A Retirada de Dimas Bibiu | Declamação: Felizardo Moura

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Cristhiano Lima

Cristhiano Lima

Күн бұрын

Пікірлер: 36
@marcosataide6700
@marcosataide6700 2 ай бұрын
Meu Deus que coisa linda
@poetamarcianomedeiros-ofic9601
@poetamarcianomedeiros-ofic9601 2 ай бұрын
Este poema é uma saga brilhantemente narrada por Dimas Bibiu. Parabéns Felisardo Moura pela grande interpretação...
@cassiosoares6479
@cassiosoares6479 3 ай бұрын
Meu Nordeste é cultura e beleza.
@arvoredepoesia-poetajatoba3064
@arvoredepoesia-poetajatoba3064 6 ай бұрын
Versos exuberantes. Declamação estupenda.
@edneisoares9217
@edneisoares9217 6 ай бұрын
Nunca vi em nossa cultura algo tão grandioso. Merecia uma mine série em rede nacional. Qual o nordestino q ouve este conteúdo tão belíssimo e não se emociona. Quanto orgulho tive de nossa terra ao ouvir este poema.
@FranciscoAlvesdosSantosJuniorJ
@FranciscoAlvesdosSantosJuniorJ 8 ай бұрын
Que coisa linda que Deus ilumine Isso dar um filme muito bom
@PauloRomeroAbelhasNativas
@PauloRomeroAbelhasNativas 7 ай бұрын
Realmente esse é um clássico da nossa verdadeira cultura nordestina,em forma de poesia... Retirada,fez parte da vida de muitas fazendas desse nosso nordeste. É um momento de grande tensão e demonstração de força e fé na vida.... Abraço forte da Paraíba.
@MundocaNeto
@MundocaNeto 7 ай бұрын
Show de poesia
@berguinhopinto1719
@berguinhopinto1719 7 ай бұрын
Da saudade da minha terra Sta Maria da Boa Vista Pernambuco
@joseagnaldo3618
@joseagnaldo3618 7 ай бұрын
Não sei fazer um verso, mas peço aos que faz, que não deixem para trás os leigos no assunto, mas se falar fico junto, dos poetas da natureza falando de qualquer assunto, e deles, se faz belezas.
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
Parte 2 Passando em Ana Menezes A Aurora Já vinha raiando Com João Bahiano na frente Aboiando todo animado E pai no coice do gado Tangia os bichos chorando Eu perguntei a Felipe Por que é que vão chorando Ele disse disfarçando É Silon que vai com gripe Mas olhei pro Araripe Estava da cor de uma tocha O tempo arrochando a broxa Até quando destruiu Felipe, Chico Bibiu e Juvenal josé da Rocha Chegando em Pedro 2° A porteira estava aberta A fazenda deserta Num sentimento profundo Lá encontramos Raimundo Que dar água ao gado vinha Disse que água tinha Mais pra pasto estava sério Acompanhado de Antério E da poetiza Zuzinha Passando pelo açude Atravessamos o baldo Da casa de seu Nivaldo Tomei água o quanto pude Tomamos nova atitude Para o povoado de amparo Pai pagou um café caro Sem doce sem pó e puro Chagamos no poço escuro O dia ainda estava claro Com seu Neném Simoes Pai arrumou cercado Para trancarmos o gado Que era um velho desses bons Dormidas e refeições nos deram De larga escala Felipe tirou da mala Muita carne de carneiro Ficamos sentindo o cheiro Armando as redes na sala Nos convidaram para a janta Tinha uma menina moça Que estava espalhando a louça Bonita parecia uma santa Sua beleza era tanta Que fiquei logo acanhado Depois de ter me sentado Por minha grande moleza Ela se encostou na mesa Ficou ali do meu lado Eu tinha no guarda peito Um D e um B gravado De camurça desenhado Que minha mãe tinha feito Ela disse desse jeito Isso é que é ter gabarito Eu quero esse nome escrito Para eu mostrar a minhas primas Que esse D quer dizer Dimas Mas o B é de bonito Só se ouvia a gargalhada De todos que ali jantavam Vendo que a miúda Estava do menino apaixonada Eu não jantei quase nada Como quem tinha almoçado Ela disse do meu lado Ele tem medo do pai A gente chega ele saí Não namora é acanhado Eu saí para uma janela Que tinha na outra sala E já escutei sua fala Que vinha com uma gamela E um pouco d’agua nela Disse Dimas tu es desses Meninos fies não merece ter mal tratos Mandou tirar os sapatos Queria lavar meus pés Para não lhe causar agravo Nem ser mal-educado Eu disse muito obrigado Pode deixar que eu lavo Mas ela pegou um cravo E disse, tome meu bem Aqui nesse cravo tem Cheiro desse humilde abrigo Se eu não me casar contigo Não caso mais com ninguém EU também jurei calado Lhe entregar minha mão Porque o meu coração ela Já tinha levado Passei a noite acordado Quando foi no outro dia Pensei que a gente saia Sem ela se acordar Mas ela quem foi olhar Se a gente ainda dormia Pai ficou admirado Vendo aquele amor Tao puro Parece que o poço escuro Era meu reino encantado Começou soltando o gado Tangendo devagarinho Eu olhando para o caminho Com meu semblante tristonho Vendo a deusa do meu sonho Ficar e eu ir sozinho Miúda lá da janela Acenava com a mão Ficou, mas meu coração seguiu conduzindo ela Eu atravessado na sela e Sempre olhando para trás Entrei pelos matagais Eu até hoje procuro A deusa do poço escuro Não pude ver nunca mais Chegamos num varejão Modesta fazenda antiga Um casal de gente amiga Morava no casarão Lá nos venderam um oitão De palha toda perdida A fome era desmedida E chegou numa hora exata Foi a coisa mais barata Que meu pai comprou nessa vida Era quadro de palha Que havia se perdido Depois que tinha crescido Todo nascido sem falha O gado como uma navalha Entrou torando no meio Era um quebradeiro feio Uns pisando outros comendo E mais tarde remoendo Tudo de bucho cheio Um queijo muito bonito Pai tirou do alforge Que ele comprou a Zé Borges Da fazenda do cachí De uma carne de um cabrito Mandou fazer refeição Todos comeram feijão Eu só chupei melancia Só porque não conhecia o frio do varejão Quando foi de madrugada Dissolveu a melancia Me apertava e saia Com a pele arrepiada A minha rede gelada Eu forrei com uma lona O gibão e a corona Mas o frio era voraz Que quando o gelo e demais Cobertor não funciona Ao despertar das galinhas Saímos tomando chuva Fomos dormi na viúva Da fazenda das pombinhas Dessas viúvas mesquinhas Que quis até nos negar O curral pra trancar onde O gado dorme preso E nesse triste desprezo Fomos dormi sem jantar Tanger foi muito custoso Vaca novilha e garrote Comendo capim melota E capim mimoso O pasto estava gostoso Mas como o campo era aberto Nós resolvemos o problema E a fazenda seriema dali Era muito perto Por sinal ninguém parou No riacho do deserto Como a fazenda era perto Depressa agente chegou O gado ninguém trancou No pátio estava se vendo Uns deitado outros comendo Todos de barriga cheia Estirados na areia descansando e remoendo num juazeiro sombrio Fizemos um logradouro Onde havia um bebedouro Num poço grande do rio De frente tinha um baixio Ao lado um pé de chorão Onde a noite o carao vinha Cantar seu hino Para o poeta menino Chorar de emoção Eu fui um filho mimado Dos que a mãe não sai de perto Para não dormi descoberto Nem pegar resfriado Estava ali afastado da minha mãe querida Eu estranhava a dormida Não tinha gosto o feijão Parece até que o carão zombava da minha vida 60 dias lutando na luta do sertanejo Fazendo manteiga e queijo Todo dia campeando Os bezerros vacinando contra o mal do quarto inchado Dava-se de sal refinado pra cada reis uma dose Para defender da aftose Pra triste raiva não da Outubro já terminado Novembro já terminando Disse pai um dia jantando Vamos trancarmos o gado Aproveitar o roçado demorar não adianta
@feitosao
@feitosao 8 ай бұрын
Aí diga que é poesia.
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
Parte 3 Felipe encheu a garganta Disse com a língua perra Nós vamos tratar de terra E se chover a gente planta Campeamos da salina recanto Várzea encantada até sai na estrada que sai de patos a campina Não encontramos ruinas O gado todo carnudo Bezerro que foi sanbudo Estava parecendo um touro Tangemos pelo logradouro Findamos trancando tudo Faltou o touro budóia Ninguém achou nesse dia Estava na vacaria da fazenda De eloia Como do gado era a joia Eu vi Felipe dizendo Só se via aparecendo Devia ser campeado Mas ele amanheceu Deitado na porteira remoendo A final chegou o dia Do nosso grande regresso Por sinal nem confesso O tamanho da alegria Toalha, prato, bacia Nós fomos logo juntando Felipe ia arrumando Na porta entre as duas salas E o que não coube na mala Nós fomos logo deixando Cruzamos várias salinas Pisamos no barro duro Para chegar no poço escuro Tomamos várias neblinas Perguntou pelas meninas Silón me dando uma ajuda Disse a velha carrancuda Elas foram pra Sumé Ai eu perdi a fé De nunca mais ver miúda Dali pra frente o cavalo Não sabia mais andar Eu saí sem suportar a viagem e o abalo Parece ter um calo machucando meu acento O caminho ferrenho mostrava dificuldade Mas não era Era a saudade mordendo meu pensamento Lá em seu Mane Soares Pai entrou parou um pouco Tomamos água de coco No sítio de buenos aires E os seus familiares nos convidaram para a ceia Nesta hora a lua cheia iluminava a paisagem Iluminando a viagem De quem vem da terra alheia Com seu vestido amarelo Vinha a lua vagarosa Parecia moça idosa Quando sai do seu castelo Mostrando seu rosto belo Para o mundo universal O sopro do vendaval soprava entre os gravetos Que parecia sonetos de um ser sobrenatural No rangido da cancela E o trupe dos animais Um candeeiro de gás Apareceu na janela Abracei mamãe bela Me consolou dessa vez Disse, chico de dendês, Aluízio e Leopoldino , Luiz de João laurentino perguntaram por vocês Mae trouxe para a mesa Feijão puro com maxixe Quem for rico capriche Pra não cair na pobreza Mas pai fez uma surpresa E matou nosso desejo com Farofa manteiga e queijo Trazia no meio da carga Tornou se uma ceia larga Na casa do sertanejo Eu jantei e fui me deitar Estava muito enfadado Por que tinha viajado 30 léguas sem parar Começou a se formar E cheirando a terra molhada Desde a serra talhada Até a serra do Teixeira E em cima da cordilheira Bradou o pai da coalhada Era o trovão comandando Despejando o nevoeiro Água fazendo faceiro Torando cerca e levando Açude enchendo e sangrando Subindo peixe no rio A cheia no desafio Naquele lugar mais baixo Não cabia no riacho Sobrava pelo baixio Deixando dunas de areia Pelo meio do roçado Que quem passasse calçado Cobria sapato e meia No remanso dessa cheia Água em nível se delata Deixando um cisco na nata Na altura da enchente Num Pereirão onde a marcamos O nível da água O dia vinha amanhecendo E já tinha gente cavando Batendo em lata e plantando O sertão estremecendo Os meninos correndo atras De peixe e pegando A saparada cantando na sangria da lagoa Achando a chuva tão boa Que boca estava escumando Seu Inácio mariano Comprando algodão na folha Que comprava sem escolha Que grande pernambucano Em qualquer dia do ano Ele estava no balcão Quem tivesse precisão Bastava dizer o nome Que ele ia matando a fome Do povo do meu sertão No outro dia depois Pai já vendeu algodão Fez feira, milho e feijão Café açúcar e arroz Para fazer baião de 2 Misturado na panela A qual ninguém gostava Mas pra quem está com fome Não quer saber o nome Doutra coisa melhor cabidela A queima do girau Para o roçado de Viana Já se via Gitirana Querendo subir em pau No tanque de Venceslau Sangrava todo lajedo Quando o caçador Bem cedo chegava Com a espingarda Para matar de retaguarda Algum lambu de arremeio Vamos falar sobre o gado Que escutando o trovão Para as bandas do caldeirão Ficou arrebanhado Arrombou logo o carcado Beirando a cerca seguiu Pedro Simoes ainda viu passando Um gado zebu com índio pajeú disse Isso é de chico bibiu Budoia gordo e valente Cancela não sei a conta Que ele passava a ponta E deixava o pau na frente Só parecia um tenente Pelo comando do gado A tempo estava afastado Da sua velha fazenda E já tinha ali de encomenda Comprando briga fiado Budoia tinha uma intriga Com o touro velho lavrado Que em casa tinha ficado Tinha por certo essa briga Mas a precisão obriga E pai teve precisão Pra não vender o algodão Vendeu ele a João Antônio Esse touro era o demônio Brigava igual lampião Com o dinheiro do touro Fez uma feira aguçada Chamou a rapaziada Pra um adjunto estouro Pra limpar por desaforo Num dia so seu terreno Ele é quem fez o aceno Para começar o debate Mas deu empate Leopoldino e Zé pequeno Jose de Abdias dava uma mão a Leopoldino Também Antônio Bernadino a Zé pequeno ajudava Assim eu via passava O povo todo contente Que inverno numa nascente Uma torre amarela formava E o relâmpago clareava Pra quem vinha na frente Não faltou nenhuma reis De Felipe nem de pai Porque quando o gado sai Seguem todos de uma vez Foi chovendo todo o mês Até que chegou 40 A terra ficou cinzenta O tabuleiro alagado Morrendo gado afogado Que o Norte é 8 ou 80 Tem coisa nessa vida Que se vê quando criança Fica na nossa lembrança Para nunca ser esquecido E pintado e colorido na nossa imaginação Pra servir de sentimento, saudade e recordação.
@yagosobrinho9411
@yagosobrinho9411 6 ай бұрын
Alguém tem escrita?
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
eu!
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
coloquei nos comentarios , esta em 3 partes
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
Retirado de video antigo do youtube , Paulo Barba e desse video. Parte 1 A retirada ( Dimas Bibiu) Eu vou contar pra vocês Não sei se a História agrada Falar de uma retirada A última que meu pai fez No dia 15 de agosto de 39 Só em falar me comove Em lhes narrar essa cena Que causa mágoa e pena Quando no meu sertão não chove Janeiro inteiro passou A bem dizer não choveu Porque a chuva que deu Bem pouco a terra molhou O povo ainda plantou Mas logo veio o verão E o milho na sequidão murchou E secou a palha E o sol como uma fornalha Ardia queimando o chão Muitos urubus voavam Por cima do alto monte Depois vinham para a fonte Bebiam agua e voltavam Aqui, ali encontravam Algo para seu conforto Num galho de angico torto Cantava triste a acauã Com quem diz Amanha teremos mais gado morto Não choveu e a sudama Que havia no sertão Secou que abriu rachão Na superfície da lama Nem folha verde nem lama Havia nos arius Só se via entre os paús Da margem seca do rio Procurando um lugar frio Muitos magros cururus Pobre da cigarra aflita Com fome e sede no morro Grita pedindo socorro Mas ninguém acredita Acham que a cigarra apita Por achar bom o verão Mas não, é seu pulmão Com a crise assoladora Ela grita até que estoura E cai sem vida no chão Quem olhasse pra colina Tremia o sol na miragem Esturricando a folhagem Da paisagem nordestina Um véu de poeira fina Subindo na ventania O gado magro caía Anêmico de inanição E o pobre com um matulão Pra bandas do sul descia Quem olhasse do oitão dizia Que mundo ingrato Vendo o retrato do prato No fundo do matulão Gostei da inspiração Do grande mané filó Que também pisou no pó Da poeira da estrada Que na nossa época passada A seca fazia dó Acabousse os cereais Não havia mais legumes Porque a seca resume Os pequenos capitais So se lia nos jornais Ceara foi atacado Pernambuco meu estado Em calamidade publica E o chefe da republica Se conservava calado Ninguém tem uma saída Para vencer a estiagem E a fila pela rodagem torna a vida mais sofrida Mocinha quase despida com seu pai envergonhado atravessava acanhado a rua de vista baixa Como quem caça e não acha O tempo bom do passado Decotava-se umbuzeiro Canafístula e oiticica Mororo um só não fica Feijão brabo e juazeiro Só se via o fumaceiro Lá pras banda do serrado Macambira e alastrados Mandacarus e facheiros Tocavam fogo os vaqueiros Pra ver se escapava o gado Até mesmo a prefeitura Sua verba foi cortada Completou sem faltar nada Esse quadro de amargura Com todo mundo a procura De trabalhar alugado Mas ficou tudo parado Parou o motor de agave E a seca empurrou a trave deixando o sertão travado Pai vendo o drama inteiro Com nervos à flor da pele E o vendo fazendo L Nos galhos do juazeiro Rogou a Deus verdadeiro Com fé amor e respeito Para que ele mostrasse um jeito De pai não perder de todo o gado E por deus abençoado O pedido foi aceito Chegou Cicero cajazeiras E disse chico se abrande Venho de campina grande Atravessei várias ribeiras E passando em cabaceiras Quando fui a Joao pessoa Eu vi mais de uma lagoa Sangrando para rodagem Vai ser grande a pastagem Que a babugem nasceu boa Pai ficou silencioso Eu vi a lagrima descendo Mas ele enxugou logo dizendo Deus é um pai poderoso Cicero vendo, ele nervoso Parou de vez a conversa Mas disse com pressa Antonha faz um café Que essa notícia é hoje O que mais me interessa Logo, o velho Juvenal Foi sabedor da notícia Mandou chamar a polícia Para saber tudo legal Tinha no seu ideal Fazer de madrugada Pediu uma retirada Da fazenda Seriema Por que para ele O problema era o gado Mais nada Foi feito naquele instante Um acordo entre os 3 Para só ir dessa vez Chico Bibiu e brilhante Que era gordo possante O qual valia um tesouro E na fazenda de Louro Deu prova de porte fino E nas rédeas de birino Ganhou medalhas de ouro Deu banho deu milho Arriou, pois cela, corona, freio Desamarrou do esteio E na guardapa amarrou Pisou no estribo montou E dando rédeas saiu O velho chico bibiu Ia firmado na sela Eu olhando da janela Até que se encobri-o Nessa manhã domingueira A casa ficou tristonha Com eu mãe e tonha Fazendo a luta caseira Quando foi na quarta feira Pai chegou muito enfadado Disse: comprei um roçado Por ordem do soberano Daqui para o fim do ano Não morre de fome o gado Contou nessa ocasião Uma história muto franca Que passando em serra branca Havia uma plantação Causou lhe admiração Saiu emocionado Em um cardão de rudado De seu Vicente Matias Que recitava poesias Bebendo e puxando o gado Felipe foi avisar ao velho Juvenal Que o gado no curral devia ficar trancado e o que faltasse procurado por causa da estiagem dá pra criar coragem caroço e palma ainda tinham e no sábado de manhazinha tinha que fazer viagem mãe arrumou os temperos açúcar, café e sal agulha, linha, tinta, pincel e tinteiro pavio de candeeiro, espiga da palha lisa cueca, calça, camisa quase que a mala não cabe que a dona da casa sabe tudo que a gente precisa Foi uma saída amarga O povo se despedindo só Silon ai sorrindo alegre no meio da carga naquela pisada larga o gado se encaminhou logo o sofrer começou do pequenino Silon E por certo ele achou bom Que foi sorrindo e voltou 220 reses que lá de casa saíram Para não errar a quantia Foi contado 2 vezes
@fernandaneto7446
@fernandaneto7446 3 ай бұрын
Alguém sabe onde encontro escrita?
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
eu tenho!
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
coloquei nos comentarios , esta em 3 partes
@yagosobrinho9411
@yagosobrinho9411 6 ай бұрын
Se tiver me manda por favor, caso n encontre vou escrever a partir desse vídeo 😊
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
coloquei nos comentarios , esta em 3 partes
@RicardoSilva-rm3sr
@RicardoSilva-rm3sr 8 ай бұрын
Onde eu encontro esta poesia escrita?
@cristhianolima568
@cristhianolima568 8 ай бұрын
Olá Ricardo. Acredito que na Internet não tenha, eu já procurei. Talvez tenha só em livros.
@joseagnaldo3618
@joseagnaldo3618 7 ай бұрын
NAO TENTE SER UM POETA, QUE ISSO COISA DIVINA, QUEM TENTA NUNCA TERMINA SENDO UM, POIS POR MUITO TENTAR NÃO CHEGA A LUGAR NENHUM.
@elinaldolucas
@elinaldolucas 6 ай бұрын
eu vou terminar de digitar esses dias , ja tinha uma boa parte , agora vou completar , se tiver interesse é so me falar
@lucianofernanded8200
@lucianofernanded8200 2 ай бұрын
​@@elinaldolucas eu tenho interesse! Essa poesia é a mais linda que já ouvi.
@claudileneteixeira2327
@claudileneteixeira2327 2 ай бұрын
@@elinaldolucaseu quero
@mateussilva9116
@mateussilva9116 7 ай бұрын
2:59
@feitosao
@feitosao 8 ай бұрын
Aí diga que é poesia.
@elinaldolucas
@elinaldolucas Ай бұрын
Parte 3 Felipe encheu a garganta Disse com a língua perra Nós vamos tratar de terra E se chover a gente planta Campeamos da salina recanto Várzea encantada até sai na estrada que sai de patos a campina Não encontramos ruinas O gado todo carnudo Bezerro que foi sanbudo Estava parecendo um touro Tangemos pelo logradouro Findamos trancando tudo Faltou o touro budóia Ninguém achou nesse dia Estava na vacaria da fazenda De eloia Como do gado era a joia Eu vi Felipe dizendo Só se via aparecendo Devia ser campeado Mas ele amanheceu Deitado na porteira remoendo A final chegou o dia Do nosso grande regresso Por sinal nem confesso O tamanho da alegria Toalha, prato, bacia Nós fomos logo juntando Felipe ia arrumando Na porta entre as duas salas E o que não coube na mala Nós fomos logo deixando Cruzamos várias salinas Pisamos no barro duro Para chegar no poço escuro Tomamos várias neblinas Perguntou pelas meninas Silón me dando uma ajuda Disse a velha carrancuda Elas foram pra Sumé Ai eu perdi a fé De nunca mais ver miúda Dali pra frente o cavalo Não sabia mais andar Eu saí sem suportar a viagem e o abalo Parece ter um calo machucando meu acento O caminho ferrenho mostrava dificuldade Mas não era Era a saudade mordendo meu pensamento Lá em seu Mane Soares Pai entrou parou um pouco Tomamos água de coco No sítio de buenos aires E os seus familiares nos convidaram para a ceia Nesta hora a lua cheia iluminava a paisagem Iluminando a viagem De quem vem da terra alheia Com seu vestido amarelo Vinha a lua vagarosa Parecia moça idosa Quando sai do seu castelo Mostrando seu rosto belo Para o mundo universal O sopro do vendaval soprava entre os gravetos Que parecia sonetos de um ser sobrenatural No rangido da cancela E o trupe dos animais Um candeeiro de gás Apareceu na janela Abracei mamãe bela Me consolou dessa vez Disse, chico de dendês, Aluízio e Leopoldino , Luiz de João laurentino perguntaram por vocês Mae trouxe para a mesa Feijão puro com maxixe Quem for rico capriche Pra não cair na pobreza Mas pai fez uma surpresa E matou nosso desejo com Farofa manteiga e queijo Trazia no meio da carga Tornou se uma ceia larga Na casa do sertanejo Eu jantei e fui me deitar Estava muito enfadado Por que tinha viajado 30 léguas sem parar Começou a se formar E cheirando a terra molhada Desde a serra talhada Até a serra do Teixeira E em cima da cordilheira Bradou o pai da coalhada Era o trovão comandando Despejando o nevoeiro Água fazendo faceiro Torando cerca e levando Açude enchendo e sangrando Subindo peixe no rio A cheia no desafio Naquele lugar mais baixo Não cabia no riacho Sobrava pelo baixio Deixando dunas de areia Pelo meio do roçado Que quem passasse calçado Cobria sapato e meia No remanso dessa cheia Água em nível se delata Deixando um cisco na nata Na altura da enchente Num Pereirão onde a marcamos O nível da água O dia vinha amanhecendo E já tinha gente cavando Batendo em lata e plantando O sertão estremecendo Os meninos correndo atras De peixe e pegando A saparada cantando na sangria da lagoa Achando a chuva tão boa Que boca estava escumando Seu Inácio mariano Comprando algodão na folha Que comprava sem escolha Que grande pernambucano Em qualquer dia do ano Ele estava no balcão Quem tivesse precisão Bastava dizer o nome Que ele ia matando a fome Do povo do meu sertão No outro dia depois Pai já vendeu algodão Fez feira, milho e feijão Café açúcar e arroz Para fazer baião de 2 Misturado na panela A qual ninguém gostava Mas pra quem está com fome Não quer saber o nome Doutra coisa melhor cabidela A queima do girau Para o roçado de Viana Já se via Gitirana Querendo subir em pau No tanque de Venceslau Sangrava todo lajedo Quando o caçador Bem cedo chegava Com a espingarda Para matar de retaguarda Algum lambu de arremeio Vamos falar sobre o gado Que escutando o trovão Para as bandas do caldeirão Ficou arrebanhado Arrombou logo o carcado Beirando a cerca seguiu Pedro Simoes ainda viu passando Um gado zebu com índio pajeú disse Isso é de chico bibiu Budoia gordo e valente Cancela não sei a conta Que ele passava a ponta E deixava o pau na frente Só parecia um tenente Pelo comando do gado A tempo estava afastado Da sua velha fazenda E já tinha ali de encomenda Comprando briga fiado Budoia tinha uma intriga Com o touro velho lavrado Que em casa tinha ficado Tinha por certo essa briga Mas a precisão obriga E pai teve precisão Pra não vender o algodão Vendeu ele a João Antônio Esse touro era o demônio Brigava igual lampião Com o dinheiro do touro Fez uma feira aguçada Chamou a rapaziada Pra um adjunto estouro Pra limpar por desaforo Num dia so seu terreno Ele é quem fez o aceno Para começar o debate Mas deu empate Leopoldino e Zé pequeno Jose de Abdias dava uma mão a Leopoldino Também Antônio Bernadino a Zé pequeno ajudava Assim eu via passava O povo todo contente Que inverno numa nascente Uma torre amarela formava E o relâmpago clareava Pra quem vinha na frente Não faltou nenhuma reis De Felipe nem de pai Porque quando o gado sai Seguem todos de uma vez Foi chovendo todo o mês Até que chegou 40 A terra ficou cinzenta O tabuleiro alagado Morrendo gado afogado Que o Norte é 8 ou 80 Tem coisa nessa vida Que se vê quando criança Fica na nossa lembrança Para nunca ser esquecido E pintado e colorido na nossa imaginação Pra servir de sentimento, saudade e recordação.
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