na internet sobre meu tema pois estava apenas na minha mente enquanto pensava no meu zine e escrevia no papel.
@RobsonCarvalhoJunior5 жыл бұрын
Que canal lindo!!
@claret-yx9ii3 жыл бұрын
(...). Deve haver outra coisa que explique a grande popularidade de Jung, mas o que? Talvez possamos começar a responder à pergunta se examinarmos a curiosa relação entre história e teoria na literatura sobre Jung e, por extensão, o papel dessa relação no fenômeno sociológico do junguianismo. Nos últimos anos, a relação entre história e teoria na historiografia das ciências psicológicas se transformou em foco de considerável debate. [Esta questão foi tema da seleta publicada em Hans Rappard, P. J. Van Strien, L. P. Mos & William Baker, eds., Annals of Theoretical Psychology, 8 (1993)]. (NOLL, 1996, p. 10 e p. 330)
@juh7953 жыл бұрын
Assistindo pela 2x em busca da estrela
@claret-yx9ii3 жыл бұрын
(...). Em um dos ensaios mais importantes, ao lidar com o tema central de sua obra, o processo de “individuação”, por meio do qual “uma pessoa se torna quem ela é”, Jung declara abertamente que não pode oferecer qualquer evidência ou prova da realidade de tal processo, pois se trata de uma coisa que tem de ser experimentada. Em “As Relações entre o Ego e o Inconsciente”, Jung escreve que “é... extremamente difícil dar exemplos [de individuação] porque cada exemplo tem a infeliz característica de só ser impressionante e significativo para o indivíduo em questão”. [C. G. Jung, Collected Works, Volume 7 (Londres: Routledge and Kegan Paul, 1977), p. 218] Isso põe a individuação na mesma esfera de estar apaixonado, da experiência estética e, também, dos estados místicos, coisas que compartilham a característica de “só serem impressionantes e significativas para o indivíduo em questão” - todos nós conhecemos pessoas inteiramente “caídas” por gente que não nos diz nada ou vidradas num quadro que nos deixa indiferentes. E como acontece com o amor e experiência estética e mística - como acontece aliás, com toda experiência -, isso tira claramente a individuação do domínio da ciência, visto que os critérios fundamentais da ciência são a mensuração e as possibilidades de repetição. A ideia de encontrar um modo de “testar” cientificamente se as pessoas que passaram pela análise junguiana se individuaram ou não - isso é, “se elas se tornaram quem são” - parece tão absurda quanto a ideia de fazer “testes” para o amor ou para a experiência estética ou mística. As únicas medidas da realidade de coisas como estas são as próprias pessoas, suas vidas e seu próprio senso de “autorrealização”, para tomar emprestada uma expressão do psicólogo Abraham Maslow. Jung nunca se cansava de repetir que “o real é o que funciona” [ibid., p. 215], e para alguém acusado de misticismo trata-se de um credo terrivelmente pragmático. Num sentido muito significativo, então, toda a ideia de saber se a obra de Jung era ou não “científica” é irrelevante para o que nela é importante. Mas é essa necessidade de experimentar a realidade da individuação que levou Anthony Storr a incluir Jung em seu livro Feet of Clay: A Study of Gurus. “Jung foi um guru”, Storr argumentou, porque “abandonou a tradição científica” e “sabia que estava certo”. Jung chegou a seu conhecimento mediante uma experiência própria de individuação, esse difícil e às vezes perigoso processo de unificar as mentes consciente e inconsciente. “Ninguém que passou pelo processo de assimilar o inconsciente”, Jung escreveu, “negará que isso envolveu seus próprios órgãos vitais e o transformou”. [Ibid., p. 218] Jung tomou conhecimento disso por experiência própria e seu “confronto com o inconsciente” mostra que prova terrível isso pode ser. Contudo, é na experiência mesma de individuação de Jung que muitos veem a razão para rejeitá-la, alegando que o “confronto” foi pouco mais que um episódio psicótico. E como Jung afirma que todo o seu trabalho subsequente resultou de tal “confronto”, tais críticos acham justificado repudiá-lo como simplesmente um produto de loucura. Na realidade, um crítico de Jung sustentou que o objetivo de sua “psicologia analítica” era instituir ele próprio como líder de um culto neopagão, adorador do Sol, organizado com vistas a um renascimento espiritual da Europa tendo Jung como uma espécie de figura de Cristo, prova, ele afirma, que Jung sofria de um “complexo de Messias”. [ver The Jung Cult (Princeton NJ: Princeton University Press, 1994) e The Aryan Christ (Nova York: Random House, 1997) de Richard Noll.] ... mesmo partidários de Jung se sentem, como veremos, pouco à vontade com suas associações místicas. Alguns estudiosos junguianos recentes argumentam que o verdadeiro legado de Jung tem sido obscurecido por seu vínculo com o movimento Nova Era. (...) - Jung, o místico: a dimensões esotéricas da vida e dos ensinamentos de C. G. Jung: uma nova biografia. - Gary Lachman. São Paulo. Cultrix, 2012, p. 15-17
@claret-yx9ii3 жыл бұрын
Esse modo de encarar o processo de individuação como uma crise aguda de grandes proporções, estimulada pelo analista, que começaria por uma nekyia, ou descida aos infernos, foi abolido na psicologia analítica a partir dos anos 70, quando várias práticas polemicas - entre elas a da Soror Mystica - foram abandonadas. - “O caminho de Jung” - George Borten. BH, 2001, p. 23
@cesaraugustodecerqueira78963 жыл бұрын
Maravilhoso.
@claret-yx9ii3 жыл бұрын
Assim chegamos ao pensamento de C. G. Jung. Como ele via a alma. (...). Jung possuía uma tendência para rever o conceito de alma, considerando-a muito mais complexa do que imaginava os psicólogos antes dele. Freud, por isso, teme que seu amigo se aproxime do ocultismo, então em voga na época. Ficou famoso o conselho de que ele deu a Jung: “Meu amigo, afaste-se do lado negro do ocultismo”. Pela palavra ocultismo deve-se entender a mediunidade e os estudos da chamada Matagnomia e Metapsíquica. Jung não foi capaz de atender o seu amigo, pois continuou interessado no lado oculto da mente, assistindo, inclusive, sessões mediúnicas onde, supostamente, comunicavam-se almas de pessoas que viveram na Terra. Basta lembrar que a sua tese final de curso foi feita com o material que ele colheu nas sessões mediúnicas que realizou, tendo a sua prima Helena Preiswerk como médium. Em um de seus livros, Jung declara com toda a franqueza as suas dúvidas sobre a alma e a sua imortalidade: “Não desejo nem deixo de desejar que tenhamos uma vida depois da morte e, absolutamente, não cultivo pensamentos desta ordem, mas, para escamotear a realidade, preciso constar que, sem que o deseje ou procure, ideias desse gênero palpitem em mim. São verdadeiras ou falsas? Eu ignoro, entretanto, constado a sua presença e sei que podem ser expressas desde que não as reprima por um preconceito qualquer.” (...) Permita-me o leitor que eu coloque aqui um pequeno texto de um psicólogo junguiano, a fim de que, quem nos leia, possa ter uma ideia melhor e mais ampla deste assunto. O psicólogo se chama Erlo Van Weaveren e o texto é o seguinte: “Certa vez falei com o professor Jung sobre o tema da reencarnação, entretanto, depois desta conversa e sua esposa (de Jung), me disse: ‘Não fala a ninguém sobre o que disse o professor, ainda não é tempo’.” Que teria dito Jung? Por certo, algo que a sua esposa considerou como comprometedor ou talvez um apoio às ideias de Weaveren que havia escrito um livro sobre Doroty Ead, uma mulher que acreditava ter sido a esposa do farão egípcio Setti I. - Jung e a filosofia da alma - José Carlos Leal. Em: A Questão do Corpo. (Seção Especial Kairós 2010). Boletim Interfaces da Psicologia UFRRJ, vol. 3, n.1, janeiro-junho de 2010, p. 81-2, p. 84
@claret-yx9ii3 жыл бұрын
Na sua autobiografia, Jung volta ao assunto para dizer que o incesto tem um aspecto psicológico e mesmo religioso altamente significativo. O incesto al qual uma das suas pacientes foi submetida aos 15 anos pelo irmão teria feito com que, por um lado, ela se sentisse humilhada aos olhos do mundo, perdesse o contato com o mundo e entrasse num estado de psicose, e que, por outro lado, ela fosse “elevada para o reino da fantasia”, “transportada para um reino mítico, pois, tradicionalmente, o incesto é uma prerrogativa da realeza e das divindades”. Ela “mergulhou nas distâncias cósmicas, no espaço externo, onde se encontrou com o demônio alado” (C. G. Jung. Memórias, sonhos, reflexões. RJ. Nova Fronteira, 2006, p. 165. Apud Loparic, 2007, p. 86)
@edisonromano90855 жыл бұрын
Aonde na obra de yung encontro texto que fale da imaginação ativa
@mapasebusolas5 жыл бұрын
Veja os Livros: O velho sábio; A velha sábia. Ambos são sobre o tema, porém não são de Jung.
@dianamariavicari81953 жыл бұрын
No livro vermelho de jung
@claret-yx9ii3 жыл бұрын
"Jung buscou durante toda a sua vida, em suas pesquisas e seus estudos, um desejo de conquistar o campo do Ocultismo". - Danielle Kaswin-Bonnefond, psicanalista. [Kaswin-Bonnefond, Danielle. C. G. Jung. Éditions PUF, 2003.] - Jung é a aurora da maçonaria: o pensamento junguiano na ordem maçônica. Jean-Luc Maxence. Madras, 2004. p. 128
@claret-yx9ii3 жыл бұрын
“Devido a meus serviços como ocultista fui eleito ‘Honorary Fellow of the American Society for Psychical Research’. Voltei a me envolver, nessa qualidade, com estudiosos amadores de fantasmas”. Carl Gustav Jung (1875-1961) Maddox (2006, p. 70) nos conta que Jung se tornou membro honorário da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica (SPR) pelos seus “serviços como ocultista” (1907). Jung comenta o fato com Freud em uma carta e afirma: “Devido a meus serviços como ocultista fui eleito ‘Honorary Fellow of the American Society for Psychical Research’. Voltei a me envolver, nessa qualidade, com estudiosos amadores de fantasmas”. (Carta de 02.11.1907. citado em Correspondência Freud-Jung, p. 130). (MARQUES, 2018, p. 110)