Antítese da Sombras - Música em Casas - Zé Caradípia & Daniel Castilhos

Antitese das Sombras (Zé Caradípia)
No amanhecer
Pequeno homem
Procura ao redor
Respostas pras tolices
Pilhérias, cretinices
Atiradas por um ser igual
Na sua cara
Cara preta como o azeviche
Sorriso de menino se incendeia
Quando a fresta deixa ver o sol
Que vem lindo
Iluminando tudo
Com seus raios feitos de veludo
Desanuviando a mente
Pondo-a pra clarear
Que dia lindo
Pra se sentir o sol
Antítese das sombras
Gigante, belo e só
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Antítese das Sombras é o título desta música composta por Zé Caradípia em 1979, no município de Viamão RS onde morava com a mãe e seus quatro irmãos. Foi por essa época que veio a conhecer o Paulo Sitó através do amigo Carlão Blankenheim, pois ambos estavam ensaiando uma peça do jovem diretor santa-mariense Euclydes Dutra de Moraes, o Kydo, com o qual compôs algumas maravilhosas canções em parceria, mas isto já é outra História! O Sitó foi uma figura maravilhosa, artista que sobrevivia amealhando alguns trocados com suas poesias editadas em pequenos livros mimeografados, os quais eram distribuídos pelos vários bares que faziam a boemia juntar-se para cantar até altas horas em lugares como o Gota d'Água, bar do amigo Marinho à rua da República nº188, entre tantos lugares da Cidade Baixa, Bom Fim e adjacências, além do Bar e Restaurante Tempero no Mercado Público, do também querido amigo Heleno Gimenez, músico com o qual trabalhei no grupo de mesmo nome. Sua presença se impunha por ser ele um cara de boa envergadura, ter voz possante, uma risada ímpar e ter a pele negra como a dos seus ancestrais africanos. Saudades, querido amigo Sitó!