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Filho de traficante com ladrão, o Douglas nasceu no Complexo da Coruja, em São Gonçalo, e cresceu com todo mundo apostando que ele seguiria os mesmos passos dos pais. Até que ele mostrou que o que falta nas favelas brasileiras são oportunidades para que jovens não sigam para o mundo do crime.
Quando Douglas nasceu, seu pai não estava mais vivo, e sua mãe, que era traficante na comunidade em que moravam, foi assassinada quando ele tinha 11 anos. Quem o criou foram seus avós paternos, que tentaram mostrar um caminho diferente daquele que seus pais trilharam.
Dentro da comunidade, ninguém acreditava que o esforço dos avós daria certo. As pessoas tinham certeza que Douglas seguiria o caminho dos pais. Para eles, não tinha como, ele era uma bomba-relógio.
Mas o Douglas fez com que todos pagassem a língua. Desde muito cedo ele tinha uma compreensão da dinâmica da comunidade e sabia que o caminho dos pais não era uma alternativa para ele porque o final de todos que ele conhecia que se envolviam nisso, morriam.
A morte dentro da comunidade era algo comum e isso incomodava Douglas, mas a gota d´água foi quando seu primo morreu assassinado. Aquele ciclo dentro das favelas onde alguém morre, as pessoas fazem um camiseta, colocam "luto" na internet e a vida segue normalmente no dia seguinte até o próximo morrer, incomodava demais.
No dia seguinte ao enterro do primo, Douglas resolve fazer algo para mudar aquela realidade. Ele trabalhava em um colégio particular e viu ali o mundo que a favela não tinha: aulas de música, dança, teatro, esporte e uma merenda boa.
Foi observando esse abismo social que ele entendeu que se as crianças na comunidade tivessem acesso, talvez a comunidade poderia frequentar menos a enterros e mais formaturas.
Sem nem titubear, Douglas reuniu 5 crianças na calçada, fez alguns cachorros-quentes para elas comerem e começou a conversar com elas sobre a realidade dentro das favelas, mostrando que existem possibilidade. Ali nascia o Projeto Primeira Chance.
Douglas pegava os materiais usados no colégio particular que trabalhava e levava para as crianças na favela. Depois ele começou a ter ajuda de alguns pais de alunos interessados no projeto e foi aumentando o poder de transformação do Primeira Chance, que existe há 8 anos.
Hoje o projeto vive de doações e dá oportunidade para cerca de 150 crianças, que têm aula de violino, balé, reforço, além de outras ações sociais dentro de comunidades. O Primeira Chance é a ponte entre a favela e as oportunidades, que são da favela por direito mas as pessoas ali não têm acesso.
Para ser um doador do Projeto Primeira Chance, acesse: primeirachance...
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