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O Castro de São Lourenço localiza-se no monte do mesmo nome, na freguesia de Vila Chã, município de Esposende, distrito de Braga, em Portugal.
O castro de S. Lourenço é um povoado fortificado, no qual foram encontrados vestígios que recuam ao séc. IV a.C. e séc. II a.C. com variados períodos em que suas casas vão sendo construídas por todo o monte em patamares derivado á inclinação íngreme do terreno. A área escavada mostrou a existência de núcleos habitacionais, os quais são frequentemente rodeados por lajes de granito. A defesa era assegurada por três muralhas. Nos finais do séc. I a.C. assistiu-se a várias transformações que perduraram até ao séc. IV d.C., com todos os indícios de romanização. Após um período de abandono o Monte de S. Lourenço volta a ser ocupado, por volta do séc. XIV quando é erguido um sistema defensivo, amuralhado, que tilizariam o cume deste monte, para observarem a costa litoral e a foz do rio Cávado, assim como para se defenderem, em épocas posteriores, de ataques dos Vikings e piratas mouros que por diversas vezes assolaram a região.
Neste castro existem zonas especificas, que foram ocupadas em épocas diferentes e de formas diferentes. Por esse motivo os arqueólogos dividiram-no em sectores, unicamente por uma questão de melhor se compreender as suas diferenças. As intervenções arqueológicas ocorrem um pouco por todo o monte de São Lourenço e dividem-se por setores: A, C, CV, D, E, N, M1, M2 e T.
O Setor CV (caminho velho), é aquele que eu mais gosto, já mais perto da atual capela de São Lourenço mas ainda na encosta Norte, apresenta as casas em patamares, sendo esses patamares suportados por muros de sustentação. Neste sector foram restauradas algumas casas para que mais facilmente seja possível idealizar a sua forma original, como se formava um núcleo familiar naqueles tempos idos. As casas restauradas correspondem aos exemplares da época da mudança de era (do século I a. C. para o século I d. C.)
O setor C (caminho de acesso à capela), terá sido habitado entre o século III-II a. C. Ou até ao quarto século da nossa Era. As casas são circulares ou sub-rectangulares, tendo sido algumas paredes, no seu interior, rebocadas e pintadas a branco ou amarelo ,algumas representando um rodapé a cinzento. O chão era coberto com saibro bem amassado e bem calcado. As casas circulares tinham o tecto em forma cónica, cobertas por elementos vegetais, ( colmo ), enquanto que as outras mais alongadas tinham o teto formado por uma ou duas águas. No centro de cada casa acendia-se o lume ou fogueira, ao centro havia também um pilar de sustentação do telhado, que sendo de palha era preso por placas de xisto, para que o vento não as levasse. Na época da romanização, começou a ser utilizado no telhado a tégula (telha) de barro vermelho que vieram substituir a cobertura vegetal até aí utilizada.
Com a necessidade de aumentar o espaço de cada casa, os seus habitantes começaram a acrescentar-lhe uma espécie de vestíbulo, que os arqueólogos chamam de "caranguejo", pela forma como é aparente. Com a necessidade de separação de famílias que viviam em casas contíguas, foram construídos muros que separavam as casas em núcleos habitacionais e familiares. O chão entre as casas poderia ser coberto por lajes e era utilizado para secagem de cereais ou frutos, além de proporcionarem uma melhor comodidade, formando ruas estreitas e mais limpas de se tornarem lamacentas na época no inverno.
Quanto ao setor D, este situa-se à entrada do castro, no início do caminho de acesso à capela. Ali se encontra a muralha castreja e romana, que posteriormente foi reformulada, em época medieval para a proteção das gentes que habitavam o castro.
O Setor T foi um dos mais escavados. Este, encontra-se no pequeno vale que dá acesso à antiga pedreira, que se encontra a meio da encosta, cujo caminho de acesso a este acabou por destruir uma parte deste sector. Aqui, foram encontradas cerâmicas de diversas épocas e contextos culturais, sendo que as peças de maior destaque são as cerâmicas gregas, do século IV a.C.encontrada no sector T. Ainda aqui, foi encontrado um conjunto importante de moedas romanas em prata (denários), pertencentes à época de Augusto e de Tibério.
Os setores M1 e M2, encontram-se a meio da encosta e são formados por dois núcleos habitacionais formados por casas circulares e sub-rectangulares, com lajeado a cobrir o caminho entre as habitações. Aqui foi encontrado outro tesouro de moedas, pertencentes à época da República Romana.
Os materiais mais antigos encontrados até ao presente, que se tenha conhecimento datam do Calcolítico, a atestar a presença de alguns fragmentos de vasos (recipientes abertos ).
O material arqueológico exumado nas diversas intervenções arqueológicas ocorridas encontra-se sob a guarda dos Serviços de Arqueologia da Câmara Municipal de Esposende, estando o mais significativo exposto no Museu Municipal de Esposende, na cidade de Esposende.