Desembargador Sebastião Coelho lembra aposentadoria após discurso de Moraes e conclama à luta...

Desembargador Sebastião Coelho lembra aposentadoria após discurso de Moraes e conclama à luta contra ‘sistema contrário à população brasileira’
O desembargador aposentado Sebastião Coelho relembrou o dia, há dois anos, quando surpreendeu os colegas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios ao anunciar sua aposentadoria por não concordar com os rumos impostos à Justiça pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em seu discurso-surpresa, Sebastião Coelho enfatizou que o discurso do ministro Alexandre de Moraes equivalia a uma “declaração de guerra” contra o povo brasileiro. O desembargador enfatizou ainda que cabe aos juízes decidir segundo as leis, e não segundo “discurso de ministro, seja ele em posse, seja em Twitter”.
Sebastião Coelho mostrou o vídeo e apontou: “Vejam que eu disse que não estava feliz com o Supremo Tribunal Federal. Hoje, após dois anos, eu digo com tranquilidade: a minha decisão foi acertada. Eu realmente não teria como participar como membro do Poder Judiciário, com o meu temperamento, vendo tudo que aconteceu nesses dois anos. Mas eu vou lutar e vencer esse sistema que é contrário à população brasileira e à harmonia da nossa população”.
O desembargador Sebastião Coelho da Silva tornou-se conhecido dos brasileiros quando surpreendeu os colegas ao anunciar, ao vivo, sua aposentadoria, durante sessão do Pleno do Tribunal do Distrito Federal e Territórios. Ele explicou seus motivos: “há muito tempo não estou feliz com o STF. Quem não está feliz no órgão, não pode continuar”.
O desembargador explicou que esteve presente na posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral e disse que, no seu entender, o ministro fez uma “declaração de guerra ao País”. O desembargador acrescentou: “eu não quero participar disso”.
Sebastião Coelho da Silva disse: “Eu, como corregedor do Tribunal Eleitoral, estive na posse do eminente ministro Alexandre de Moraes, e eu esperava sinceramente que o eminente ministro aproveitasse a presença dos principais candidatos e dos ex-presidentes da República, e do presidente da República, para fazer uma conclamação de paz para a nação. Mas, ao contrário, o que eu vi, ao meu sentir, o eminente ministro Alexandre de Moraes fez uma declaração de guerra ao País. O seu discurso é um discurso que inflama, um discurso que não agrega, e eu não quero participar disso”.
O desembargador acrescentou: “Enquanto eu estiver aqui, vou cumprir a Constituição, vou cumprir as leis e as decisões judiciais. Eu não vou cumprir discurso de ministro, seja ele em posse, seja em Twitter, seja em redes sociais. O magistrado tem que ter sobriedade. Quando o magistrado fala fora do processo, ele causa desagregação. E o magistrado foi feito, os juízes foram constituídos por Deus para fazer justiça e para pregar a paz”.
Antes mesmo de sua “declaração de guerra” na posse no TSE, o ministro Alexandre de Moraes já mandou, nos inquéritos políticos que conduz no Supremo Tribunal Federal: “estourar” jornais, mandando apreender todos os equipamentos; prender jornalistas, manifestantes, um parlamentar e um presidente de partido, por crime de opinião; quebrar sigilos de parlamentares, cidadãos e empresas; proibir a manifestação de jornais, parlamentares e cidadãos nas redes sociais; proibir contato entre pessoas; proibir parlamentares de concederem entrevistas e de participarem de eventos públicos; entre muitas outras medidas tomadas sem respeito ao devido processo legal, sem acesso aos autos, e sem lei anterior que defina os supostos crimes sendo investigados.
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