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O Transe está retomando o quadro Filosofia em Transe, seu primeiro experimento com o curso Derrida50, e oferecendo um curso de 4 aulas sobre o pensamento do filósofo Bernard Stiegler (1952-2020), um intelectual que colocou a questão da técnica em primeiro plano.
Na segunda aula do curso sobre Bernard Stiegler, abordamos a crítica da concepção instrumentalista na qual a técnica é apenas um meio para determinado fim. Em “A Técnica e o Tempo”, Stiegler procura trazer novamente os pensamentos de Gille, Leroi-Gourhan e Simondon para pensar o fenômeno das tendências técnicas - que excedem qualquer domínio humano que supostamente esteja as controlando - e da organização da matéria inorgânica.
A partir dos autores, Stiegler prepara uma antropologia filosófica que ultrapassa a hipótese “cerebralista” de Rousseau - que envolveria um humano dado seguido da uma “segunda natureza” decaída na exteriorização - e procura situar na falta exatamente o espaço em que a relação com os artefatos criam o humano. Córtex e sílex andam lado-a-lado pela maiêutica instrumental.
Finalmente, Stiegler termina a meditação do primeiro volume com um paralelo com “Ser e Tempo”, criticando a noção de inautenticidade de Heidegger, e recuperando o mito de Epimeteu da Grécia Antiga para pensar o humano.
Leitura complementar: revistas.ufpr....