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QUANDO A ESPORA SILENCIA
Autor: Arlindo Almeida Jr.
Declamador: Flavio Marotte
Amadrinhadores: Vani Vieira e Henrique Bagesteiro Fan
Gravado ao vivo no Estúdio Gavetão
Uruguaiana/RS
O tempo não marca hora
Pra uma saudade chegar
E no silêncio a passar,
A marcar linhas na gente
Que não dói e não se sente.
E a verdade é soberana,
Na realidade profana
É que se vive o presente.
O tilintar duma espora
Que soa qual liberdade,
Num sonido de amizade.
Aos companheiros de estrada.
Vem melodia "tiflada"
Sobre um basto castelhano.
O tropear não tem enganos
Aos que vivem esta jornada.
Riscos no chão são segredos
Escritos na terra bruta,
A contar de toda a luta
Das esporas andarilhas.
A cruzar pelas coxilhas
Para cumprir as missões
Levar a paz aos galpões
Do gauchismo é a trilha.
A história quando é contada
Em verso ou em canção,
Ao pé dum fogo de chão
O heroísmo se expande.
A força nos torna grande,
Um verdadeiro centauro
Pois, foi o gaúcho a cavalo,
Que fez imenso o Rio Grande.
Lembranças que são guardadas
Dos rangidos dos arreios.
Na invernada o campereio
E o pó cobrindo o chapéu.
Do infinito a lo-léu
Por onde o vento assovia
Vem à memória em romaria
Qual uma carga em tropel.
Quando a espora silencia,
Cala uma voz na querência
Transforma a existência
Pendurada no galpão.
A pontear sofreguidão
No rodeio das lembranças
Aonde se perde a esperança
A galponear solidão.
Nas fases que a vida tenha
Umas boas outras ruins,
Mas tudo tem sempre um fim.
O que fica é o ensinamento
De quem vive o momento.
A tilintar uma espora,
Na labuta do afio das horas
Junto ao sopro do vento.
As horas ficam compridas
Ao lembrar com nostalgia,
Da mocidade em porfia
E os passos firmes co'a espora
Quando saí a campo fora
Na lida xucra e baguala.
Toda a tristeza se cala,
E com certeza vai embora!
Uma espora quando cala,
Cala também o xucrismo.
O silêncio invade a alma,
Morre um pouco o gauchismo.
Nas graças de nossa senhora.
Sem esquecer o seu rincão
Emalou as suas recordações.
De ponteiro nas tropeadas,
Dando um rumo à boiada,
O que fez, não foi por glórias
Mas, deixa marcas na história,
De quem viveu nas estradas.