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A atual mudança climática é um fenômeno tão profundo e radical que levou Paul J. Crutzen (prêmio Nobel de química em 1995 por descobertas atmosféricas) a propor o encerramento da longa Época que as geociências chamam de Holoceno. Isto é, os últimos 11.717 anos (com margem de erro de 99), ao longo dos quais ocorreu o processo civilizador. Desencadeado pelo advento de práticas agropecuárias que aos poucos foram viabilizando a minimização de sistemas de sobrevivência extrativistas, dependentes de coleta, caça e pesca. E que agora entra em etapa das mais enigmáticas, principalmente por causa da inteligência artificial (ou “inteligência cognitiva”, como preferem outros).
Em 2000, num importante encontro científico em Cuernavaca, depois de ouvir repetidas menções de paleontólogos ao Holoceno, Crutzen balbuciou o termo Antropoceno em irritado repente. Rótulo já usado informalmente havia vinte anos pelo biólogo Eugene F. Stoermer, e cuja compreensão tivera vários precursores, entre os quais o geoquímico russo Vladimir I. Vernadsky, que no início do século XX renovara a visão da biosfera.
Participantes:
Sonia Maria Barros de Oliveira (IGc/USP)
Reinaldo José Lopes (Folha de S. Paulo)
José Eli da Veiga (IEE/USP)