A retomada Xokleng-Konglui na FLONA São Francisco

Dando continuidade à série PARQUES TÊM GENTE, conheça a situação do POVO XOKLENG da aldeia KONGLUI, em São Francisco de Paula.
Em meio a uma história cruel de extermínio e violências durante a época colonial, cujas consequências perduram até os dias atuais, o Povo Laklanõ-Xokleng, originário dos planaltos e serras do sul, reivindica o reconhecimento de seus territórios ancestrais em várias áreas.
Na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, algumas famílias aguardaram por anos por decisões dos órgãos governamentais sobre seus direitos, vivendo em condições precárias na beira da estrada. Respaldados pela não aceitação da tese do marco temporal na votação no Supremo Tribunal Federal, eles empreenderam uma retomada na área em setembro de 2023.
Reforçando a defesa de que os marcos dos Povos Indígenas são ancestrais, e não temporais, e que os esbulhos ocorridos antes da Constituição Federal de 1988 não podem ser ignorados, o Povo Xokleng-Konglui fortalece e mantém viva sua cultura e modo de vida.
A fala do vídeo foi feita por Culá Lemos da Silva, liderança indígena da aldeia Konglui no XI SAPIS (Simpósio Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social) realizado na USP em novembro de 2023.
Uma fala profética, visto os acontecimentos recentes das enchentes que assolam o Rio Grande de Sul e outras regiões do Brasil e do mundo.
Mais do que qualquer cientista, os povos indígenas guardam a memória das transformações regionais e planetárias. Sentem e são afetados diretamente pelos impactos das mudanças climáticas, como está acontecendo com os Xokleng.
FLONAs são unidades de conservação de uso sustentável, mas nem sempre a gestão dessas áreas levou em consideração as relações identitárias e os valores culturais a elas associados. A retomada Xokleng desse território em São Francisco de Paula foi objeto de diversos conflitos com o órgão ambiental, mas caminha na atualidade por uma trilha de construção conjunta de projetos de melhoria de qualidade de vida aliados à conservação da natureza.
Acompanhe as notícias e conheça mais sobre o Povo Xokleng de São Francisco de Paula em: / xoklengsaochico
Não há como reconhecer valores culturais da natureza sem reconhecer os povos e comunidades que compõem a natureza, ouvindo deles sua versão dos fatos e história.
PARQUES TÊM GENTE! FLONAS TAMBÉM!
Veja também a Carta-Manifesto em defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais cujos territórios foram inseridos em Unidades de Conservação de Proteção Integral
• Parques têm gente! Pov...

[@Maribel.Klipel]

Parabens Culá vocês merece ganhar essa luta você com seu povo sofrido tem quer ter o território de vocês e viverem em paz com a natureza estamos juntos

[@eonarsilveirapintoleite6336]

Meu Deus, essa menina fala com a alma, a mais pura verdade. O ICMBIO, (instituto Chico Mendes de Conservação), deve cuidar da criação de Deus, o homem é a mais importante delas, falta instruir, isso é preservar. Todos precisamos ser preservados. A propriedade Rural Campestre, vem lutando para ser respeitada e poder passear com o turista, que não destrói nada. Leva fotos e na memória, história daquele lugar. Deixa saudades e o dinheiro para fomentar a economia da família e da cidade.

[@vvaralda]

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em minha opinião, não pode ser responsabilizado pelos problemas ambientais que ocorrem em nosso país. No entanto, acredito que o ICMBio pode e deve revisar suas atitudes e ações em relação às populações tradicionais que residem dentro ou nas proximidades das Unidades de Conservação de Proteção Integral. Essas unidades, em sua maioria, foram criadas sem consultar os residentes e usuários locais dos recursos naturais desses territórios. Atualmente, muitas ações voltadas para a proteção dessas unidades de conservação priorizam a fiscalização, o que, na minha percepção, não apenas priva essas populações do direito ancestral de viver em seus locais de origem, mas também as penaliza a cada tentativa de resistência para permanecer em suas terras. Tenho o sonho, um sonho muito real, de que todos os servidores responsáveis pela gestão desses territórios passem a reconhecer as populações tradicionais, sejam elas indígenas ou não, como os principais parceiros na missão institucional do ICMBio, e não como "inimigos" da conservação ambiental.

[@valoresculturaisdanatureza]

"Nosso sonho" companheiro, tamo junto!