Como a guerra das tarifas nos poderá afetar?

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Күн бұрын

Donald Trump promete e já está a usar tarifas para travar importações. A política protecionista vai ter consequências. Quais? Miguel Faria e Castro é professor e economista na Reserva Federal do Banco de Saint Louis…
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Пікірлер: 4
@Solrac-Siul
@Solrac-Siul 5 күн бұрын
Quando estava na escola, há muitos anos, lembro-me da professora de História falar do mercantilismo. Anos mais tarde, quando cursei História, foi-me atribuído um trabalho na cadeira de Metodologia da História sobre o mercantilismo. Na altura, acho que li tudo o que havia sido escrito sobre o assunto. Isso foi há mais de 25 anos, mas algumas coisas ficaram. Para quem não sabe, os mercantilistas nunca se intitularam mercantilistas nem definiram as suas políticas nesse âmbito. Foram os críticos desse tipo de orientação que atribuíram o nome mercantilismo, e fizeram-no com um intuito claramente pejorativo. Isso aconteceu porque todas as nações que seguiram esse tipo de políticas, com exceção da Inglaterra, tiveram resultados negativos ou mesmo calamitosos e pelo facto dos mecanismos dessse tipo de politica priveligiarem respostas simétricas, o que eventualmente resulta em guerras que acabam por expandir para além da esfera comercia. Para referência histórica, Inglaterra, Espanha (até certo ponto Portugal), França e o que hoje é a Holanda iniciaram, há cerca de 300 anos, um conjunto de políticas económicas cujo objetivo central era garantir um saldo positivo na balança comercial, fomentando a produção interna e enfraquecendo ou estagnando os adversários comerciais por meio da aplicação de tarifas. A já mencionada exceção inglesa deve-se ao facto de a Inglaterra não se preocupar verdadeiramente com o volume de importações nem com a imposição de tarifas sobre elas, mas sim em garantir que vendia bens de maior valor do que os que importava. A Revolução Industrial ajudou nesse processo, mas mesmo antes disso, a estratégia inglesa já apontava para a diversificação de mercados. O maior exemplo está diretamente relacionado connosco: em vez de comprar vinho francês, os ingleses passaram a comprar vinho de... Portugal. Isso levou ao estabelecimento do Tratado de Methuen, que basicamente permitia o livre comércio de produtos vinícolas portugueses para Inglaterra, ao mesmo tempo que garantia aos ingleses a colocação dos seus produtos manufaturados em Portugal e, por extensão, nas colónias portuguesas. Foi assim que o Vinho do Porto se tornou famoso. Se França, Holanda e Espanha não queriam comprar produtos britânicos, a Inglaterra simplesmente os vendia em outros mercados, como Portugal, Itália, os países nórdicos e assim por diante. É por isso com alguma estupefação que vejo esta política americana, particularmente quando dirigida à Europa. Se analisarmos bem a situação, a Europa vende principalmente para os EUA - e dá preferência aos EUA - por razões políticas e diplomáticas. Não é que a Europa não possa vender os mesmos produtos para outros mercados ou que não existam outros parceiros interessados. A China vem tentando aumentar suas relações comerciais com a Europa há pelo menos 10 anos e, se não alcançou o sucesso desejado, foi por uma razão simples: a Europa deu preferência aos EUA. Algo que agora provavelmente mudará. Além disso - e este é um problema que muitos dos meus colegas americanos (Trabalho para uma multinacional americana) não conseguem entender, já que a maioria nunca saiu do país - os produtos que os USA vendem com sucesso na Europa (Semi condutores, componentes electrónicos, hardware e software) já são comercializados com sucesso apesar das taxas de importação e de outros custos, e o equipamento militar está sujeito a um tipo de acordo completamente diferente. Os EUA não irá alcançar sucesso que pensa vendendo produtos agrícolas, vegetais, frutas, carne, ovos ou leite na Europa. Não apenas por ser necessário atravessar o oceano Atlântico, mas também porque a qualidade da maioria desses produtos (que, aliás, contêm enormes quantidades de conservantes) é inferior à que se encontra na Europa. Supondo que esses produtos até consigam passar nas inspeções - o que eu duvido -, as pessoas podem comprá-los uma vez, perceber que têm um sabor diferente e nao pare melhor do que aquilo a que estão habituadas e dificilmente os vao comprar novamente. Como consumidores os que vamos fazer, comprar galinha com o sabor que sempre conhecemos e associamoss a galinha ou galinha que sabe a quase borracha? E nao é so galinha, posso expandir para cerejas, morangos, sumo de laranja.. nem tudo sabe mal, e alguns produtos até sao razoaveis mas nao tèm o mesmo sabor que associamos . Grande parte da indústria automóvel americana produz veículos que não são adequados para as estradas e cidades europeias. Aqueles que conseguiram algum sucesso na penetraçao nos mercados europeus fazem-no produzindo modelos especificos para a europa, producao que é feita na europa para evitar custos de transporte. O sector da aeronáutica comercial - essencialmente representado pela Boeing - não pode competir com a Airbus enquanto as portas dos aviões da Boeing continuarem a cair e a qualidade geral de construção permanecer inferior. E poderia continuar a enumerar exemplos. Finalmente as principais indústrias europeias recebem subsídios e isenções fiscais dos seus governos para operarem dentro da Europa e empregarem europeus. Elas não vão arriscar perder esses benefícios transferindo a produção para os EUA. Assim sendo, parecemos estar perante uma guerra comercial que tem o objectivo apenas de fortalecer a imagem interna da administracao americana corrente. Em termos efectivos, se for mesmo para a frente, teremos uma disrupção inicial, mas, dentro de alguns anos, os fluxos comerciais da Europa simplesmente serão redirecionados para outros mercados.
@henrisil
@henrisil 5 күн бұрын
Eu (micro consumidor) irei tentar evitar comprar produtos com origem “U. S.”!
@Kito1barros
@Kito1barros 5 күн бұрын
Da forma como está a avançar e a recuar, poderá perder a imagem de “patrão” do mundo. A montanha poderá parir um rato e antes de fazer um ano de mandato. Vamos acompanhar. 😎😄
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