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Meu Bairro na TV no Jardim Iracema
Oficialmente, bairro tem pouco menos de dois anos
19/09/09
Oficialmente, o Jardim Iracema tem pouco menos de dois anos, mas os moradores estão no local há muito mais tempo, desde que a área pertencia à Barra do Ceará. Na próxima segunda-feira (21), o Jardim Iracema completa 51 anos de existência como comunidade.
O nome, segundo os mais antigos, é uma homenagem à índia, personagem de José de Alencar.
Pelo bairro, muitas ruas têm nomes indígenas.
Um bairro simples, de muita gente pela rua. O Jardim Iracema é o quinto de Fortaleza em densidade populacional. São 25 mil moradores em pouco mais de um 1 km², uma média de 232 moradores por quarteirão. O primeiro nome do lugar foi Sítio Santo Amaro, quando a área ainda pertencia à família do coronel Carvalho. Depois, veio o loteamento da imobiliária de Oswaldo Risato. Na época, o bairro era chamado de Paulistinha. O nome Jardim Iracema só apareceu anos depois. "É um dos mais antigos. Falava-se que havia um professor e uma professora, que era indianista. Esse nome foi em homenagem à Iracema do José de Alencar", afirmou o pintor Otto Alexandre.
O Jardim Iracema é muito novo, foi reconhecido como bairro há dois anos. Otto, que chegou aos nove anos ao bairro, fala quais são os limites. "Trilho da RFFSA, campo do Ferrovíario".
A dona-de-casa Maria do Nascimento chegou em 1970. Ela lembra de um bairro onde as ruas não tinham calçamento, mas o lugar era como uma grande horta, cheio de rios e até lagoa. "Ele era todo dividido por riachos. Aqui, passava um riacho e tinha muito peixe", comentou a dona-de-casa.
Hoje, com tantas casas, é difícil ver o verde. Uma das referências mais antigas do bairro é a capelinha na rua Tulipa. Outra, é a paróquia de Santo Antônio de Pádua.
Vontade de mudar
O bairro guarda uma grande riqueza: a vontade de crescer de muitos moradores. Há um ano, eles criaram uma oficina de vassouras feitas de garrafas pet. O processo é simples: as garrafas são lavadas, cortadas em tiras finas, aquecidas por 30 segundos e então encaixadas na madeira.
Cada vassoura é vendida por R$ 5 e representa bem mais para os participam da oficina. "O projeto, além de servir para tirar o lixo do meio ambiente, serve também como fonte de renda para essas famílias", disse o supervisor de produção José Carlos Bezerra.
A autônoma Júlia Rodrigues é uma das 12 pessoas que trocou a vida incerta catando lixo pela fábrica artesanal. Mais do que fazer vassouras, ela aprendeu que é possível mudar de vida e ainda acreditar no futuro. "A gente aprende e ensina aos outros também, porque Deus não quer que a gente guarde para a gente. Se a gente recebe de graça, dá de graça".
Por enquanto, a associação que Júlia trabalha vende as vassouras nas ruas do bairro, de porta em porta, mas eles aceitam encomendas. O telefone para contatos é o 3282.1174. Essa iniciativa pode ser uma saída encontrada pela própria comunidade para que as famílias mais pobres consigam se inserir no mercado de trabalho.