Encontros: Psicanálise e Esquizoanálise - Domenico Hur e Roberta Romagnolli

  Рет қаралды 5,396

agenciamentos

agenciamentos

Күн бұрын

Série Encontros: Psicanálise e Esquizoanálise
Convidados: Domenico Hur e Roberta Romagnolli
O canal Agenciamentos Contemporâneos é uma atividade do Laboratório de Filosofia, Ciências Humanas e Outros Sistemas de Pensamento, em parceria com a Coordenação Didática do Curso de Filosofia/Unimontes e com a Universidade do Estado da Bahia/UNEB.
Agenciar é inventar, fabular...

Пікірлер: 37
@cirogoncalves7908
@cirogoncalves7908 3 жыл бұрын
Incrível! Que potência essas falas! Parabéns pelo encontro!
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
A Normose também se caracteriza por um outo fundamento, que é a falta de investimento no potencial de plenitude inerente a cada um de nós, o ser humano é um potencial incrível, mas é preciso investir nos talentos que o grande mistério ofereceu a cada um de nós. Darwin não entendeu da evolução humana, ele era um naturalista, ele entendeu da evolução natural, o ser humano é também natureza, mas é como dizia Tiachiarda, é o espaço onde a própria natureza pode aprender a se saber, a ser, a sorrir, a amar, a abençoar, ou seja, da muito trabalho se tornar um ser Humano pleno. Tenho estudado sobre a plenitude, é preciso estudar a plenitude, que será uma das tarefas mais importantes das novas escolas, estudar um Buda, Mahatma Gandhi, Nélson Mandela, uma Madre Tereza de Calcutá, um Confucio, estudar seres humanos plenos. Nós sempre tivemos ao longo da história seres humanos que se iluminaram, mas porque investiram no pedacinho de praça pública que cada um de nós representa, ou vocês acham que se chega a um Buda pela lei do acaso e das necessidades e das mutações genéticas aleatórias, da lei da seleção natural? É isso que se pensa ainda nas Universidades, isto é de um absurdo que as novas gerações mais saudáveis e conscientes não vão acreditar, como disse Eudrik: [“Um bom biólogo é como acreditar que se nós jogarmos uma barra de ferro no espaço ao tombar ela se transforma em um relógio Suíço”]. É preciso falar da evolução consciente, as virtudes são virtualidades, mas é uma questão educacional, nós precisamos nos educar, Confucio falava muito nisso: “O ser humano é inacabado a incompletude”. Dr. Paulo Freire insistia muito nisso, que é a tarefa da educação humana, da completude humana. O que é paz no Hebraico Shalom? Vem da mesma raiz de Shalem que significa inteiro, a paz, é uma função da inteireza alograda, mas nós fomos totalmente fragmentados, e sobre tudo nos últimos Séculos, nós vivemos uma crise, é verdade, uma crise da falta da perda dos valores fundamentais da espécie, mas isto está no paradigma da modernidade, quando surge no Século XVII a idade moderna, o racionalismo cientifico surge trazendo a grande virtude do Diábolos. O que é o Diábolos? É a consciência de diferenciação é o que divide, o conceito, é a definição e foi muito justo, pensem nas fogueiras da inquisição, nos momentos sombrios da idade média, a ciência, a consciência analítica era reprimida em nome de algo que confusamente era chamado de Deus, ainda bem que um Galileu, Copérnico, Bacon, Decartes, Newton, Loock, um Hobes conspiraram por Diábolos, pela razão critica. [“As vezes a razão tem razão, quando dentro dela palpita um coração”]. Mas nós saímos de um extremo dos momentos sombrios da modernidade e já no Século XIX a consciência da subjetividade das virtudes é reprimida em nome de algo que confusamente chamamos de ciência, o principio, o tabu da objetividade se estabeleceu a isenção valorativa, a domesticação do conhecimento, das ciências, clichês, sofismas, hoje as feks news, a imparcialidade para escravizar, imbecilizar, um cientista tem que ser isento de si mesmo! É isso que a ciência propõem, a ciência do racionalismo cientifico que teve seus momentos extraordinários na Renascença no Século XVII, no Iluminismo no Século XVIII, mas é um mito que se esgota, por isso á (30) trinta anos como analista e ensaísta nós sabemos se quisermos um mundo de paz precisamos da consciência de inteireza, precisamos de resgatar uma educação para a completude, não apenas a razão e a sensação que é o dialogo e que levou ao racionalismo científico para desenvolver a tecnociência, mas e o coração? O sentimento? Então Freud tinha razão, e foi difícil quando a cerca de (25) vinte e cinco anos nós nos demos conta quando chegava uma pessoa em nossa oficina de seres humanos, nós eramos analistas e ensaístas didatas, e chegava porque sofria, e sofria porque estava fragmentada na sua mente, no seu coração, nos seus relacionamentos, é nós estávamos todos lá com um bisturi na mão elegante, e só sabíamos dividir, Idi, Ego, Super Ego, complexo, pai, adulto, criança, e depois de muitos anos de uma boa observação, um estudo bem sucedido estava lá um infeliz fragmentado bem organizadamente, ai nós compreendemos quê: analisar não gera bondade, analisar não gera amor, analisar não gera solidariedade, analisar gera tecnociência e explicações, essa é a função analítica do Diábolos, e o que é oposto ao Diábolos? Símbolos! É o que religa, a religação, mas esta não é a tarefa analítica. A bandeira do Brasil ela está incompleta, “Ordem e Progresso”, isso é física mecânica, física social, positivismo, Capitalismo, Neoliberalismo, mas Conte falava da mãe de todas as virtudes como principio da Ordem e do Progresso, “Amor”, e porque amor não consta na nossa bandeira? Porque foi jogada na lata do lixo! Porquê no paradigma tanto do bloco Comunista, Socialista, Capitalista e Neoliberal é um paradigma materialista de uma razão utilitarista, tecnicista, e fraternidade é impossível. Os Franceses falavam em três valores, o bloco socialista ficou com igualdade de direitos, o capitalista com liberdade econômica e de mercado e ambos naufragaram perante a tarefa da solidariedade e da fraternidade. No Século XIX estavam todos os grandes cientistas falando em competição e em determinismos, Marx em determinismo econômico, competição e opressão entre as classes sociais, Darwin em determinismo biológico e competição entre as espécies, Freud em determinismo psíquico, competição entre as potencias psíquicas, ninguém falou de Amor, de fraternidade, para falar de amor, fraternidade, de paz é preciso de um novo paradigma, e esse paradigma é o transdisciplinar holístico. Transdisciplinaridade é a dialogicidade da ciência, filosofia, politecnia, omnilateralidade, arte, espiritualidade, cultura popular, e a holística que vem do Grego, “holos”, que significa inteiro, é a reconciliação entre a parte e o todo, para que os dois hemisférios possam se religarem. Pensem no Século XX, nós tivemos (2) duas grandes guerras mundiais e (300) trezentas outras guerras menores mas não menos estupidas e centenas de golpes de Estado, “Terrorismos de Estado” para salvar o Capitalismo. Iniciamos o Século o novo milênio com o ato politico evidente e excepcional da derrubada das duas torres gêmeas, e todos os grades educadores se perguntam desde 11/09/2001 onde faliu a educação? E é preciso reconhecer, porque se não reconhecemos nós vamos ficar falando só de enfeites e não se trata disso, trata se de fazer uma conspiração radical, questionar as raízes é por isso que nós estamos aqui, para pedir o impossível, o impossível é além da Normose, não nós interessa o caminho fácil, como dizia Tagore: [“Lá onde as estradas são construídas “eu” perco o meu caminho”]. É necessário ousar sair das estradas, dos trilhos viciados, previsíveis, Normoticos, para as trilhas, para as trilhas onde serão inventadas com os nosso próprios passos, trilhas onde nós vamos cair, onde vamos nós levantar, onde vamos aprender, com os nossos tombos, trilhas, um caminho heroico, o caminho de quem chega ao estatuto do sujeito é alguém que realmente aceita o desafio da evolução, é preciso que tanto como a educação, como a terapia se coloque o foco no processo evolutivo. O ser humano tem sido o problema, o ser humano pode ser a solução, desde que peçamos o impossível, eu venho trazer essas palavras tão obvias essas palavras que apontam para esse cenário onde nós nos encontramos, um cenário desolador e maravilhoso ao mesmo tempo, como dizia Carl Jung: “É o numinoso”. O numinoso é o que constela ao mesmo tempo a luz e a sombra. Esse é o momento que nós estamos vivenciando. O clube de Budapeste desdobrou o clube de Roma, e o seu presidente e fundador Ervin Laszló um grande pesquisador de sistemas e cenários, escreveu um livro: “O Ponto Caos”, onde ele diz no que serão nos próximos anos. [Ou estaremos indo para um colapso isso fundamentado em um rigor analítico cientifico, ou nós daremos um salto evolucionário]. Eu descordo com todo o respeito que eu tenho por Ervin Laszló, eu discordo que será uma coisa ou outra, eu coloco uma palavra que para mim é sagrada o “e”, que religa, provavelmente aconteceram as duas coisas, há um sistema insustentável que vai continuar desabando, porem há algo novo que nasce do que desaba, as torres gêmeas, as corrupções, as guerras, as bombas fazem muito barulho, porem um jardim floresce silenciosamente, uma criança desperta delicadamente. Nós precisamos colocar nossos olhos naquilo que esta florescendo, nós precisamos de uma mídia responsável, uma mídia que fale do bem, do belo do bom, do amor, porque? Nós nos tornamos aquilo no qual olhamos, “o olhar estruturante”, se nós só olharmos o que está desabando, se nós só olhamos a escuridão é isso que nós estruturamos no mundo e em nós mesmos, é preciso não ser complacente, saber que nós vivemos esta crise e ela está ai, e nós temos a responsabilidade em cada um de nós desta crise, mas colocar o nosso olhar no positivo, no belo, nas rosas, essa é a pedagogia da benção, é preciso abençoar uma criança, abençoar é ter um bom olhar, e uma boa palavra.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
E hoje o que se descobriu é que o jeito de funcionar Edípico na realidade não é da natureza do psiquismo humano, é uma construção histórica de uma sociedade organizada nuclearmente, de uma família que precisava se solidificar, porque o Capitalismo e o Capital para sobreviver tinham que manter-se enquanto propriedade privada, e a família seria a organização que manteria, então, por isso ela teria que excluir e não poderia ser uma família comunitária, então ela teria que se isolar, e a organização do homem no Capitalismo, no Neoliberalismo é uma organização individualista, baseado na posse, e isto se traduz também em um amor, no amor competitivo, no amor possessivo, no amor excludente. Nós não precisamos educar os nossos filhos de uma forma edípica, nós podemos criar uma organização solidária onde os papéis estejam definidos, o papel de pai, o papel de mãe, o papel de filho, independente do gênero, mas, onde as possibilidades do amor não corram o risco de serem dominada pelo medo do incesto, uma vez se institui que ali naquele núcleo o tipo de amor que existe que é o amor fraterno, que é o amor solidário, que une pessoas na construção de um projeto familiar é um amor que não precisa competir, que não precisa excluir, então o filho passa a ser alguém que é incluído na relação e alguém que passa a respeitar uma lei de notar a diferença do amor sensual que existe entre os pais e do amor fraternal que ele recebe. Então, é possível sim que uma família: Burguesa, Capitalista, Liberal, Neoliberal, Democrata, de Direita e com transtornos leves de ADP se constitua sem o Complexo de Édipo. E isto é uma luta, todos nós temos no dia a dia na arte de amar, temos que derrotar o Édipo que trazemos historicamente. Todo este processo não é um arquétipo Junguiano, é uma organização da vida social que nos faz: competitivos, que nos faz triangular, porque as características do amor Edípico é a triangulação, a dificuldade da pessoa se sentir segura na relação, há necessidade de estar sempre procurando um terceiro, mesmo que seja um fantasma, a perturbar a relação. Então, a construção do amor ela pode ser baseada em uma luta nossa para fugir do Édipo, para fugir do individualismo, para fugir do egocentrismo, para fugir das identificações, e procurar relações criativas, relações baseadas na ternura, na cumplicidade, na capacidade de se doar, e de se reinventar o dia a dia na alegria de viver juntos. Temos a necessidade de romper com o modo Edípico de viver, e tentar construir um devir bondoso, um devir solidário, em paralelo ao devir competitivo, possessivo, ciumento do Édipo.
@jonathanquest6010
@jonathanquest6010 9 ай бұрын
A ESQUIZOANÁLISE E A PSICANÁLISE SÃO COISAS DO PASSADO O Futuro é a Diferoanálise. Ela veio justamente pra tentar corrigir os vícios epistemológicos em as atuais formas de análise se cristalizaram mortalmente.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
Uma pergunta fundamental para qualquer educação para a vida é: “O que te leva ao amago mais profundo do seu ser”? “O que te faz arrepiar”? “O que te trás deslumbramentos”? “O que te faz todos os sinos a tocarem na Catedral do seu ser?”. É muito triste ouvir um professor, um terapeuta, um pai dizendo para o filho: olha faça isso porque tem mercado, da dinheiro, riqueza! Isto é corrupção! Nós deveríamos perguntar qual é o seu sonho? O que te faz arrepiar? E vá atrás de seus sonhos! Porque isto eu sei, eu aprendi na minha oficina de seres humanos. As pessoas adoecem quando se desviam do seu caminho, e as doenças são sempre sinais de contradição e de desvio. Os antigos Egípcios tinham no Abutre um pássaro sagrado, porque quando você está em um deserto, e quem não está? E grandes são os desertos! E tudo é deserto salvo engano naturalmente diz o poeta. Quando você está no deserto e aparece um abutre voando significa que você se desviou do seu caminho e ele aguarda a refeição. É hora de pegar o mapa, a bussola e buscar se reconduzir quando as assas negras da angustia, tristeza, depressão, dependência química, doença e acidente voam no céu acima da sua cabeça, saiba que você se desviou do seu caminho, e o que eu sei e aprendi também na minha oficina de seres humanos o que nos faz arrepiar é aquela voz do nosso desejo mais intimo, que nos está impelindo por caminhos com o coração que é o nosso caminho. Em um tempo que se fala no fim do emprego, eu digo, quem não estiver vocacionado, esta pessoa não estará preparada para os novos desafios. O que te faz ir ao amago mais profundo do seu ser? O que te faz arrepiar? O que te traz deslumbramentos? O que te faz todos os sinos a tocarem na catedral do seu ser? Amar a carroça da sua existência na estrela mais alta do seu deslumbramento e o mistério, o Grande Arquiteto vai conspirar por você. Isto não é para ser acreditado, isso é uma experiência a ser realizada, cuidar do corpo, cuidar do desejo, desvelar uma vocação e cuidar do imaginal. Eu gostaria de concluir com uma oração que um dia eu ouvi de uma criança que não tinha nascido ainda, é uma oração longa, mas vou trazer aqui o que me recordo, e é uma oração que eu creio que fala do que está sendo apontado nos horizontes da nossa possibilidade aqui neste momento. A criança que não tinha nascido rezava: Eu ainda não nasci! Consolem-me, eu tenho medo que a espécie humana com seus grandes muros e cárceres me aprisionem, com suas fortes drogas me anestesiem e alienem, com seus instrumentos de tortura me suplicie, com suas belas mentiras me enganem, e com seus banhos de sangue me fação perder de mim mesmo. Eu ainda não nasci! Preparem água para me banhar, preparem grama para crescer para mim, preparem arvores para conversarem comigo, o céu para cantar para mim, pássaros, estrelas e uma luz branca atrás da minha mente para iluminar o meu caminho. Eu ainda não nasci! Me deem forças contra aqueles que vão querer esfriar a minha humanidade, me deem forças contra aqueles que vão querer me reduzir a uma engrenagem de uma maquina, á uma coisa de uma face só, á uma coisa, me deem forças contra aqueles que vão querer dissipar a minha inteireza, e jogar fora a minha substância, porque se não for assim é melhor não nascer.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
A Normose também se caracteriza por um outo fundamento, que é a falta de investimento no potencial de plenitude inerente a cada um de nós, o ser humano é um potencial incrível, mas é preciso investir nos talentos que o grande mistério ofereceu a cada um de nós. Darwin não entendeu da evolução humana, ele era um naturalista, ele entendeu da evolução natural, o ser humano é também natureza, mas é como dizia Tiachiarda, é o espaço onde a própria natureza pode aprender a se saber, a ser, a sorrir, a amar, a abençoar, ou seja, da muito trabalho se tornar um ser Humano pleno. Tenho estudado sobre a plenitude, é preciso estudar a plenitude, que será uma das tarefas mais importantes das novas escolas, estudar um Buda, Mahatma Gandhi, Nélson Mandela, uma Madre Tereza de Calcutá, um Confucio, estudar seres humanos plenos. Nós sempre tivemos ao longo da história seres humanos que se iluminaram, mas porque investiram no pedacinho de praça pública que cada um de nós representa, ou vocês acham que se chega a um Buda pela lei do acaso e das necessidades e das mutações genéticas aleatórias, da lei da seleção natural? É isso que se pensa ainda nas Universidades, isto é de um absurdo que as novas gerações mais saudáveis e conscientes não vão acreditar, como disse Eudrik: [“Um bom biólogo é como acreditar que se nós jogarmos uma barra de ferro no espaço ao tombar ela se transforma em um relógio Suíço”]. É preciso falar da evolução consciente, as virtudes são virtualidades, mas é uma questão educacional, nós precisamos nos educar, Confucio falava muito nisso: “O ser humano é inacabado a incompletude”. Dr. Paulo Freire insistia muito nisso, que é a tarefa da educação humana, da completude humana. O que é paz no Hebraico Shalom? Vem da mesma raiz de Shalem que significa inteiro, a paz, é uma função da inteireza alograda, mas nós fomos totalmente fragmentados, e sobre tudo nos últimos Séculos, nós vivemos uma crise, é verdade, uma crise da falta da perda dos valores fundamentais da espécie, mas isto está no paradigma da modernidade, quando surge no Século XVII a idade moderna, o racionalismo cientifico surge trazendo a grande virtude do Diábolos. O que é o Diábolos? É a consciência de diferenciação é o que divide, o conceito, é a definição e foi muito justo, pensem nas fogueiras da inquisição, nos momentos sombrios da idade média, a ciência, a consciência analítica era reprimida em nome de algo que confusamente era chamado de Deus, ainda bem que um Galileu, Copérnico, Bacon, Decartes, Newton, Loock, um Hobes conspiraram por Diábolos, pela razão critica. [“As vezes a razão tem razão, quando dentro dela palpita um coração”]. Mas nós saímos de um extremo dos momentos sombrios da modernidade e já no Século XIX a consciência da subjetividade das virtudes é reprimida em nome de algo que confusamente chamamos de ciência, o principio, o tabu da objetividade se estabeleceu a isenção valorativa, a domesticação do conhecimento, das ciências, clichês, sofismas, hoje as feks news, a imparcialidade para escravizar, imbecilizar, um cientista tem que ser isento de si mesmo! É isso que a ciência propõem, a ciência do racionalismo cientifico que teve seus momentos extraordinários na Renascença no Século XVII, no Iluminismo no Século XVIII, mas é um mito que se esgota, por isso á (30) trinta anos como analista e ensaísta nós sabemos se quisermos um mundo de paz precisamos da consciência de inteireza, precisamos de resgatar uma educação para a completude, não apenas a razão e a sensação que é o dialogo e que levou ao racionalismo científico para desenvolver a tecnociência, mas e o coração? O sentimento? Então Freud tinha razão, e foi difícil quando a cerca de (25) vinte e cinco anos nós nos demos conta quando chegava uma pessoa em nossa oficina de seres humanos, nós eramos analistas e ensaístas didatas, e chegava porque sofria, e sofria porque estava fragmentada na sua mente, no seu coração, nos seus relacionamentos, é nós estávamos todos lá com um bisturi na mão elegante, e só sabíamos dividir, Idi, Ego, Super Ego, complexo, pai, adulto, criança, e depois de muitos anos de uma boa observação, um estudo bem sucedido estava lá um infeliz fragmentado bem organizadamente, ai nós compreendemos quê: analisar não gera bondade, analisar não gera amor, analisar não gera solidariedade, analisar gera tecnociência e explicações, essa é a função analítica do Diábolos, e o que é oposto ao Diábolos? Símbolos! É o que religa, a religação, mas esta não é a tarefa analítica. A bandeira do Brasil ela está incompleta, “Ordem e Progresso”, isso é física mecânica, física social, positivismo, Capitalismo, Neoliberalismo, mas Conte falava da mãe de todas as virtudes como principio da Ordem e do Progresso, “Amor”, e porque amor não consta na nossa bandeira? Porque foi jogada na lata do lixo! Porquê no paradigma tanto do bloco Comunista, Socialista, Capitalista e Neoliberal é um paradigma materialista de uma razão utilitarista, tecnicista, e fraternidade é impossível. Os Franceses falavam em três valores, o bloco socialista ficou com igualdade de direitos, o capitalista com liberdade econômica e de mercado e ambos naufragaram perante a tarefa da solidariedade e da fraternidade. No Século XIX estavam todos os grandes cientistas falando em competição e em determinismos, Marx em determinismo econômico, competição e opressão entre as classes sociais, Darwin em determinismo biológico e competição entre as espécies, Freud em determinismo psíquico, competição entre as potencias psíquicas, ninguém falou de Amor, de fraternidade, para falar de amor, fraternidade, de paz é preciso de um novo paradigma, e esse paradigma é o transdisciplinar holístico. Transdisciplinaridade é a dialogicidade da ciência, filosofia, politecnia, omnilateralidade, arte, espiritualidade, cultura popular, e a holística que vem do Grego, “holos”, que significa inteiro, é a reconciliação entre a parte e o todo, para que os dois hemisférios possam se religarem. Pensem no Século XX, nós tivemos (2) duas grandes guerras mundiais e (300) trezentas outras guerras menores mas não menos estupidas e centenas de golpes de Estado, “Terrorismos de Estado” para salvar o Capitalismo. Iniciamos o Século o novo milênio com o ato politico evidente e excepcional da derrubada das duas torres gêmeas, e todos os grades educadores se perguntam desde 11/09/2001 onde faliu a educação? E é preciso reconhecer, porque se não reconhecemos nós vamos ficar falando só de enfeites e não se trata disso, trata se de fazer uma conspiração radical, questionar as raízes é por isso que nós estamos aqui, para pedir o impossível, o impossível é além da Normose, não nós interessa o caminho fácil, como dizia Tagore: [“Lá onde as estradas são construídas “eu” perco o meu caminho”]. É necessário ousar sair das estradas, dos trilhos viciados, previsíveis, Normoticos, para as trilhas, para as trilhas onde serão inventadas com os nosso próprios passos, trilhas onde nós vamos cair, onde vamos nós levantar, onde vamos aprender, com os nossos tombos, trilhas, um caminho heroico, o caminho de quem chega ao estatuto do sujeito é alguém que realmente aceita o desafio da evolução, é preciso que tanto como a educação, como a terapia se coloque o foco no processo evolutivo. O ser humano tem sido o problema, o ser humano pode ser a solução, desde que peçamos o impossível, eu venho trazer essas palavras tão obvias essas palavras que apontam para esse cenário onde nós nos encontramos, um cenário desolador e maravilhoso ao mesmo tempo, como dizia Carl Jung: “É o numinoso”. O numinoso é o que constela ao mesmo tempo a luz e a sombra. Esse é o momento que nós estamos vivenciando. O clube de Budapeste desdobrou o clube de Roma, e o seu presidente e fundador Ervin Laszló um grande pesquisador de sistemas e cenários, escreveu um livro: “O Ponto Caos”, onde ele diz no que serão nos próximos anos. [Ou estaremos indo para um colapso isso fundamentado em um rigor analítico cientifico, ou nós daremos um salto evolucionário]. Eu descordo com todo o respeito que eu tenho por Ervin Laszló, eu discordo que será uma coisa ou outra, eu coloco uma palavra que para mim é sagrada o “e”, que religa, provavelmente aconteceram as duas coisas, há um sistema insustentável que vai continuar desabando, porem há algo novo que nasce do que desaba, as torres gêmeas, as corrupções, as guerras, as bombas fazem muito barulho, porem um jardim floresce silenciosamente, uma criança desperta delicadamente. Nós precisamos colocar nossos olhos naquilo que esta florescendo, nós precisamos de uma mídia responsável, uma mídia que fale do bem, do belo do bom, do amor, porque? Nós nos tornamos aquilo no qual olhamos, “o olhar estruturante”, se nós só olharmos o que está desabando, se nós só olhamos a escuridão é isso que nós estruturamos no mundo e em nós mesmos, é preciso não ser complacente, saber que nós vivemos esta crise e ela está ai, e nós temos a responsabilidade em cada um de nós desta crise, mas colocar o nosso olhar no positivo, no belo, nas rosas, essa é a pedagogia da benção, é preciso abençoar uma criança, abençoar é ter um bom olhar, e uma boa palavra.
@walterschwarz4734
@walterschwarz4734 3 жыл бұрын
Excelente, parabéns!
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
Leiam meus textos e comentem! Abraços!
@nathaliadefreitas2496
@nathaliadefreitas2496 3 жыл бұрын
Muito bom ouvi-los!
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@nathaliadefreitas2496
@nathaliadefreitas2496 3 жыл бұрын
Parabéns pelos 9 mil inscritos!
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@patriciacastro3844
@patriciacastro3844 3 жыл бұрын
Excelente live! Duas referências incriveis! Muito obrigada.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
A Normose também se caracteriza por um outo fundamento, que é a falta de investimento no potencial de plenitude inerente a cada um de nós, o ser humano é um potencial incrível, mas é preciso investir nos talentos que o grande mistério ofereceu a cada um de nós. Darwin não entendeu da evolução humana, ele era um naturalista, ele entendeu da evolução natural, o ser humano é também natureza, mas é como dizia Tiachiarda, é o espaço onde a própria natureza pode aprender a se saber, a ser, a sorrir, a amar, a abençoar, ou seja, da muito trabalho se tornar um ser Humano pleno. Tenho estudado sobre a plenitude, é preciso estudar a plenitude, que será uma das tarefas mais importantes das novas escolas, estudar um Buda, Mahatma Gandhi, Nélson Mandela, uma Madre Tereza de Calcutá, um Confucio, estudar seres humanos plenos. Nós sempre tivemos ao longo da história seres humanos que se iluminaram, mas porque investiram no pedacinho de praça pública que cada um de nós representa, ou vocês acham que se chega a um Buda pela lei do acaso e das necessidades e das mutações genéticas aleatórias, da lei da seleção natural? É isso que se pensa ainda nas Universidades, isto é de um absurdo que as novas gerações mais saudáveis e conscientes não vão acreditar, como disse Eudrik: [“Um bom biólogo é como acreditar que se nós jogarmos uma barra de ferro no espaço ao tombar ela se transforma em um relógio Suíço”]. É preciso falar da evolução consciente, as virtudes são virtualidades, mas é uma questão educacional, nós precisamos nos educar, Confucio falava muito nisso: “O ser humano é inacabado a incompletude”. Dr. Paulo Freire insistia muito nisso, que é a tarefa da educação humana, da completude humana. O que é paz no Hebraico Shalom? Vem da mesma raiz de Shalem que significa inteiro, a paz, é uma função da inteireza alograda, mas nós fomos totalmente fragmentados, e sobre tudo nos últimos Séculos, nós vivemos uma crise, é verdade, uma crise da falta da perda dos valores fundamentais da espécie, mas isto está no paradigma da modernidade, quando surge no Século XVII a idade moderna, o racionalismo cientifico surge trazendo a grande virtude do Diábolos. O que é o Diábolos? É a consciência de diferenciação é o que divide, o conceito, é a definição e foi muito justo, pensem nas fogueiras da inquisição, nos momentos sombrios da idade média, a ciência, a consciência analítica era reprimida em nome de algo que confusamente era chamado de Deus, ainda bem que um Galileu, Copérnico, Bacon, Decartes, Newton, Loock, um Hobes conspiraram por Diábolos, pela razão critica. [“As vezes a razão tem razão, quando dentro dela palpita um coração”]. Mas nós saímos de um extremo dos momentos sombrios da modernidade e já no Século XIX a consciência da subjetividade das virtudes é reprimida em nome de algo que confusamente chamamos de ciência, o principio, o tabu da objetividade se estabeleceu a isenção valorativa, a domesticação do conhecimento, das ciências, clichês, sofismas, hoje as feks news, a imparcialidade para escravizar, imbecilizar, um cientista tem que ser isento de si mesmo! É isso que a ciência propõem, a ciência do racionalismo cientifico que teve seus momentos extraordinários na Renascença no Século XVII, no Iluminismo no Século XVIII, mas é um mito que se esgota, por isso á (30) trinta anos como analista e ensaísta nós sabemos se quisermos um mundo de paz precisamos da consciência de inteireza, precisamos de resgatar uma educação para a completude, não apenas a razão e a sensação que é o dialogo e que levou ao racionalismo científico para desenvolver a tecnociência, mas e o coração? O sentimento? Então Freud tinha razão, e foi difícil quando a cerca de (25) vinte e cinco anos nós nos demos conta quando chegava uma pessoa em nossa oficina de seres humanos, nós eramos analistas e ensaístas didatas, e chegava porque sofria, e sofria porque estava fragmentada na sua mente, no seu coração, nos seus relacionamentos, é nós estávamos todos lá com um bisturi na mão elegante, e só sabíamos dividir, Idi, Ego, Super Ego, complexo, pai, adulto, criança, e depois de muitos anos de uma boa observação, um estudo bem sucedido estava lá um infeliz fragmentado bem organizadamente, ai nós compreendemos quê: analisar não gera bondade, analisar não gera amor, analisar não gera solidariedade, analisar gera tecnociência e explicações, essa é a função analítica do Diábolos, e o que é oposto ao Diábolos? Símbolos! É o que religa, a religação, mas esta não é a tarefa analítica. A bandeira do Brasil ela está incompleta, “Ordem e Progresso”, isso é física mecânica, física social, positivismo, Capitalismo, Neoliberalismo, mas Conte falava da mãe de todas as virtudes como principio da Ordem e do Progresso, “Amor”, e porque amor não consta na nossa bandeira? Porque foi jogada na lata do lixo! Porquê no paradigma tanto do bloco Comunista, Socialista, Capitalista e Neoliberal é um paradigma materialista de uma razão utilitarista, tecnicista, e fraternidade é impossível. Os Franceses falavam em três valores, o bloco socialista ficou com igualdade de direitos, o capitalista com liberdade econômica e de mercado e ambos naufragaram perante a tarefa da solidariedade e da fraternidade. No Século XIX estavam todos os grandes cientistas falando em competição e em determinismos, Marx em determinismo econômico, competição e opressão entre as classes sociais, Darwin em determinismo biológico e competição entre as espécies, Freud em determinismo psíquico, competição entre as potencias psíquicas, ninguém falou de Amor, de fraternidade, para falar de amor, fraternidade, de paz é preciso de um novo paradigma, e esse paradigma é o transdisciplinar holístico. Transdisciplinaridade é a dialogicidade da ciência, filosofia, politecnia, omnilateralidade, arte, espiritualidade, cultura popular, e a holística que vem do Grego, “holos”, que significa inteiro, é a reconciliação entre a parte e o todo, para que os dois hemisférios possam se religarem. Pensem no Século XX, nós tivemos (2) duas grandes guerras mundiais e (300) trezentas outras guerras menores mas não menos estupidas e centenas de golpes de Estado, “Terrorismos de Estado” para salvar o Capitalismo. Iniciamos o Século o novo milênio com o ato politico evidente e excepcional da derrubada das duas torres gêmeas, e todos os grades educadores se perguntam desde 11/09/2001 onde faliu a educação? E é preciso reconhecer, porque se não reconhecemos nós vamos ficar falando só de enfeites e não se trata disso, trata se de fazer uma conspiração radical, questionar as raízes é por isso que nós estamos aqui, para pedir o impossível, o impossível é além da Normose, não nós interessa o caminho fácil, como dizia Tagore: [“Lá onde as estradas são construídas “eu” perco o meu caminho”]. É necessário ousar sair das estradas, dos trilhos viciados, previsíveis, Normoticos, para as trilhas, para as trilhas onde serão inventadas com os nosso próprios passos, trilhas onde nós vamos cair, onde vamos nós levantar, onde vamos aprender, com os nossos tombos, trilhas, um caminho heroico, o caminho de quem chega ao estatuto do sujeito é alguém que realmente aceita o desafio da evolução, é preciso que tanto como a educação, como a terapia se coloque o foco no processo evolutivo. O ser humano tem sido o problema, o ser humano pode ser a solução, desde que peçamos o impossível, eu venho trazer essas palavras tão obvias essas palavras que apontam para esse cenário onde nós nos encontramos, um cenário desolador e maravilhoso ao mesmo tempo, como dizia Carl Jung: “É o numinoso”. O numinoso é o que constela ao mesmo tempo a luz e a sombra. Esse é o momento que nós estamos vivenciando. O clube de Budapeste desdobrou o clube de Roma, e o seu presidente e fundador Ervin Laszló um grande pesquisador de sistemas e cenários, escreveu um livro: “O Ponto Caos”, onde ele diz no que serão nos próximos anos. [Ou estaremos indo para um colapso isso fundamentado em um rigor analítico cientifico, ou nós daremos um salto evolucionário]. Eu descordo com todo o respeito que eu tenho por Ervin Laszló, eu discordo que será uma coisa ou outra, eu coloco uma palavra que para mim é sagrada o “e”, que religa, provavelmente aconteceram as duas coisas, há um sistema insustentável que vai continuar desabando, porem há algo novo que nasce do que desaba, as torres gêmeas, as corrupções, as guerras, as bombas fazem muito barulho, porem um jardim floresce silenciosamente, uma criança desperta delicadamente. Nós precisamos colocar nossos olhos naquilo que esta florescendo, nós precisamos de uma mídia responsável, uma mídia que fale do bem, do belo do bom, do amor, porque? Nós nos tornamos aquilo no qual olhamos, “o olhar estruturante”, se nós só olharmos o que está desabando, se nós só olhamos a escuridão é isso que nós estruturamos no mundo e em nós mesmos, é preciso não ser complacente, saber que nós vivemos esta crise e ela está ai, e nós temos a responsabilidade em cada um de nós desta crise, mas colocar o nosso olhar no positivo, no belo, nas rosas, essa é a pedagogia da benção, é preciso abençoar uma criança, abençoar é ter um bom olhar, e uma boa palavra.
@laudecimartins1901
@laudecimartins1901 2 жыл бұрын
Excelente!!!!!
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@viniciusmarras1843
@viniciusmarras1843 3 жыл бұрын
ótima conversação!
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@fernanda98142
@fernanda98142 3 жыл бұрын
Lindo
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@marciacioran542
@marciacioran542 Жыл бұрын
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
@marcioalbuquerque4708
@marcioalbuquerque4708 3 жыл бұрын
❤️❤️❤️😠😠
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 5 ай бұрын
CARTAS PÚNICAS DE UM TUPINIQUIM ESQUIZOANÁLISE DELÍRIO E UM OUTRO EU Não podemos acreditar que os desejos são mentais, que a doença é mental, que as patologias são mentais, que as patologias do desejo, as patologias do corpo tenham a ver com questões individuais, tenham a ver com questões pessoais, ou tenham a ver com questões familiares. O indivíduo, a pessoa, a família, já são efeitos, são respostas, são operadores de uma maquina social. Nenhum indivíduo, nenhuma pessoa, carrega o ônus de um delírio individual ou de um delírio subjetivo, porque nenhum delírio é pessoal ou individual. Todo delírio, necessariamente, já é imediatamente social. Não há desejo que não invista imediatamente - por mais chafurdado, atolado e ensimesmado - em uma interioridade familiar. Mesmo nessa família atolada, fechada, ensimesmada ela é, na verdade um modo de se acoplar ao campo social. Tudo é resposta para um campo social. Nenhum desejo deseja inicialmente de modo a investir uma figura parental como, pai, mãe, filho, irmão, irmã, avô, avó, etc. O desejo investe em meios de se conectar, de se acoplar e de acontecer. É disso que se trata. E ele jamais se fecha, por mais que tentem, queiram fecha - lo nos papeis parentais. E, nesse sentido, há uma diferença radical entre a Esquizoanálise e a psicanalise. Há uma diferença radical entre a Esquizanálise e as psicologias e as psiquiatrias dominantes, hegemônicas. Há uma diferença radical das psiquiatrias que visam controlar, medicalizar, impregnar, entorpecimento - sabotar, anular, proibir, mortificar, criar mecanismos de controle, entorpecer, inocular camisas de forças químicas no desejo quando, na verdade, não sabem nem o que estão fazendo, não sabem o que é desejo, não sabem nem o que é viver. Não dão conta da vida, não tem visão sobre o que é viver e prescrevem de modo “leviano” - ou desesperado, talvez porque não dariam conta de uma suposta loucura, de um suposto desarranjo social - medicamentos, elementos que vão inibir o desejo no cérebro, porque afinal, não cabe tanto desejo nessa nossa sociedade. Não cabe tanto desejo em um corpo que quer acontecer, mas não há espaço para ele, não há tempo para ele, não tem condições para ele. Não sabemos o que fazer com tanto desejo, então a própria sociedade investe em inibi-lo, ritornelo cristalizado, Status Quo é a mesmice do cotidiano, trapo autista é a surra que a diferença levou. Assim o Capitalismo, a psiquiatria são industrias da morte. Há, como diriam Deleuze e Guattari no seu “Anti - Édipo” uma maquina de anti - produção, uma máquina de esvaziamento das intensidades. O desejo intensivo não é bem visto, não é bem - quisto. Como diria o inominável, em relação ao jornalista britânico recente assassinado, “ele não era bem - quisto”. O que é não bem - quisto? Para esses vermes, com o perdão dos vermes. O que não é bem - quisto? Não é bem - quisto a vida em estado “Pulsante”. A vida intensiva ela incomoda, incomoda sempre quem? Aqueles que estão separados do que podem, aqueles que se tornam impotentes e aqueles que vivem sobretudo, dos impotentes e das paixões tristes. Deleuze e Guattari no livro a “Esquizofrenia e o Capitalismo”, explanam que a loucura nunca foi capturada e nem ordenada pela logica de produção, acumulo, diplomas, vitorias, ditas riquezas, consumo e Trabalho... A máquina social precisa do indivíduo e dos sujeitos. Ela precisa disso, assim como ela precisa das famílias, e precisa da reprodução de suas peças. Ela precisa tanto disso, e não faz isso sem inocular um limite - que é seu limite - para dentro de cada um de nós. O limite, que é o seu limite, que antigamente era o limite da lei que depois passou a ser o limite da norma, deve ultrapassar da lei para a norma, da norma para o próprio desejo. O próprio desejo deve desejar a partir do seu limite. E ai você pode dar até livre curso para o desejo, como Kant queria dar. O desejo se tornaria legislador quando ele inoculou o limite dentro dele, quando ele pode se tornar normativo, esse ideal da maquina social, para que funcione o seu centro de soberania. É aderido? Há uma adesão? Dos seus mecanismos? Dos seus colaboradores, dos seus restauradores? Psicólogos, Psicanalistas, Psiquiatras? Desses mecanismos de subjetividades desarranjados? É para que serve a clinica? É para submeter novamente a vida? É para dizer olha, não há outra forma, vamos levar a vida a se adequar, porque você vai sofrer menos. Porque você vai ter mais sucesso. Porque assim tem mais chances de ser reconhecido socialmente. Você vai ter um futuro, e vai poder falar em nome de quem? Em nome próprio? Jamais. Em nome próprio, jamais. Quando você diz “Eu”, não é sua singularidade que esta falando em você. Quando você diz “Eu”, o “eu” nada mais é do que um outro em você. É um outro que fala em você. Como diria Nietzsche, “quem é o nosso eu”? Quando dizemos “Eu’, achamos que estamos tocando no nosso íntimo, no íntimo da nossa mais profunda interioridade. E esse “Eu”, não passa de um fragmento de exterioridade, de um pedaço de exterioridade. O nosso “Eu” é um código de linguagem. É um modo de criar, na verdade, uma superfície de passagem.
Uma Conversa com Eduardo Marinho ...
1:16:38
agenciamentos
Рет қаралды 992
Encontros: Arte e Pensamento - Hélia Borges e Jorge Vasconcelos
1:34:01
OYUNCAK MİKROFON İLE TRAFİK LAMBASINI DEĞİŞTİRDİ 😱
00:17
Melih Taşçı
Рет қаралды 13 МЛН
Players vs Corner Flags 🤯
00:28
LE FOOT EN VIDÉO
Рет қаралды 90 МЛН
The selfish The Joker was taught a lesson by Officer Rabbit. #funny #supersiblings
00:12
Wilhelm Reich e saberes insurgentes
1:42:22
agenciamentos
Рет қаралды 641
Eleições ANPOF - Conversa com integrantes da CHAPA 2
1:21:21
agenciamentos
Рет қаралды 299
OYUNCAK MİKROFON İLE TRAFİK LAMBASINI DEĞİŞTİRDİ 😱
00:17
Melih Taşçı
Рет қаралды 13 МЛН