Entrevista da Semana: Wole Soyinka

[@elizabethmaia4680]

Não acho que os escritores sejam os legisladores do mundo, mas acredito que a literatura faz durar o que, para a política, parece efêmero. Governos e líderes não antecipam o que está bem debaixo de seus narizes. E esta é uma das funções que a literatura consegue ocupar. Talvez os escritores estejam mais próximos das pessoas e sejam menos alienados do que os políticos pensam. Um escritor muitas vezes consegue prever, alertar e reconhecer sinais antes da erupção de um conflito. Daí a importância da literatura. O que eu gostaria que conhecessem sobre o meu país, a Nigéria, é a verdade; simplesmente a verdade, não a versão sensacionalista das reportagens, que é a que geralmente atrai as pessoas de fora. Elas vão ouvir sobre desastres, guerras civis, conflitos religiosos; mas, raramente, vão deixar os problemas de lado para ouvir sobre a humanidade que está por baixo de tudo isso. Então, em meus escritos, só quero contar a verdade. Toda sociedade tem seus próprios problemas; então, o que eu gostaria de mostrar para fora da Nigéria, que é o que deveria ocupar o interesse dos escritores, é o bom e o ruim, o que é positivo e o que é negativo, porque nenhuma sociedade é perfeita.Todas têm aspectos contrastantes. O importante é conhecer a realidade em que se vive, tal como ela é. Todos os seres conscientes têm a responsabilidade de conhecer o que acontece no lugar em que vivem e no outro lado do mundo. Esta é uma responsabilidade de todos os seres humanos, de todos os cidadãos do mundo. Wole Soyinka. Legal!! :)