Afeto catalisador - Ocupação Nise da Silveira (2017)

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Itaú Cultural

6 жыл бұрын

A artista visual Martha Pires Ferreira fala da sua experiência como monitora no ateliê do Museu de Imagens do Inconsciente (MII) e do contato que teve com Raphael Domingues a partir de 1968. Raphael passou a frequentar o museu em 1946, por orientação do artista plástico Almir Mavignier, então monitor do ateliê. Martha explica o conceito do “afeto catalisador”, ou seja, como a sua presença silenciosa, e ainda assim afetiva, incentivou Raphael a continuar criando e a se sentir querido e respeitado.
A 37ª edição do programa Ocupação homenageia a psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), pioneira na renovação das estruturas do tratamento da saúde mental. Com a curadoria de Luiz Carlos Mello (diretor do MII) e da equipe do instituto, a exposição fica em cartaz entre os dias 25 de novembro de 2017 e 28 de janeiro de 2018, no Itaú Cultural, em São Paulo/SP.
Depoimento gravado em São Paulo, em setembro de 2017.
Saiba mais sobre a Ocupação Nise da Silveira: goo.gl/p2Qwvt.
Créditos
Presidente: Milú Villela
Diretor-superintendente: Eduardo Saron
Superintendente administrativo: Sérgio Miyazaki
Gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento: Ana de Fátima Sousa
Coordenador do Núcleo de Comunicação e Relacionamento: Carlos Couto Costa
Entrevista: Duanne Ribeiro
Gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura: Claudiney Ferreira
Coordenadora de conteúdo audiovisual: Kety Fernandes Nassar
Produção audiovisual: Camila Fink
Captação de imagem: André Seiti e Karina Bonini Fogaça
Roteiro e edição: Karina Bonini Fogaça
Estagiário: Lucas Bassoto
Som direto: Tomás Franco (terceirizado)

Пікірлер: 12
@claudiorobertodasilva1884
@claudiorobertodasilva1884 20 күн бұрын
😮ser incrível Parabéns por tua existência entre nós 😊😊😊gratidão
@elisa8044
@elisa8044 6 жыл бұрын
É de uma delicadeza este depoimento de Martha tanto sobre "A Rainha ...Dra NISE" quanto sobre Raphael Domingues...OBRIGADA!
@carloshumbertomartins7712
@carloshumbertomartins7712 6 ай бұрын
A loucura se aproxima muito da arte, o Professor Gillis Deleuze diz que na realidade o louco o artista o nômade são pessoas que funcionam como simulacro, ou seja, eles têm um jeito de dizer e de viver a vida, diferente das pessoas que funcionam como copias, que são os normais. Na arte, nós conseguimos traduzir o sentido do vivido, o experienciado, fazendo algo que seja doloroso, algo que seja compulsivamente inesperado seja traduzido em uma forma estética, bela, que seja familiarizado, mas reincorporando na nossa vida a obra de arte, como quem resgata as entranhas do próprio eu. Enquanto aquilo ficava atormentado nas entranhas, era um foco de pressão, era um foco de sofrimento, que sai criativamente reinventado na elaboração de uma obra de arte, o homem já se vê, admira e se familiariza com a natureza da própria existência humana, e vive dialeticamente dor e alegria trabalhando os sentimentos na perspectiva da própria finitude da vida. Então, todos nós carregamos inúmeros momentos da vida que se perderam no tempo, e que por terem se perdido no tempo soam distantes e distantes nos fazem saudosos, chorosos, sofridos e quando nós mergulhamos nestes eventos distantes buscamos eles para o cotidiano, para o presente, e os concretizamos em uma obra de arte, nós resgatamos na obra de arte o mais doído, que era a sensação de que parte de nós havia ficado naquilo que se passou, naquilo que foi perdido, e a obra de arte retrata a nossa inteireza a integridade do “Eu” que não se perde nos abandonos vividos, nas vitórias que se esfumaçaram, nas mudanças da vida. O homem se reintegra na obra de arte e se percebe presente, atualizado, em condição de falar de si em um tom diferente, no tom, onde a lagrima pela dor do perdido é apenas água que retempera a tinta da caneta que faz a escrita, que ao sofrer banha nos, como no poema do Senhor Carlos Drummond de Andrade: [“A lagrima limpa a alma”]. Mas quando nosso choro não é choro é chororó, como diz a musica do Sr. Gilberto Gil, a gente repete, repete um sofrimento e não consegue sublimar, nem reinterpretar, e nem aprender com ele; mas se a gente traduz em arte, o nosso enlouquecimento torna se poeticamente uma dádiva de calmaria de serenidade, porque o desespero em uma obra de arte encanta, o desespero nas entranhas enlouquecidas do “Eu” assusta, atemoriza. [“Sozinho no escuro, qual bicho do mato, sem Teogonia, sem parede nua para se encostar, você foge José, para onde? Para onde”?] Carlos Drummond de Andrade. 18° A Loucura a Cura. A loucura é isto? A cura! Porquê, o José que se reconhece em um quarto escuro sem paredes para se encostar, neste momento é retratado o momento mais profundo da solidão do ser humano. Nós precisamos de Deuses, paredes, de chão, de mitos, de companhia. “E agora José” depois que foi escrito, perder a sua solidão, porque ele conversa comigo, com vocês, conversa com os nossos amigos, ele passeia pela cidade, pelas livrarias. “O José” depois de obra de arte, ele descobre que pode conversar com quem tem Deuses, pode encostar na casa do vizinho, o José depois de escrito ele escora nas pedras de Itabira e se percebe como ser que tem território. A fragilidade ela é exposta na poesia, ela perde a maior dor, porque a dor da loucura, é a solidão, é o não poder compartilhar, é ser algo que o outro não entende, e que o outro não consegue atingir. Por mais que tenhamos algum conhecimento do Sr. Carlos Drummond de Andrade, “E agora José”, você consegue conversar. O José que não escreveu José, e agora é José, não vive mais no silêncio. Então, nós podemos compartilhar com o poema, com a pintura, com a escultura, com a poesia, com a literatura as próprias angustias, nós podemos nos igualar e ai acaba a diferença. Se estamos vivendo uma crise e a crise é diferença então nós acabamos encontrando um fator comum. E é por isso que o trabalho terapêutico em grupo ele funciona, porque “dor” compartilhada é “dor” que você desmistifica da condição infernal e faz ganhar estatuto de problema do cotidiano.
@fabioreoli6259
@fabioreoli6259 5 жыл бұрын
Que depoimentos importantes. Um documento que merece ser um patrimônio cultural da humanidade, assim como o trabalho fantástico desta mulher idem, que foi a Dra. Nise da Silveira!
@celesteferreira8072
@celesteferreira8072 5 жыл бұрын
Concordo consigo Fábio... Apenas hoje tive contacto com esta enorme figura da Medicina Psiquiátrica brasileira... E estou ENCANTADA com todos os outros depoiamentos que versam a Psiquiatria Moderna e com a Dra. Nise que se afirmou rebelde por ser diferente e pagou caro por isso. Você nao acha estranho 2 depoiamentos a um testemunho desta natureza... ???
@eliasdesouzabuenobueno2015
@eliasdesouzabuenobueno2015 4 жыл бұрын
@@celesteferreira8072 bom demais
@eliasdesouzabuenobueno2015
@eliasdesouzabuenobueno2015 4 жыл бұрын
@@celesteferreira8072 Lo mó ser amor i9
@eliasdesouzabuenobueno2015
@eliasdesouzabuenobueno2015 4 жыл бұрын
@@celesteferreira8072 Linda
@alineaf
@alineaf 4 жыл бұрын
Ah, era ela, do filme... foi tão importante, delicado e lindo essa relação entre a Martha e o Rafael... Que lindo depoimento! Rico!!
@eraldogomes8318
@eraldogomes8318 2 жыл бұрын
QUE DEPOIMENTO FANTASTTTICO🌹
@joyceveras1515
@joyceveras1515 Жыл бұрын
Riqueza demais!
@saletebarros3729
@saletebarros3729 3 жыл бұрын
❤❤❤❤❤❤❤❤❤