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A HISTÓRIA DE "JOÃOZINHO" O BAILARINO DO CRUZEIRO
Cabelo alto, lá vai o Joãozinho. Vencendo seus "grilos" e fazendo o povo lembrar um pouco de Garrincha. Mas, quando o assunto é treinar; o ponteiro esquerdo do Cruzeiro tem uma opinião formada e até agora difícil de ser mudada.
- Eu não gosto de treinar. Nunca gostei de ginástica, de coletivos ou mesmo de ouvir palestras. Eu gosto é de jogar. Sei que preciso mudar e estou tentando. O Piazza já vem falando sobre isso comigo. palavras do craque joãozinho nos anos 70.
João Soares de Almeida Filho, mais conhecido como Joãozinho, nasceu em Belo Horizonte, no dia 15 de fevereiro de 1954.
Fã do futebol de Tostão e Dirceu Lopes, Joãozinho chegou ao Cruzeiro Esporte Clube no início dos anos 70. Jogava como meia esquerda, mas era um rapazola franzino e não lhe deram atenção.
Então, o pai de Joãozinho, que trabalhava como motorista na Viação Real, ficou aborrecido e comentou o acontecido com seu patrão, dono da empresa e também dirigente do Cruzeiro, Carmine Furlétti.
Dias depois, munido com um bilhete escrito por Furlétti, Joãozinho voltou para o gramado da Toca da Raposa e entregou o papel ao técnico João Crispim, que prontamente o encaminhou ao departamento amador.
E foi o próprio Crispim que aconselhou o rapaz para mudar de posição. Escalado na ponta esquerda, o habilidoso Joãozinho passou com brilho pelo juvenil, inclusive conquistando o título da categoria em 1971.
Em 1972, recebeu suas primeiras oportunidades no time principal, que na época contava com o futebol do ex-ponteiro esquerdo Lima, que também jogou pelo Corinthians.
Com a saída de Lima para o Náutico Capibaribe em 1974, o técnico Ilton Chaves apostou suas fichas em Joãozinho e não se arrependeu. Balançando o corpo e derrubando os truculentos laterais, Joãozinho virou motivo de festa!
Suas grandes apresentações causavam grande furor nas arquibancadas, com proporções até certo ponto desmedidas na voz dos locutores esportivos.
Tricampeão mineiro nas temporadas de 1973, mil novecentos e setenta e quatro e 1975 e vice-campeão brasileiro de 1974 e 1975, Joãozinho passou por uma fase de incertezas e grande instabilidade.
Entre resmungos, murmúrios e pedidos de dispensas nos treinos, o distante Joãozinho e Zezé Moreira estavam em franca rota de colisão. Experiente, o astuto treinador percebeu que precisava deixar o rigor um pouco de lado.
Zezé Moreira optou então por trabalhar nas particularidades comportamentais do inconstante e até tímido Joãozinho. Em certos momentos tolerava e em outros, bronqueava.
Paralelamente, o preparador físico, Benecy Queiróz tratava de dosar o desperdício de energia do ponteiro, causados por piques e dribles considerados desnecessários por Zezé Moreira.
Para Zezé Moreira e Joãozinho, o amadurecimento desse relacionamento cansativo foi aos poucos ganhando corpo. Os frutos desse esforço foram colhidos em plena campanha da Taça Libertadores da América de 1976.
Em 7 de março de 1976, pela primeira fase da Libertadores, Joãozinho participou do inesquecível confronto diante do Internacional, quando marcou 2 gols na vitória por 5 a 4 no Mineirão.
Outro grande momento de Joãozinho na competição aconteceu justamente na partida "extra", o duelo derradeiro para decidir o torneio continental diante do River Plate.
Nos momentos finais do jogo, enquanto Nelinho se preparava para cobrar uma falta próxima da grande área, Joãozinho se antecipou e bateu com maestria para marcar o gol do título inédito.
O gol inesperado marcado por Joãozinho foi o ápice de sua passagem pelo Cruzeiro.
Joãozinho ainda foi campeão mineiro de 1977 e quase foi parar no Vasco da Gama em 1979. No entanto, o negócio não foi para frente e Joãozinho permaneceu em Minas Gerais, quando até foi lembrado na Seleção Brasileira.
No ano em que o Inter foi Tri Campeão Brasileiro invicto, 1979, Joãozinho ganhou pelo Cruzeiro a Bola de Prata da revista Placar como o melhor atacante pela esquerda do País.
Contudo, os dias de alegria chegaram ao fim. Em 25 de janeiro de 1981, no Mineirão, o Cruzeiro empatou em 1 a 1 contra o Sampaio Corrêa e quase perdeu Joãozinho para sempre.
Após sofrer um carrinho do zagueiro Darci Munique, o ponteiro do Cruzeiro sofreu uma fratura na perna direita e ficou vários meses longe da bola.
Recuperado, Joãozinho continuou no Cruzeiro até 1982, quando acertou sua transferência para o Sport Club Internacional.
Com a camisa do Internacional, Joãozinho foi Campeão da Taça Joan Gamper em 1982, e Campeão Gaúcho em 1982 e 1983.
FONTE:tardesdepacaem...