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A morte sempre esteve presente na vida da Louize. Bem novinha, ela perdeu a mãe e, anos mais tarde, a irmã mais nova, que tinha 25 anos. O que era estranho pra ela, era que ao mesmo tempo que ela vivenciava essas tristezas profundas, ela também tinha picos de euforia e compulsividade desenfreados.
Com o tempo, a Louize entendeu que havia um nome para tudo o que sentia: Transtorno bipolar.
Ainda quando era criança, a mãe da Louize descobriu um câncer metastático e os médicos lhe deram somente 5 meses de vida. Embora o tratamento fosse inacessível para a famíia, o pai da Louize não desistiu de encontrar uma melhora para a esposa e passou a pedir diversos empréstimos. Quando não lhe restavam mais alternativas, ele fez uma dívida com um agiota.
Mesmo com todos os esforços, infelizmente a mãe da Louize partiu e a família teve que encarar as dívidas que restaram. Nisso, eles enfrentaram inúmeras dificuldades.
Não havia dinheiro para pagar as contas, nem mesmo para o básico, como a comida. A situação era crítica ao ponto do agiota ir até a empresa em que o pai dela trabalhava para receber o salário completo dele.
Eles viveram dessa forma por 3 anos e só começaram a se reerguer conforme a dívida foi sendo quitada. A Louize recorda que ela e as irmãs choraram de felicidade após uma ida ao supermercado.
Mesmo com o passar do tempo, a Louize não entendia o porquê dela ainda ter tantos momentos depressivos. Ela entendia que viveu momentos de muita dor, mas enquanto as suas irmãs pareciam estar felizes e se reconstruindo aos poucos, ela vivia em uma montanha-russa desenfreada.
Ela diz sempre ter tido ciência de que “vivia no fundo do poço”, mas que às vezes, era possível sair desse local. Dessa maneira, ela se habituou a viver constantemente entre momentos intensos. Eram momentos de muita angústia e outros de compulsividade.
Apesar de tudo isso, ela também sabia que havia algo incomum no seu comportamento. Mas como não entendia, a Louize apenas tentava esconder os episódios de depressão profunda - a euforia era vista como algo positivo pelos outros.
Em 2020, ela passou por outra perda: a sua irmã foi vítima da Covid-19 aos 25 anos. Essa perda fez com que a Louize tentasse tirar a própria vida.
Em uma conversa com o pai, ele disse que ela estava doente e que precisava procurar por ajuda. E assim ela fez.
A Louize começou a fazer acompanhamento psicológico e psiquiátrico pelo Centro de Atenção Psicossocial. O CAPS fornece toda a assistência necessária de forma gratuita para que todos tenham acesso ao cuidado com a saúde mental.
E foi só depois de procurar por suporte profissional que ela entendeu algumas questões. Na avaliação psiquiátrica, a Louize descobriu que tinha todos os sintomas do transtorno afetivo bipolar. O diagnóstico foi fundamental para ter mais qualidade de vida, afinal, ele explicava as causas de todas as mudanças extremas de humor que ela enfrentava.
Hoje, a Louize pode dizer que vive normalmente a sua vida. Compreender que ela precisava de ajuda fez com que ela pudesse se assumir e se acolher por completo.
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