Diferenças Teóricas e Técnicas entre Freud e Lacan

Nesta Live trago um assunto que atravessa o curso online Dossiê Lacan: Teoria e Experiência Psicanalíticas: diferenças teóricas e técnicas entre Freud e Lacan.
No curso é possível buscar aulas com temas específicos ao utilizar as tags, que são os marcadores que identificam cada aula. Assim, ao clicar na tag "Freud x Lacan" em uma aula, você verá todas as aulas em que faço reflexões sobre as diferenças entre os dois psicanalistas. No total são 27 tags marcando as 76 aulas do curso para que faça um estudo mais aprofundado.
Inscreva-se gratuitamente e acesse 8 aulas do Curso: dossielacan.club.hotmart.com/
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[@flaviomendespsi]

Olá pessoal! Nesta terça, 16/11, às 20h, eu participarei de uma live com o colega da Letras, Nelson Martinelli, mediada pelo poeta Pedro Gazu. para debater o tema Poesia e Psicanálise. Convido vocês a participarem conosco! O link da live: kzbin.info/www/bejne/Z2HXdoWqrpyhg6c

[@Nandaksilva]

Comecei a estudar Lacan ontem! Já estava estudando Freud por 2 anos! Aí encontro Lacan e fico encantada com com essa abordagem! Estudo counselling na Inglaterra e sou formada em comunicação então toda essa “coisa” da linguagem me deixa super animada! (Achei Lacan chic!) Obrigada por compartilhar tanto conhecimento, você tem uma ótima didática! Parabéns! 👏🏻👏🏻👏🏻❤️❤️

[@flaviomendespsi]

Oi Fernanda, legal saber sobre seu percurso e obrigado pelas palavras! Você poderia contar um pouco mais sobre o seu trabalho na Inglaterra? Eu gosto de conhecer e ter notícias do que vem acontecendo em outros lugares. Além disso, você tem notícias sobre a Psicanálise por aí, sobre como ela está funcionando? Agradecido!

[@Nandaksilva]

@@flaviomendespsi Olá! Sobre saúde mental aqui na Inglaterra, na maioria dos casos o sistema de saúde daqui (NHS) indica, incentiva as pessoas com dificuldades emocionais a procurarem os “counsellors”, e há uma variedade bem grande de formação nesse sentido, não é uma profissão regulamentada aqui mas tem um órgão chamado BACP - British Association of Counselling and Psychotherapy. Ser parte dessa instituição dá credibilidade ao trabalho do terapeuta aqui porque há uma série de exigências relacionadas a ética da profissão e ao processo de educação continuada que nesses caso é obrigatório ter um número de horas específico anualmente para continuar fazendo parte da associação. (BACP) O campo de trabalho relacionado a saúde mental é muito variado e tem muito oportunidades diferentes, porque aqui eu diria que os ingleses gostam de “cada macaco no seu galho” ou seja, cada área específica com um profissional especialista, eles não são generalistas mesmo! No meu caso tenho várias formações de prestação de “socorro emocional” psicanálise introdutória e Terapia cognitivo comportamental e trabalho com pessoas em crise! Já a formação de psicanálise só é oferecida pela Associação de Psicanálise Britânica e são no mínimo 3 anos. Existem cursos livres de psicanálise mas são de caráter introdutório e não permitem que a pessoa possa praticar a clínica psicanalítica. Existe também grupos de suporte que prestam “socorro emocional” há muito trabalho voluntário nesse campo e o governo promove cursos de capacitação que são excelentes! Ser voluntário aqui é um trabalho muito respeitado! Eles tem muitas instituições de incentivo à saúde mental como: “Samatirans” “young minds” e muitos outros, onde inclusive a própria família real participa de forma ativa e da todo suporte! Bom, espero poder ter esclarecido, claro que tem muito outros aspectos que eu poderia explicar mas ficaria muito longo aqui! Quem sabe numa outra oportunidade! Obrigada pela atenção!

[@flaviomendespsi]

Oi@@Nandaksilva , nossa, obrigado pelo retorno! Isso ajuda a entender como a área da Saúde Mental é organizada em outros países e refletir sobre como está no nosso. Achei bem interessante o que você falou sobre o trabalho dos terapeutas, "counsellors", e as diferenças de formação entre os conselheiros e os psicanalistas, mesmo que haja a possibilidade de estudar conteúdos de psicanálise fora do contexto de formação psicanalítica. Pelo que entendi, então, a Psicanálise tem seu espaço na Inglaterra como um campo autônomo e sua formação está ligada à Associação de Psicanálise Britânica, que é quem autoriza a prática clínica. Imagino que, por conta disso, o estudo de Psicanálise nas graduações de Psicologia deve ser reduzido. Você tem informação sobre isso? Outra coisa, você sabe dizer como é a recepção (positiva, negativa, indiferente, p. ex.) da Psicanálise pela população? Também achei importante sua fala sobre a preocupação com a saúde mental, que é um cuidado incentivado tanto pelo governo quanto por outras instituições. Aqui no Brasil tem aparecido uma maior preocupação da população com a saúde mental, mas o governo atual tem fragilizado as políticas públicas. Fico grato pelas informações, Fernanda! Foi um bom retorno pra pensar.

Sou estudante de psicanálise e seus vídeos tem sido um reforço muito bem aproveitado, obrigado.

[@flaviomendespsi]

Oi Marco! Que bom saber! Então, boa caminhada nos estudos!

[@robson5856]

Era exatamente esse tipo de vídeo que eu tava procurando. Vou maratonar todos os videos da série do lacan kkkkk

[@maravasques8107]

Sou acadêmica de Psicologia, aprendo muito contigo. Obrigada por compartilhar teu rico conhecimento.

[@flaviomendespsi]

Oi Mara! Que bom saber que o conteúdo tem te ajudado no estudo. Fique à vontade para caminhar com os trabalhos no canal!

[@Terapia888Master]

Vc é muito claro. Muito grata a vc.

[@flaviomendespsi]

Oi Silvana, que bom! Fique à vontade para acompanhar o canal! Inclusive, se puder, conte um pouco sobre sua relação com a Psicanálise, pois assim eu vou conhecendo quem se aproxima do canal.

[@raquelcatunda9801]

Excelente exposição!!! Muito obrigada por compartilhar seus conhecimentos por aqui.

[@flaviomendespsi]

Obrigado, Raquel! Fique à vontade para caminhar pelo material do canal. Até mais!

[@fabiolaenoqueribeiro9867]

prof , so tenho a agradecer as suas aulas, parabens !

[@flaviomendespsi]

Oi Fabíola! Fico contente por isso! Se puder, conte um pouco de sua relação com a psicanálise. Isso é importante pois gosto de conhecer quem vai se aproximando.

[@JaderFuCk]

Parabéns pelo vídeo Flávio! Adoro os teus vídeos e o conteúdo que você poe neles, continue assim!

[@flaviomendespsi]

Agradecido, Jader! Até mais!

[@GiselleMarangon]

Muito bacana pra auxiliar a nós, estudantes, Psicanálise, no meu caso. Parabéns pelo trabalho e disposição em compartilhar.

[@flaviomendespsi]

Ei Giselle, que bom! A proposta é auxiliar no estudo realmente. Se te interessar, conheça as propostas do projeto Psicanálise Paralêla e do curso Dossiê Lacan. São atividades distintas, mas podem ajudar a se aprofundar nos estudos em Psicanálise. ABraço!

[@Jesselizeu]

Vc e um fantástico professor por sua sinceridade, aprendo muito com vc, sucessos

[@flaviomendespsi]

Gentileza, Jess! Obrigado e sucesso pra gente!

[@robertocosta77]

Parabéns Flávio! você é muito melhor que muitos famosinhos da nossa área kkkk tú vai longe...! abraços

[@flaviomendespsi]

Oi Roberto, te agradeço pelas palavras! Espero sustentar um trabalho rigoroso para evitar cair nos problemas da fama. Abraço!

[@lucinaidepinheiro]

Professor muito obrigada pelos esclarecimentos. Estou iniciando os estudos de Lacan, são bem inacessíveis para uma leiga como eu mas, provocadores e estimulantes para o pensamento, reflexão e compreensão de novas teorias, altamente execitante essa busca. Investigarei suas outras publicações. Obrigada e Felicidades.

[@flaviomendespsi]

Oi Lucinaide! Que bom que o material do canal está contribuindo para se aproximar gradativamente. Vale a pena assistir os vídeos da playlist Dossiê Lacan, os do Psicanálise Paralêla e também, se te interessar, adquirir o curso Dossiê Lacan, que é uma introdução aprofundada à obra dele.

[@clarissadasilveiraesilva6387]

Adorei. Foi uma super aula! Obrigada!

[@flaviomendespsi]

Ei Clarissa, que bom! Se ficou alguma dúvida, fique à vontade para perguntar, ok! Abraço!

[@lidiarangelmirandalidia4078]

Sou estudante de psicanálise ,as suas aulas estão ajudando muito para entender claramente esse saber tão complexo, gratidão 🙏

[@flaviomendespsi]

Oi Lidia, que bom que as aulas tem contribuído! Boa caminhada em seu estudo!

[@Nivel02]

Obrigado pelo Video Flavio, sou calouro na universidade e ainda senti um pouco de dificuldade para entender todas essas conceituações mas ainda assim consegui absorver algo.

[@flaviomendespsi]

Oi oCansado! Obrigado pelo retorno! Rapaz, eu fiz um resumão de vários aspectos conceituais e técnicos, pode ficar tranquilo porque seria pedir muito entender de uma vez. No Psicanálise Paralêla e no curso Dossiê Lacan eu sigo mais tranquilamente nas apresentações. Você tem feito que curso? Se puder, conte um pouco como chegou por aqui.

[@rosa-so-to5688]

Muito bom!!! Bem didático Flávio, ficou bem fácil de entender. Te agradeço!

[@flaviomendespsi]

Gentileza, Rosa! Obrigado pelas palavras. Que bom que o material contribuiu! Fique à vontade para conhecer o conteúdo do canal, ok!

[@marcospeters8507]

Parabéns pelos trabalhos produzidos..

[@flaviomendespsi]

Obrigado, Marcos! Se puder, conte um pouco de sua relação com a psicanálise. Gosto de conhecer quem vem se aproximado do canal. Abraço!

[@Paposubjetivo]

Parabéns!! Seus videos estão cada vez mais bem debulhado. Messias Filho Arapiraca - AL.

[@flaviomendespsi]

Oi Messias, obrigado! Que bom retorno!

[@fabiolaenoqueribeiro9867]

As suas aulas me dao inspiracao para ler e pensar,obg

[@flaviomendespsi]

Oi Fabíola! Que bom saber!

[@dulcealves8361]

Muito bom Flávio, bem explicado. Gosto muito da forma clara como transmite o saber. Assuntos difíceis você consegue tornar compreensível.

[@flaviomendespsi]

Oi Dulce, obrigado pelo retorno! Fico contente em poder contribuir tentando avançar em relação a essas dificuldades que encontramos no campo.

[@marcelocarvalho2809]

Dulce, instale o AdBlock para bloquear esses anúncios.

[@flaviomendespsi]

@@marcelocarvalho2809 , obrigado por compartilhar a dica aqui no canal! kkk

[@daniellaalvaresdasilva5265]

Seu vídeos me ajudaram a compreender psicanálise... Obrigada

[@daniellaalvaresdasilva5265]

Sou estudante de psicologia em BH

[@flaviomendespsi]

Oi@@daniellaalvaresdasilva5265 ! Poxa, legal saber que eles tem contribuído! E como o estudo de Psicanálise está sendo feito no curso de Psicologia daí? Seria bom conhecer um pouco.

[@sollima7860]

Acabei de conhecer e adorando.

[@flaviomendespsi]

Que bom, Sol! Se puder, conte um pouco sobre sua relação com a psicanálise, que assim vou conhecendo quem se aproxima. Até mais!

[@gloriadefatimaveigadossant5778]

Muito bom parabéns

[@flaviomendespsi]

Obrigado, Glória!

[@fernandafernandes7877]

Olá, Sou Fernanda, sou assistente social por formação, mas no momento estou conselheira tutelar. condado_PB. Sempre quis fazer um curso na área de saúde mental desde da minha adolescência. A psicanalise venho como um divisor de águas na minha vida , tanto na profissional como pessoal.

[@flaviomendespsi]

Oi Fernanda, que bom que você tem conseguido seguir seu caminho! Boa caminhada!

[@user-gs6qz9tv2v]

Muito bom

[@ressignificando45]

Show 👏🏽

[@flaviomendespsi]

Que bom!

[@antoniocordeiro6150]

Boa tarde de São Bernardo.

[@raphaelaschmidt2705]

muito boa essa aula!

[@flaviomendespsi]

Que bom, Raphaela! Ficou algum tópico que você gostaria de conversar a respeito? Além disso, se puder, fale um pouco de sua relação com a psicanálise, que assim vou conhecendo melhor quem se aproxima do canal. Até mais!

[@sandroqmoraes9051]

Fala sobre o contesto de Terra 1 e terra 2 das hostórias em quadrinhos DC e o Terra 1 e terra 2 do psiquiatra Jorge forbes.O que me intriga,é o poque o sentido é inicio e modernidade,possibilidades sendo que forbes disse que criou o termo Terra 1 e terra 2?

[@flaviomendespsi]

Oi Sandro! Eu não tenho ideia do que seria a Terra 1 e Terra 2 dos quadrinhos. Sobre a proposta de Forbes, ele propôs as terminologias para falar de uma mudança na sociedade, de um modelo verticalizado em função às referências que tínhamos, para um modelo mais horizontalizado, com perda das referências simbólicas e abertura para as decisões singulares. A sua pergunta seria melhor respondida por ele, então seria legal ir ao canal dele para perguntá-lo. O que você acha? Se quiser materiais, vale a pena ler e assistir os que ele próprio produziu: Terra Dois, apresentado no TED: kzbin.info/www/bejne/bZeuqISqi9GofZo O que seria Terra 2: www.ipla.com.br/cursos/clinica-psicanalitica-terradois-jorge-forbes/ Até mais!

[@wilsoncastellodealmeida5069]

parabéns professor Flavio Mendes.Aproveito para apresentar-lhes meu livro :"Fontes do pensamento de Jacques Lacan" da Summus Editorial São Paulo 2021 Boa Leitura

[@flaviomendespsi]

Olá Wilson, obrigado por compartilhar a informação do livro!

[@carlosfreitas71]

Muito boa aula, Flávio.... (Freud pescou o peixe, e foi didático pois só queria vender o peixe dele. Lacan... já tinha o peixe e o preparou à gourmet.)

[@flaviomendespsi]

Agradecido, Carlos!

[@negociaraca.oprofclaudio7919]

Que aula boa!!

[@flaviomendespsi]

Que bom, Cláudio! Se puder, conte um pouco sobre sua relação com a Psicanálise, que assim eu vou conhecendo quem se aproxima do canal.

[@Tamtamtamtamm]

Nossa! Muito claro!

[@flaviomendespsi]

Que bom, Taynara! Como você está estudando o Dossiê Lacan, você verá que todos esses tópicos estão trabalhados ao longo do curso. Tem muito assunto pela frente!

[@Tamtamtamtamm]

@@flaviomendespsi reassistindo e ainda admirada pela sua didática!

[@flaviomendespsi]

Oi@@Tamtamtamtamm ! Grato pelas palavras!

[@shi7_taro203]

Maravilha 😍😍😊🙏😍😊

[@flaviomendespsi]

Que bom!

[@sergioclemente1488]

Prof. boa noite! Quando eu escutei a sua explicação nesse vídeo sobre a RESISTÊNCIA em Lacan o que veio no meu pensamento(na minha mente) foi a seguinte metáfora: "A resistência em Lacan é como se fosse vários armários e cada armário com o seu cadeado (O que se usa para prender, tornar fixo ou fechar alguma coisa) e as chaves de cada um desses armários esta com o psicanalista e a hora de abrir esse armário não é a hora do analista, mas é a hora do paciente. É o paciente, que determina a hora de abrir, e não o psicanalista. As chaves esta com o psicanalista, mas a hora para abrir cada armário(que representa as angústias do paciente) não depende de nós(psicanalistas), mas do paciente. O que o Sr. achou da minha metáfora? Essa minha ideia(insight) veio quando o Sr. falou que: "É uma tentativa de corrigir o erro do analista" Ou seja: " Você(o analista) têm as chaves, mas eu(o paciente) só vou permitir que vc abra quando eu mandar" (minuto 57:40).

[@flaviomendespsi]

Ei Sergio! A metáfora é bonita, mostra a preocupação em que consigamos abrir os cadeados de angústia do outro. Entretanto, as chaves não estão com o psicanalista, pois isso seria dizer que ele sabe, de antemão, os segredos que abrem as pessoas, ou seja, ele não precisaria escutá-las ou bastaria esperar tranquilamente até a hora de abrir chegar. Se as chaves forem as palavras, os significantes do paciente, elas não estão com o analista mas com o próprio paciente. Seria ao longo da escuta que o analista conseguiria colher uma aqui e outra acolá e devolvê-las ao paciente, pois, embora este tenha as chaves, ele não sabe que as tem consigo nem sabe como alcançá-las sozinho. É o trabalho dialógico e dialético que permite com que algo aconteça. Essa metáfora serve para falar da relação entre o sofrimento e a palavra, mas não contribui tanto para pensar a resistência na concepção do Lacan. O que falei na Live é que, diante dos tropeços do analista, a resistência se produz no paciente como forma de orientar o analista a retomar sua posição de trabalho. Se você quiser se aprofundar nessa discussão, assista o episódio 28 do Psicanálise Paralêla, chamado "Intervenção sobre a Transferência", texto no qual Lacan fala do assunto. Até mais!

[@sergioclemente1488]

Sua fala no minuto: 26:00.... O Sr. fala sobre a diferença do inconsciente de Freud e Lacan. Lembro-me muito bem quando eu estudei com o Sr.(psicanálise paralêla) uma frase que eu guardei : "A linguagem estrutura os pensamentos" isso em Lacan. Pois bem a minha pergunta é a seguinte: - "Essa linguagem que estrutura o pensamento" é o pensamento de quem? de ambos(psicanalista e paciente) ou só a do paciente? ou só do psicanalista? Obs. penso eu um seguinte, se existe uma comunicação entre ambos os pensamentos de ambos vão ser estruturados; sim ou não? eu estou correto ou não?

[@flaviomendespsi]

Ei Sergio! Não lembro o contexto em que falei disso, mas falei de forma genérica que a linguagem estrutura o pensamento. Essa não é uma fala do Lacan. Caso você lembre o episódio, me avise que consultarei. Sobre sua pergunta se a linguagem estrutura o pensamento de quem, ela tem um equívoco. A linguagem estrutura o pensamento do ser humano, independentemente se ele é psicanalista ou paciente, se ele é ocidental ou oriental, ouvinte ou não ouvinte. A linguagem é estruturante do humano. Sua outra pergunta, se existe comunicação entre pensamentos, também tem um equívoco, pois pensamentos não se comunicam, a não ser que estejamos falando de telepatia, e telepatia já está fora do âmbito de nosso estudo. Aqui caberia fazer um estudo sobre a linguagem e a relação entre linguagem e pensamento. Se você tiver interesse, vale, para introduzir, ler a obra de Ferdinand de Saussure, "Curso de Linguística Geral", que é bem agradável e apresenta uma concepção de linguagem e sua importância. Até mais!

[@guilhermeagostinho9857]

Lacan diz coloque algo de si dentro da psicanálise, assim como ele afirma que ele colocou, eu vejo que o estilo freudiano e lacaniano são distintos, pode ser que Lacan realmente ampliou a psicanálise de maneira que ele mesmo se intitulava freudiano. O princípio que Freud fez a criação pra que a psicanálise passasse a ser também conhecida pelas pessoas e Lacan vem dando um foco pro linguístico . Se não for isso me ajude a pensar melhor sobre adorei o vídeo.

[@flaviomendespsi]

Ei Guilherme, inicialmente, eu estou de acordo com o que você está dizendo. Freud construiu o campo psicanalítico e o fez existir no mundo. Havia uma preocupação imensa em tornar a psicanálise conhecida e ele fez um trabalho rico com várias questões da cultura, desde a clínica até o mal-estar na civilização. Lacan foi bem distinto, seu trabalho se voltou para os psicanalistas, sua formação e seu ato, e ele formalizou os conceitos do campo a partir de sua leitura subversiva da linguística, da lógica, da matemática, da filosofia, e da própria teoria freudiana. Isso não torna as teorias de ambas complementares, no sentido de que um conceito lacaniano seria um complemento ao de Freud. Não acho que sejam nem uma extensão uns dos outros. A maioria mesmo só manteve a nomenclatura, ganhando novas formas. No entanto, a teoria lacaniana está intimamente relacionada a um estudo profundo e árduo da obra freudiana, e, nesse sentido, não dá para pensar facilmente uma sem a outra se estivermos no campo lacaniano. Que bom que você gostou do vídeo! Se puder, conte um pouco de sua relação com a psicanálise, que assim vou conhecendo quem se aproxima. Até breve!

[@guilhermeagostinho9857]

@@flaviomendespsi por enquanto minha relação pela psicanálise estão através dos livros eu só leio mesmo comecei a faculdade de psicólogia e parei no 2 periodo mas ainda estou para voltar embora quando eu estava cursando enfermagem que sou tec de enfermagem estudei a diferença entre psicologia , psiquiatria e psicanálise. Meu sonho ser um psicólogo psicanalista .

[@flaviomendespsi]

Oi@@guilhermeagostinho9857 ! Entendo. Você está fazendo seu percurso de acordo com as possibilidades que tem tido. Espero que futuramente possa retornar ao curso e seguir com sua formação. Boa caminhada!

[@claudiomartini1285]

Seu vídeo e ótimo, o que atrapalha e a quantidade de propaganda do you tube que tem no seu vídeo, que faz ficar cansativo ver seu vídeo

[@flaviomendespsi]

Claudio, obrigado por avisar! Acabei de olhar a parte dos anúncios para corrigir as distâncias, pois inicialmente o KZbin organizou automaticamente. Até mais!

[@nandadepaula9403]

Sou estudante de Pedagogia, sou capixaba e moro no interior do ES, nas aulas sempre citam Lacan, me despertou interesse, ainda não nos indicaram nada de Lacan para ler.

[@flaviomendespsi]

Oi Nanda! Estamos no ES então, haha. Legal que você tenha se interessado. Fique à vontade para conhecer os conteúdos do canal. Eu falo de Lacan em alguns vídeos por aqui e ali. Um que te indico, é o episódio 33 do projeto Psicanálise Paralêla, chamado "O Xadrez Psicanalítico II", da Suely Szczupack. O link é esse: kzbin.info/www/bejne/sJC5pmqMib6FZpo Até breve!

[@franciscocardoso4074]

São Caetano do Sul ABC SP

[@didiacarneiro4302]

💖💖💖💖

[@flaviomendespsi]

☺

[@josinaRenataBraga]

Renata Braga. Psicanalista cidade de Montes Claros MG

[@franciscocardoso4074]

Iniciei psicología

[@JanioOBatuta]

Você me tirou de uma encruzilhada.Muito bom.Acho que um psicanalista freudiano não pode confundir essas estradas.Fica estranho e pode confundir uma terapia.Ou estou errado,Flávio? Janio RJ

[@flaviomendespsi]

Janio, com certeza não se pode confundir essas propostas e é preciso ter muito estudo para entender a relação entre a teoria e a técnica no trabalho. Até mais!

[@JanioOBatuta]

Obrigado pela gentileza.Sucesso,e cuide-se!!

[@flaviomendespsi]

@@JanioOBatuta Por nada. Obrigado!

[@sergioclemente1488]

Prof. boa noite! sua fala: "Qualquer frase vai ser trabalhada pelos freudianos e Lacanianos o que muda é a teoria, que mostra como encaminhar essa leitura". (minuto 26:45).1) Então nesse caso quanto mais eu estudar vários autores(ou varias teorias) penso eu que isso vai me dá mais condição de ter uma escuta mais ativa? ou bem melhor, de interpretar o meu paciente? 2)E também eu gostaria de saber se eu como profissional eu sou obrigado a seguir só uma linha teórica para tratar o meu paciente ou eu posso trabalhar mais de uma linha no meu paciente? como isso acontece no setting?

[@flaviomendespsi]

Oi Sergio! Essa é uma pergunta que você já fez ao longo dos episódios do Psicanálise Paralêla e eu tentarei retomar o que te falei à época: O estudo é sempre importante pois isso tornará seu conhecimento teórico mais robusto. Mas não ainda ler qualquer coisa de qualquer jeito, é necessário conseguir entender as bases epistemológicas dos autores, também diferenciá-los quanto às suas perspectivas teóricas e técnicas. Não se trata de ecletismo teórico, de sair misturando tudo com qualquer coisa e achar que isso é conhecimento. O conhecimento implica em conseguir aproximar e afastar teorias, entender o lugar de cada uma, o que elas propõe, até onde são válidas etc. Logo, para sua primeira pergunta, ao estudar mais não significa que, necessariamente, você terá uma escuta mais ativa. Pode ser que sua escuta fique toda enviesada e misturada. Isso dependerá de como você será rigoroso em trabalhar no seu estudo com cada teoria para que elas não virem uma sopa de letrinhas na sua cabeça e misturem-se completamente. Para sua segunda pergunta, essa é uma pergunta que você deverá construir ao longo do tempo, mas te deixo algumas perguntas: Quando você estuda Lacan, ele está dizendo que devemos atender como Melanie Klein? Quando você estuda Freud, ele diz em algum texto que devemos, em certos momentos, trabalhar com a hipnose? Ou ainda, Freud diz em algum momento que ele acha possível alguma abertura, e quais aberturas? Essas perguntas não são taxativas. Elas ajudam a tomar considerações para pensar a respeito. A questão principal é: Qual é o ganho que se pode ter trabalhar com mais de uma linha na clínica se elas são distintas e propõem formas distintas de trabalhar? E a questão secundária é: Qual é, afinal, a importância da teoria em nosso trabalho? Penso que é a resposta a essas duas últimas perguntas que garantirá o encaminhamento de um estudo bem feito, pois, quando perguntamos se somos obrigador a seguir uma linha teórica é porque não vemos o valor da linha teórica, mas o valor de uma aqui e acolá, e de outra lá e cá. Esse é um problema com as teorias. Um abraço!

[@franciscocardoso4074]

Ok

[@analuizap.chianelli4923]

Esse seu curso ainda é possível fazer?. Flávio amando assistir seus vídeos. Gostaria muito de saber o que te levou a psicanálise? O que te capturou? Quando você começou na clínica começou com um viés freudiano ou já estava imerso no método lacaniano?

[@flaviomendespsi]

Oi Ana! Indo por suas últimas perguntas. Eu comecei a estudar Psicanálise na faculdade de Psicologia, e depois de formado passei a fazer parte de uma instituição lacaniana. Entretanto, eu me dei conta ao longo do tempo que os lacanianos misturam muito as teorias do Freud com a do Lacan e também não leem outros autores da Psicanálise, e isso foi deixando lacunas em minha compreensão das teorias e da clínica, por consequência. Então, decidi estudar outros autores, e também me aprofundar nas teorias do Freud e do Lacan, para entender melhor as diferenças entre as teorias e ser mais rigoroso e cuidadoso na clínica. Hoje eu entendo que não dá para trabalhar na clínica com um viés puramente freudiano. A teoria freudiana tem muitos preconceitos de época e precisa ser revista e, sem sombra de dúvidas, foi esse o trabalho que Lacan fez, ele revisou a teoria freudiana e, a partir de uma nova teoria, deu encaminhamentos distintos ao campo psicanalítico. Hoje, se eu fico sabendo de alguém que diz trabalhar somente com a teoria de Freud, eu fico realmente preocupado. Temos que continuar estudando Freud, mas não podemos ficar presos nele. Quanto a meu interesse pela psicanálise, ele se dá principalmente pela forma como a análise é entendida na teoria lacaniana como uma experiência dialética e viva, e, por consequência, como a escuta clínica e as intervenções do analista podem favorecer processos de subversão e de transformação marcados por elaborações atravessadas por uma ética do diálogo construído no contexto clínico. Em síntese, a psicanálise pode ser uma prática de cuidado a dois que respeita as singularidades no contexto clínico e não busca encaixotar a pessoa nos sistemas em que ela participa (familiar, amoroso, social, profissional etc), mas pôr em questão todos esses sistemas e seus discursos. Eu diria que há muitas outras coisas, mas a título de te dar uma resposta rápida, esse é o mais importante. Sobre o curso, sim, é possível fazer. Ele está disponível. Ele é um apanhado do que estudei sobre psicanálise nos últimos dez anos, dando ênfase à uma introdução à obra de Lacan, mas passando por Freud e vários outros autores. O pessoal que tem adquirido está gostando muito! Se você quiser conhecer mais, pode ver aqui: flaviomendespsicologo.com.br/dossie-lacan/ E se quiser outras informações sobre o curso, entre em contato! Além disso, se puder, conte um pouco de sua relação com a psicanálise, que assim eu vou conhecendo quem se aproxima do canal. Até mais!

[@analuizap.chianelli4923]

@@flaviomendespsi Oi Flávio! Muito obrigada pela sua disponibilidade de responder de forma tão clara e atenciosa! Eu me formei recentemente em psicologia, sou apaixonada pela psicanálise (começou na faculdade mas se concretizou através da minha análise pessoal) e pela prática clínica. Mas a questão do estudo ainda é uma questão pra mim, percebi que queria ler muitos autores juntos e depois do seu vídeo sobre a questão do estudo profundo decidi que realmente é necessário me aprofundar na obra freudiana pra conseguir ir fazendo paralelos com outras leituras... sem tanta pressa. Vou começar a fazer supervisão com uma lacaniana e creio que isso também irá me ajudar no percurso clínico enquanto não tenho condições de fazer uma formação propriamente dita em uma instituição. Gostaria de agradecer pelos seus vídeos! Descobri por acaso seu canal! Vou me organizar financeiramente para fazer seu curso! Abraço!

[@flaviomendespsi]

Oi@@analuizap.chianelli4923 ! Legal, que bom que você conseguiu, com o material, delinear um caminho melhor para seguir com seu estudo e seu percurso de formação. Acho que isso ajudará sim a você se preparar e se entender em boas condições para encaminhar o trabalho. E obrigado pelo retorno! Fico contente em saber que o canal tem contribuído. Qualquer coisa, avise. Até mais!

[@franciscocardoso4074]

Formação história

[@dinalvadepaula3092]

Acredito que as teorias de ambos se complementam

[@dinalvadepaula3092]

É interessante estudar Freud para entender Lacan

[@flaviomendespsi]

Oi,@@dinalvadepaula3092 ! Eu concordo contigo sobre a importância de estudarmos Freud para entender Lacan, mas eu diria mais: para entendermos a teoria lacaniana não basta estudarmos Freud, teremos também que estudar outros psicanalistas, filosofia, linguística, antropologia, matemática, lógica, topologia, literatura etc. Ou seja, o estudo de Lacan é complexo e exige muitas leituras, não se restringindo a Freud, que é um dos autores com e/ou contra quem Lacan debatia. Já em relação às teorias de ambos se complementarem a posição que defendo na Live é a de que não se complementam - o que não exclui o estudo de ambas, considerando o que falei acima. Mas eu estou aberto a conhecer outras posições, então, se você puder falar um pouco melhor do que pensa a respeito, isso me ajudaria a pensar contigo. Fico no aguardo. E fique à vontade para conhecer o conteúdo do canal, ok! Até mais!

[@patriciamedeiros4533]

Oi, e o livro "Pensamento e linguagem" de Vygotsky, tem sintonia com Lacan?

[@flaviomendespsi]

Oi Patrícia! Essa é uma pergunta que eu também me faço de vez em quando, mas nunca levei adiante para estudar. Acho que vale a pena você procurar mais informações a respeito. É provável que tenham artigos de revistas acadêmicas que trazem alguma articulação entre Vigotski e Lacan. Aproveitando, se puder, conte um pouco de sua relação com a Psicanálise e com Vigotski, que assim vou conhecendo quem se aproxima do canal. Bom estudo! Até breve!

[@ulissesribeiro5278]

Querido Flávio, seria correto ou errôneo eu dizer que Lacan trabalha com um tipo de metalinguagem? Obrigado. Parabéns por suas brilhantes aulas.

[@flaviomendespsi]

Oi Ulisses! Agradecido pelas palavras! Seria equivocado afirmar isso de trabalhar com uma metalinguagem, ao menos nas palavras dele. Lacan teceu muitas críticas à metalinguagem, uma linguagem que serviria para descrever outras linguagens. No caso do Lacan, se ele entende que a estrutura da linguagem diz respeito ao Outro (grande Outro), para ele não haveria um Outro do Outro, no sentido de uma estrutura da estrutura. Ao contrário disso, ao menos nas partes que já estudei, ele aponta que não tem como fugir da própria estrutura da linguagem corrente, e que só é possível trabalhar com essa estrutura na medida em que ela articula na fala, no ato de fala, enquanto articulação e encadeamento de significantes. Alguns exemplos do que ele diz nos textos presentes no livro "Escritos": "Relação, aqui, do sistema com sua própria constituição de significante, que engrossaria o dossiê da questão da metalinguagem e que, em nossa opinião, demonstrará a impropriedade dessa noção, caso ela pretenda definir elementos diferenciados na linguagem." (De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose, p. 544). “Partamos da concepção do Outro como lugar do significante. Qualquer enunciado de autoridade não tem nele outra garantia senão sua própria enunciação, pois lhe é inútil procurar por esta num outro significante, que de modo algum pode aparecer fora desse lugar. É o que formulamos ao dizer que não existe metalinguagem que possa ser falada, ou, mais aforisticamente, que não há Outro do Outro. É como impostor que se apresenta, para suprir sua falta, o Legislador (aquele que alega erigir a Lei).” (Subversão do sujeito e dialética do desejo, p. 827). “Esse algoritmo e seus análogos utilizados no grafo [do desejo] não desmentem de modo algum, com efeito, o que dissemos sobre a impossibilidade de uma metalinguagem. Eles não são significantes transcendentes; são os índices de uma significação absoluta, idéia que, sem maiores comentários, parecerá apropriada, esperamos, à condição da fantasia.” (Subversão do sujeito e dialética do desejo, p. 830). “Emprestar minha voz ao sustento dessas palavras intoleráveis, "Eu, a verdade, falo..." , ultrapassa a alegoria. Isso quer dizer, muito simplesmente, tudo o que há por dizer da verdade, da única, ou seja, que não existe metalinguagem (afirmação feita para situar todo o lógico-positivismo), que nenhuma linguagem pode dizer o verdadeiro sobre o verdadeiro, uma vez que a verdade se funda pelo fato de que fala, e não dispõe de outro meio para fazê-lo. É por isso mesmo que o inconsciente que a diz, o verdadeiro sobre o verdadeiro, é estruturado como uma linguagem, e é por isso que eu, quando ensino isso, digo o verdadeiro sobre Freud, que soube deixar, sob o nome de inconsciente, que a verdade falasse.” (A Ciência e a Verdade, p. 882). Isso ajuda a refletir sobre o que você havia pensado inicialmente? Se quiser colocar aqui o que estava considerando, eu posso pensar junto... Fico no aguardo. Até breve!

[@psicocriativa2506]

Olá professor gostaria de saber se como psicanalista devemos escolher uma escola específica para atendimento ou é tudo psicanalise mesmo?

[@flaviomendespsi]

Oi PsiCocriativa! Olha, eu não tenho condições de te dar uma resposta embasada em um conhecimento muito abrangente, pois eu não conheço muitas partes da psicanálise, por exemplo, não sei como é o estudo dos grupos que trabalham Ferenczi, M. Klein, Winnicott etc. No máximo, posso levantar alguns pontos considerando meus estudos das teorias de Freud e da de Lacan, o meu percurso como Psicólogo e Psicanalista, e o que vou colhendo de informações aqui no KZbin sobre a formação que o público faz, para você pensar a respeito. Diante disso, posso te dizer o seguinte: 1. Todos esses autores são psicanalistas, já que se propuseram a trabalhar nesse campo. 2. Cada um deles deu ênfase a determinados aspectos e se aventuraram sobre esses aspectos deixando de lado outros, e isso produz diferenças e contradições entre a teoria de uns e outros, o que também interfere no trabalho clínico. 3. Estudar todos eles não garante que façamos um bom trabalho na clínica, pois cada um retomou a psicanálise de sua própria forma. Mas estudar somente um nos tira do eixo da reflexão crítica sobre as diferenças e contradições que coloquei em 2. 4. De todos eles, Lacan foi o que construiu a proposta mais distinta, pois sua teoria tem bases teóricas que a distinguem fortemente mesmo da teoria de Freud, então no campo lacaniano ficará sempre a impressão de se estar num campo diferente da própria psicanálise de Freud, de Klein etc. 5. Ler todo mundo sem ter um estudo aprofundado deixará muitas lacunas e compreensões vagas das teorias e de suas técnicas. Esse ponto vai bater no que falei em 2 e em 3. 6. Eu gosto de pensar que, embora haja diferentes escolas, há um percurso histórico de desenvolvimento do campo psicanalítico e, nesse caso, há um ordenamento: Freud, Ferenczi, Psicanalistas do Ego, M. Klein, Winnicott, Lacan. Assim, considerando esses pontos, veja se isso te ajuda a pensar a respeito da sua pergunta. No meu caso, isso me ajuda a, por exemplo, encaminhar meu estudo por diferentes autores, de forma aprofundada, mas dando ênfase ao trabalho do Lacan. Fico no aguardo para saber o que você acha sobre o que falei. Até breve!

[@laertelagoi4079]

Eu mesclo mais uns ai, além dos dois..

[@flaviomendespsi]

Esse é um ponto, Laerte, que eu tenho trazido muitas vezes no trabalho do canal. Se nós chegamos a mesclar teorias por nossa própria dificuldade de compreender, o problema não está nas teorias, mas na pouca bagagem de estudo que temos. Muitas vezes, o ato de mesclar já mostra que não estamos entendendo. Como eu falo ao longo de toda a Live, Freud e Lacan tem teorias bastante diferentes, e, embora seja extremamente necessário estudar a teoria freudiana, não dá para sairmos mesclando qualquer coisa.

[@franciscocardoso4074]

Tenho psicanálise

[@uno-duo2025]

Olá, Flávio! É possível dizer, então, que uma das grandes diferenças entre Freud e Lacan seria a maneira qual é lidada a análise do discurso? E essa diferença também pode coincidir com os tempos lógicos? OBS: Valendo a crer sobre as formas como Lacan aponta a impossibilidade no discurso, algo que me parece bem diferente do que Freud faz.

[@flaviomendespsi]

Oi Uno-Duo! Caramba, boa pergunta essa da análise do discurso! Sim, eu entendo que tem uma diferença muito grande entre ambos. Freud estava mais para a hermenêutica do discurso, sua interpretação, a busca do sentido oculto por trás das associações no contexto da transferência na análise. Já em Lacan não se travava de uma hermenêutica, mas de uma forma de análise do discurso, obviamente não igual à de autores como Michel Pêcheux ou Mikhail Bakhtin, que, como Freud, considera a dimensão transferencial no contexto da análise, mas entende o discurso em sua estrutura de linguagem e sua relação com o Imaginário e o Real. No seu caso, interpretar não seria elucidar ou revelar o oculto, mas equivocar, abrir o sentido do discurso, e colher seus efeitos. Mesmo que em Freud vejamos alguns apontamos que Lacan se apropriou para falar de sua teoria, o uso que Freud fazia era completamente distinto. Por exemplo, no texto "Intervenção sobre a Transferência", Lacan destaca uma intervenção que Freud fez na análise de Dora. Nesta, Freud escutou no “ein vermögender Mann” [“um homem de posses”], dito por Dora, o “ein unvermögender Mann” [“um homem sem recursos”]. Do ponto de vista lacaniano esse é um exemplo evidente do efeito do Significante sobre o Sentido considerando a cadeia significante e a estrutura da linguagem. Isso produz equivocações, aberturas de sentidos, talvez fosse uma intervenção relacionada à um encerramento da sessão, considerando o tempo lógico. No entanto, o uso que Freud fez estava relacionado à sua hermenêutica: ele apontou para a revelação do sentido oculto do sintoma da tosse de Dora, que representaria a realização de uma fantasia sexual de sexo oral entre a sra. K e seu pai, representando seu ciúme dessa relação. Talvez o exemplo ajude a pensar essa distinção. Sobre a questão dos tempos lógicos seria bom eu entender melhor o que você pensou, pois não entendi a relação que fez de imediato. Se puder falar, agradeço! Vamos nos falando! Até mais!

[@uno-duo2025]

@@flaviomendespsi Tempo lógico e a interferência do analista no significante (que se eu não me engano se chama ponto de basta). Nesse sentido o discurso pode mudar, não é? O jovem Freud tinha como seu principal erro uma participação muito ativa na transferência do paciente, permitindo (como deve ser feito), mas alimentando mais a fantasia, como no caso Dora. Com o corte da sessão (tempo lógico), Lacan não estaria demonstrando esse fracasso da fantasia e, então, a impossibilidade do discurso?

[@flaviomendespsi]

Ei@@uno-duo2025 ! Sim, estou de acordo. Freud tinha a pretensão de preencher as lacunas da memória, ou seja, restaurar a pessoa de seus recalques, embora soubesse da dificuldade dessa empreitada. Mas, na maioria dos textos que ele fala dos objetivos, isso estava ali como apontamento. Só no final, nas Construções em Análise, que foi aparecendo outra perspectiva. Diferentemente, por Lacan já se situar num paradigma distinto, se apropriar da teoria linguística e inserir o Real em sua elaboração, o furo no simbólico etc, nele já aparece a impossibilidade da palavra dar conta de tudo, logo, a impossibilidade do discurso. Isso passa a fazer parte do tratamento, tanto no sentido de apontar para o encontro com o real, com o furo do discurso, quanto no sentido de poder circunscrevê-lo de alguma forma contingente na análise. O corte de sessão faz parte disso sim. Sobre o fracasso da fantasia eu não saberia dizer. O assunto da fantasia é um dos que eu quero me aproximar mais nos estudos, assim como o do gozo. Até mais!

[@uno-duo2025]

@@flaviomendespsi Muito obrigado! Até mais!

[@flaviomendespsi]

@@uno-duo2025 até!

[@giovannapoliveira]

O psicanalista pode usar as duas abordagens ao mesmo tempo ??

[@flaviomendespsi]

Ei Giovanna! Há psicanalistas que dizem trabalhar com o que eles chamam de proposta "freudolacaniana", que seria uma forma de estudar Freud e Lacan juntos e considerar as teorias articuladas. Diferentemente deles, embora eu ache que seja necessário, ao estudar Lacan, estar atento e atenta aos diversos autores que ele traz em suas discussões, incluindo Freud, não estou de acordo quanto a usar as duas abordagens ao mesmo tempo. Como falei na Live, existem diferenças teóricas e técnicas evidentes entre Freud e Lacan. Então, uma coisa é entender que para estudar Lacan nós precisamos ler muitos autores da psicanálise e de fora dela, e outra coisa é entender que as clínicas que eles propõem são significativamente diferentes.

[@franciscocardoso4074]

Francisco

[@laertelagoi4079]

Complexo demais...professor....Nem sei com quem fico, ou misturo os dois..Uma sessão resolveria tudo....

[@flaviomendespsi]

Oi Laerte! Se o encontro com a teoria dos autores está produzindo dúvidas ao ponto de misturá-los sem entender por serem complexos, é porque você está tendo uma dificuldade no seu estudo. Nesse caso, seria importante procurar uma instituição para estudar junto, ok!

[@estafeito8593]

Gente, de boa!!! Invista em áudio! pelo amor de Deus!!!!!

[@flaviomendespsi]

O que você sugere, amigo/amiga? Deixa eu entender seu ponto.

[@TheTaniavilanova]

Entendo pq Lacan dizia ser Freudiano , pois, em minha leitura ele amplia os conceitos de Freud

[@flaviomendespsi]

Oi Tânia! Obrigado por comentar! Seu apontamento é algo interessante para pensarmos. A palavra "ampliar" remete sempre a acrescentar algo ao que já havia, então, ao ampliar uma rodovia nós apenas acrescentamos mais trechos para serem percorridos, ao ampliar um livro estamos apenas aumentando o número de conteúdos, exemplos, referências etc. Nesse sentido, quando você diz que Lacan ampliou os conceitos de Freud, eu não sei se concordaria, porque quando estudamos Lacan vemos que ele reconstruiu a Psicanálise, inclusive limpando e retirando muitas ideias que Freud tinha e que não serviam nessa nova obra. Então, Lacan, ao invés de ampliar os conceitos, fez uma renovação destes, usou-os de outra maneira, reconstruiu o campo psicanalítico. Tem dois livros que trazem essa reflexão que são os seguintes: Um, do Luís F. G. Andrade, chamado "Lacan: um novo Freud? O paradigma lacaniano e seu alcance clínico." Outro, do Gilbert Diatkine, chamado "Jacques Lacan." Nos dois os autores comparam as duas obras e mostram como Lacan foi além das proposições freudianas a partir de novas premissas e, portanto, chegamos a novas conclusões. Quanto, de outro modo, ele se dizer freudiano, sim, tem uma questão bem valiosa aí, pois Lacan nunca abandonou o debate com a obra de Freud. Ele sempre se manteve num debate rico e crítico quanto à obra e pôde insistir no que ele propôs como sendo restaurar a lâmina cortante da verdade freudiana, no rigor de uma leitura que pôde não "ampliar" a obra freudiana, mas revisá-la e construir uma nova obra a partir dela, tão rica quanto, e melhor situada para o trabalho. Espero ter contribuído com sua reflexão. Até breve!

[@TheTaniavilanova]

@@flaviomendespsi Sim, obrigada pela contribuição, mas ampliar significa tb construir novas pontes e caminhos, ainda não consigo ver que ele tenha destruído a estrada para construir outra, pois qdo Lacan fala do inconsciente que se traduz pela linguagem e seu simbólico, acredito que ele traduz e nos aponta um caminho do inconsciente que Freud propôs , pois aquilo que nao pode ser dito e o profundo que Freud enunciou , pelo menos para os neuroticos. Mas vou ler às suas indicações. Obrigada

[@flaviomendespsi]

Ei@@TheTaniavilanova ! Entendo sua posição, pois geralmente criamos uma relação de muita admiração pelo trabalho de Freud e, ao aparecer algo que soa como uma crítica ou depreciação, a gente corre para defendê-lo. Eu entendo com todo carinho essa questão, e o próprio Lacan também fez parecer, muitas vezes, que o que ele dizia já estava em Freud, colocando palavras em sua boca. Mas a gente precisa ter um olhar mais crítico quanto a isso e reconhecer duas coisas: 1) Sim, Lacan esteve sempre em diálogo com Freud, não dá pra negar. Do começo ao último seminário ele estava indo e voltando no material de Freud; 2) Entretanto, o trabalho de Lacan não se resumia a passar a mão na cabeça de Freud, aceitar seus conceitos e melhorá-los. Ele os desconstruía, relia a partir de suas próprias elaborações, fazia críticas implícitas e específicas a um conceito e outro, articulava com outras teorias de forma muito distinta, e isso fazia os conceitos ganharem outras compreensões. Esse vídeo aqui, das diferenças teóricas e técnicas entre um e outro mostra exatamente isso: nenhum conceito do Freud ficou igual na teoria do Lacan. Os nomes se mantiveram, mas todos foram revistos por ele. Você trouxe, p. ex., o conceito de Inconsciente. Esse é o que já ficou diferentemente desde o começo do ensino de Lacan. Primeiramente, nos seus primeiros quinze anos na psicanálise, de 1936 a 1949, ele sequer mencionava o consciente de Inconsciente. Achava bastante vago e vazio. Foi somente a partir dos trabalhos de Lévi-Strauss, que propôs um conceito de inconsciente bem diferente do de Freud, que Lacan finalmente se apropriou desse conceito e propôs que "o inconsciente está estruturado como uma linguagem". No Freud o inconsciente tem uma estrutura sim, mas é mental, representacional. Só aqui existe uma diferença enorme entre as duas teorias, pois a forma de trabalhar com elas muda completamente. A ideia de "profundo", que você trouxe, só existe na teoria de Freud, pois na de Lacan não faz sentido pensarmos em um inconsciente profundo. Mas isso, de modo algum, tira o mérito do trabalho que Freud construiu. De fato, foi o que ele deixou para a humanidade e que pôde ser revisto por outros autores. Espero que isso possa contribuir para suas reflexões. Até mais!

[@ressignificando45]

Olá, parabéns pela explicação, tenho uma pergunta, desde já fico agradecido caso responder. A psicanálise exige que todo terapeuta submeta a terapia para viver a experiência do setting. A minha seria, a terapia freudiana é válida para quem deseja se tornar lacaniano e vice versa?

[@flaviomendespsi]

Oi, Saúde Mental! Obrigado pelas palavras! Em relação à sua pergunta, eu posso dizer que: 1) Pra mim não faz sentido alguém em pleno 2021 fazer terapia freudiana, a não ser que o profissional faça estudos de outros autores ao longo do tempo e tenha mudado sua perspectiva de trabalho, pois, embora a teoria freudiana tenha pontos ainda importantes, vários pontos importantes do que Freud dizia já foi criticado e revisto por outros autores. Lacan, inclusive, é um desses autores, mas há vários outros. Estudar Freud hoje continua sendo necessário, mas aplicar a sua proposta terapêutica sem considerar as mudanças na teoria e na técnica ao longo das décadas é um problema. 2) Do ponto de vista da formação do psicanalista, também não faria sentido alguém fazer uma formação lacaniana e realizar terapia com um freudiano, pois as duas propostas não se encaixam - por mais que alguém diga que se encaixam. De mesmo modo, não faria sentido fazer uma formação lacaniana e fazer análise com um kleiniano. Isso pensando se a pessoa quiser articular teoria e experiência de análise. 3) Do ponto de vista terapêutico, diferentemente dos dois pontos anteriores, a pessoa que está numa formação lacaniana ou em outra formação pode buscar a análise que achar melhor para si, ou inclusive fazer terapia com outro profissional, mas isso pra mim esbarra nos pontos 1 e 2. Agora, por que a pergunta? Você tem pensado a respeito dessa possibilidade? Aproveitando, se puder, conte um pouco sobre sua relação com a psicanálise, e seu nome, pois assim vou conhecendo quem tem se aproximado do canal. Ah, eu vou demorando para responder os comentários, pois são muitos, mas logo logo respondo aos demais que você fez, tá ok!? Até mais!

[@lorepimenta2884]

Posso ser psicanalista e não ser psicóloga?

[@flaviomendespsi]

Oi Lore, sim, é possível, mas é necessário ter ao menos uma formação de nível superior. Você está tendo interesse em estudar psicanálise? Se puder, conte um pouco sobre o que tem considerado, que assim vou conhecendo quem se aproxima.

[@ulissesribeiro5278]

Sou muito mais Freud, desculpa.

[@flaviomendespsi]

Ei Ulisses, não precisa pedir desculpas. Fique de boa!

[@luhlouluh8580]

Ok

[@flaviomendespsi]

Blz!