Eliza Caetano no

O Sempre Um Papo recebe a jornalista e escritora Eliza Caetano, no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, para o debate e lançamento do livro de poemas “Os dias ou os dentes” (Ed. Urutau). A conversa, com mediação da jornalista Jozane Faleiro, vai ao ar às 19h, com acesso gratuito e tradução em Libras e vai ao ar pelo canal do KZbin do projeto.
O livro reúne textos escritos entre 2016 e 2020, inclusive um poema mais longo, “A curva infinita”. Esse último ganhou também uma série de aquarelas da com aquarelas da artista plástica, professora e poeta Julia Panadés, em um publicação separada, a plaquete que leva o nome do poema.
O primeiro livro de Eliza Caetano, “O caderno das inviabilidades”, foi lançado em 2016 pela editora Urutau e foi semifinalista do prêmio Oceanos de literatura de língua portuguesa em 2017. Além dos poemas, o Caderno traz um ensaio fotográfico da artista visual Laís Blanco.
Nas palavras de Danielle Magalhães, poeta, ensaísta e doutora em Teoria Literária, escritas para o posfácio: “A distância como procedimento literário talvez tenha sido pouco abordada de um ponto de vista positivo e propositivo na história da crítica literária brasileira. A nossa herança de uma nostalgia romântica e de uma antropofagia tipicamente modernista faz com que a distância seja ou a condição do inalcançável, ou rapidamente suprimida pelo movimento de se apropriar do outro. Aqui, a distância nunca é suprimida, ela sempre quer dizer. Há mesmo um “querer dizer” da distância, que diz também sobre o tempo, sobre a memória, sobre o esquecimento. Mais que tudo, sobre um corpo.”
A escritora e doutora em Educação Flávia Peret, que assina a orelha de “Os dias ou os dentes”, observa que “O movimento dos poemas cria um inventário de imagens que intensificam essa noção. O paradoxo como figura daquilo que só podemos expressar - e mesmo assim parcialmente - a partir de certa confusão ou de um certo desafio que se faz à linguagem. Essa coleção de paradoxos está presente desde seu primeiro livro “O caderno das Inviabilidades” (editora Urutau, 2017), criando uma espécie de eco entre as duas obras e consolidando Eliza Caetano como uma das vozes mais singulares no cenário da poesia contemporânea brasileira pela ousadia de não se submeter a nenhum tipo de regra ou modelo poético. Ao abrir um atalho próprio dentro da poesia, Eliza nos convida a ver, pensar e sentir a linguagem a partir desse objeto meio mágico/meio trágico que é o poema.”