Cânons Ortodoxos Os cânons das Igrejas Ortodoxas

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Cânons Ortodoxos - Os Cânons das Igrejas Ortodoxas
O cânon das Escrituras Sagradas sempre foi uma questão central na história do cristianismo. Enquanto algumas tradições procuram limitar o cânon do Antigo Testamento aos 39 livros aceitos pelo judaísmo rabínico após o primeiro século, as Igrejas Ortodoxas, assim como a Igreja Católica, mantiveram uma abordagem mais ampla, que reflete uma continuidade com a prática litúrgica e doutrinária dos primeiros cristãos.
As Igrejas Ortodoxas, em suas diversas tradições, possuem cânones que são, no mínimo, equivalentes ao cânon católico, contendo 73 livros. Em alguns casos, incluem apenas até dois livros a mais, como 3 Macabeus, 1 Esdras (grego), sendo a Oração de Manassés ou o Salmo 151 seções e não livros. Essa pluralidade de tradições demonstra que nunca houve um consenso cristão primitivo que limitasse o cânon do Antigo Testamento aos 39 livros adotados posteriormente pelos judeus rabínicos.
A aceitação de livros adicionais, conhecidos como deuterocanônicos, nas Igrejas Ortodoxas e Católica prova que a fé cristã não baseou seu cânon no judaísmo pós-Templo. Isso reflete a rejeição dos cristãos primitivos em adotar o cânon definido pelo judaísmo farisaico, que buscava se distanciar do cristianismo nascente. Ao invés disso, as comunidades cristãs abraçaram o cânon da Septuaginta, a versão grega das Escrituras usada amplamente no período do Segundo Templo e citada no Novo Testamento.
Os deuterocanônicos, como Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, Tobias e Judite, estão profundamente enraizados na tradição litúrgica, teológica e patrística das Igrejas Ortodoxas. Esses textos não apenas são citados por diversos Padres da Igreja, como também serviram como base para a doutrina e a espiritualidade cristãs desde os primeiros séculos. Por exemplo, Santo Atanásio de Alexandria e São João Crisóstomo citaram livros deuterocanônicos em seus escritos, demonstrando que tais livros eram parte integrante da fé cristã.
Além disso, a inclusão de livros adicionais em algumas tradições ortodoxas, como 3 Macabeus e 1 Esdras, reforça a diversidade e a riqueza do testemunho cristão primitivo sobre as Escrituras. Essa variação entre os cânones ortodoxos, longe de enfraquecer a unidade da fé, demonstra que os cristãos primitivos estavam mais preocupados com o conteúdo espiritual e teológico dos livros do que com uma lista rígida e fechada.
Outro ponto crucial a ser considerado é que os rabinos não possuem autoridade para definir o cânon, seja do Antigo Testamento, seja do Novo Testamento. O cristianismo, desde seus primórdios, se baseou na autoridade apostólica e não na tradição rabínica para a definição de sua doutrina e Escrituras. Além disso, há entre os próprios judeus uma diversidade de cânones. Existem grupos que aceitam apenas os cinco livros da Torá (Pentateuco), enquanto outros incluem todos os deuterocanônicos que os protestantes erroneamente chamam de apócrifos. Essa diversidade comprova que os judeus rabínicos não detinham nem unanimidade nem a autoridade definitiva sobre o cânon das Escrituras.
Ainda mais relevante é o fato de que o processo de definição do cânon rabínico se estendeu por séculos, não sendo finalizado antes do período entre os séculos VII e XI. Isso reforça que o judaísmo rabínico não estabeleceu de maneira definitiva um cânon no período em que o cristianismo já estava plenamente formado, com sua própria tradição escritural consolidada. O uso da Septuaginta pelos cristãos reflete a independência da Igreja em relação às decisões tardias do judaísmo rabínico.
Portanto, a existência de cânones ortodoxos mais amplos é um testemunho de que o cristianismo nunca esteve limitado à visão restritiva do cânon rabínico. Desde os primeiros séculos, os cristãos reconheceram que a Palavra de Deus se manifestava de forma mais ampla do que os limites impostos pelo judaísmo pós-templo. A fé cristã sempre se fundamentou em uma tradição viva e apostólica, que transcende as fronteiras do cânon judaico e testemunha a plenitude da revelação divina.
Assim, os cânones das Igrejas Ortodoxas, semelhantes ao cânon católico, reafirmam que o Antigo Testamento cristão nunca foi baseado exclusivamente no cânon do judaísmo farisaico. A prática histórica dessas igrejas, junto com os testemunhos patrísticos, confirma que o cristianismo primitivo sempre manteve uma visão mais ampla das Escrituras, refletindo a riqueza da tradição cristã apostólica.

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