Nelson Freire | Grieg Concerto (OFSP, Fuchs) (Cultura Artística, 1966)

[@facundoramirezpiano1965]

¡Qué pianista! Inmortal Nelson Freire...❤

[@InstitutoPianoBrasileiro]

Trecho do livro de Laura Iakowski "Todas as cores e sons de um caminho", narrando as circunstâncias em torno dessa gravação: "A estreia para valer do meu gravadorzinho portátil aconteceu quando Jandira e eu o levamos pela primeira vez ao Teatro Cultura Artística (antigo Canal 9), numa tarde de sábado, dia 17 de setembro de 1966, para assistirmos Nelson Freire, que estava começando uma extraordinária carreira como um dos mais jovens e talentosos pianistas do Brasil. A ideia que eu tive de gravar a sua magnífica interpretação do Concerto em Lá Menor de Grieg para piano e orquestra foi o máximo! Os aplausos ao Nelson foram esfuziantes, fazendo-o voltar várias vezes ao palco para agradecer o entusiasmo fervoroso do público, que não parava de aplaudi-lo. Quando o concerto terminou, formaram-se no saguão grupinhos de pessoas que comentavam com júbilo a técnica brilhante, a interpretação romântica e arrebatadora do jovem virtuose. Entre os admiradores desse novo talento, encontrava-se o Guilherme, que também havia ido ao teatro e que ficou felicíssimo ao saber que eu tinha gravado todo o concerto, uma joia, tão lindamente interpretada! Atrasei-me na saída, despedindo-me das minhas amigas, e, quando Jandira e eu estávamos deixando o teatro, passou apressado pela gente o próprio Nelson Freire, em companhia de um senhor e de um jovem moreno. Olhando-me de relance, teve tempo de reparar no meu gravador. Parou de repente e perguntou-me se poderia ouvir a gravação. Muito simpático, apresentou-nos os seus amigos, Sr. Rodolfo Borghoff e o jovem pianista Roberto Szidon, de Porto Alegre, surpreendendo-me bastante, pois eu já o conhecia de nome por ter lido, algum tempo atrás, uma elogiosa reportagem que o enaltecia como um fenômeno artístico que acabara de surgir. Um gênio, um pianista fantástico! Ambos disseram que estavam hospedados na casa do Sr. Borghoff. Não sabia como fazer para o Nelson Freire ouvir o que eu havia gravado, quando o senhor anfitrião, muito gentil, quis saber onde morávamos e qual era a nossa condução. Disse-lhe que iríamos tomar um ônibus em direção ao Paraíso e desceríamos próximo à Rua Oscar Porto, onde minha casa ficava em frente à União Cultural Brasil Estados Unidos. Ele, muito surpreso, exclamou: - Que coincidência! Estamos indo agora mesmo à União Cultural buscar a Guida, minha filha, que nessa hora já deve ter terminado de fazer o teste de inglês para uma bolsa de estudos nos Estados Unidos. Realmente uma grande coincidência! Ofereceu-nos uma carona, pois assim poderíamos ir ouvindo a gravação pelo caminho. Guilherme, quando nos viu entrando no carro, também quis vir com a gente. Entramos todos num lindo Mercedes-Benz. Sr. Rodolfo na direção, Jandira e Guilherme na frente, os dois pianistas e eu atrás. Assim, viajamos confortavelmente ao som de Grieg. Quando paramos em frente de casa, a gravação ainda não tinha terminado. O jeito foi convidá-los para entrar e ouvir com calma o final do concerto, enquanto eu iria preparar um cafezinho. Eles aceitaram prontamente o meu convite. Sentiram-se à vontade, reconhecendo que estavam em casa de uma fã, apreciadora da música clássica e que dava muitíssimo valor aos bons intérpretes. Demonstraram ter gostado da minha salinha de música, dos dois pianos e dos meus quadros. Gentilíssimos. Na despedida, com muitos agradecimentos, Sr. Borghoff prometeu-me que mandaria pela sua filha um LP com uma gravação do Nelson Freire. Dito e feito. Dias mais tarde, recebi a visita da Guida, trazendo-me uma foto que o Nelson Freire mandara com uma bonita dedicatória e, mais ainda, um LP com a gravação de um dos célebres concertos matinais realizados no Teatro Municipal, patrocinados pela Mercedes-Benz e organizados pelo Sr. Borghoff, grande conhecedor de música e um dos diretores da Mercedes. Nos domingos de manhã, eram apresentados lindíssimos concertos com maestros e solistas famosos. No lado A do disco que eu ganhara, encontra-se gravada ao vivo a brilhante interpretação do Nelson Freire para o Concerto Nº 3 de Prokofieff, sob a regência do maestro Souza Lima. Guida e eu conversamos horas e horas sobre música, quando me contou que também estava se dedicando com afinco ao estudo do piano. Achou-me igualzinha à sua mãe, que, como eu, idolatrava o piano e sempre que podia procurava, de preferência, ouvir de perto os pianistas para observar melhor os detalhes da técnica e do touché pesado ou suave, características de cada executante, além do sentimento empregado na interpretação. Portanto, éramos duas fanáticas da arte pianística. Numa tarde de outubro desse mesmo ano, tive o prazer de conhecer a Yolanda Borghoff, quando veio visitar-me. Óbvio, conversamos o tempo todo sobre música, pianistas, concertos, discos, etc. Descobrimos que tínhamos as mesmas predileções e bastante afinidade. Desde esse dia, tornamo-nos muito amigas".

[@fernandobnoliveira]

❤❤❤❤❤❤

[@gilborges-piano]

Relato sensacional!!!

[@renelicht]

😍😍😍😍😍

[@fernandobnoliveira]

Kd esse 2º de Prokofiev!? Uma hora tem que aparecer um rsrsrsrs

[@InstitutoPianoBrasileiro]

Realmente! Ele só o tocou nessa época, mas infelizmente ainda não apareceu nenhum registro conhecido. Seria fantástico se também aparecesse o Rach 3 dele com 21 anos 🙂