Julio Machado lê 'Dez Dias que Abalaram o Mundo'

No segundo episódio da série da TV Folha sobre os 100 anos da Revolução Russa, com direção e concepção de Mika Lins, o ator Julio Machado lê trechos do livro "Dez Dias que Abalaram o Mundo", do americano John Reed.
O projeto tem ainda fotografia de Diego Arvate, que também assina a edição, e Felix Lima.
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[@Jackmeira]

Esse clima noir desses vídeos estão incríveis, parabéns.

[@PhilomenaEstradeira]

Primeiro livro que me recordo ter lido depois da infância. Lindo.

[@deboragomes8369]

"Como sempre acontece em casos semelhantes, a vida convencional e fútil da cidade seguia o seu curso, ignorando a revolução tanto quanto possível. Os poetas faziam versos mas não sobre a revolução. Os pintores realistas pintavam cenas históricas da Rússia medieval mas não reproduziam um só aspecto da revolução." - John Reed

[@luciadutradutra5622]

Gostei.

[@DiegoHenrique-yn5ex]

Gostei muito, falar do evento que mudou o mundo para sempre tem que ser referenciado.

[@sumaramesquita3125]

Julio Machado sensacional.

[@CRUZthx]

A força deixa a história MAL CONTADA.

[@chicoterceiro]

1:10 Na União Soviética tem pão? E morreu... Didi feelings =/

[@Volt100C]

Chico Ponte nessa altura do livro ele tá retratando o império russo. É um momento pré revolução.

[@guilhermerubinato4852]

@@Volt100C na verdade ele ta falando dos poucos dias de governo provisorio, que sao os dias entre a fundacao da uniao sovietica e a caida do imperio tzarista

[@GabrielRodrigues-dh3bj]

No capitalismo tem pão? Morreram.

[@euein...]

Quase 7 anos depois - e sei que é desnecessário da minha parte - venho aqui responder o seguinte (e você já deve saber): esse livro retrata a revolução bolchevique em 7 e 8 de outubro/novembro até o dia 18 de novembro. São os 10 dias que abalaram o mundo, porque fala de uma revolução verdadeiramente "socialista/comunista", para o Reed e, claro, para a liderança bolchevique, dado que os mencheviques, que tomaram o poder em fevereiro/março, queriam estabelecer, depois de um governo provisório, uma espécie de constituinte semelhante a uma monarquia parlamentarista europeia ou uma república aos moldes americanos, o que, para Lenin, era inaceitável, pois eram sistemas políticos que inevitavelmente a burguesia controlava. Os sovietes deixavam escapar a ditadura do proletariado e os bolcheviques tinham que lutar por eles, segundo Lenin. Era, para Lenin, preciso uma segunda revolução e, pelo desenrolar de alguns fatos, isso conseguido incidentalmente, quase acidentalmente mesmo; com pouquíssimas baixas, a revolução bolchevique se fez até meio melancolicamente. Então, evidentemente, a crítica de Reed não é mais a crítica contra o czarismo - que já havia meses saído de cena - ele critica estarrecido como uma revolução popular de fevereiro de 1917 não teria produzido nos espíritos russos euforia, mas, aparentemente, ao contrário, uma profunda apatia, como se nada tivesse acontecido - e pior, em condições econômico-sociais piores que a precedente com a monarquia, pois os mencheviques não tinham coragem de usar o poder que tinham ainda e estabelecer um controle efetivo do governo Russo, tarefa ingrata e dificílima sem uma direção forte em luta contra muitos sabotamentos internos contra o governo provisório. Os bolcheviques conseguiram organizar, nesse contexto, uma pequena infantaria; numa espécie de guerra fria entre bolcheviques e mencheviques, aqueles dominaram esses em 8 de novembro numa sucessão de acontecimentos insólitos que menos tinha a ver com vontade conscienciosa dirigida e muito mais mesmo a ver com o acaso e, em alguma medida, aproveitamento esperto, mas cheio de dúvidas, de oportunidades auspiciosas, que, graças ao ímpeto, por assim dizer, de Lenin e Trotski, souberam estes se aproveitar com alguma sorte; assim que tomaram o poder, medidas muito rapidamente de criação e distribuição de cargos para tentar manter o controle nas mãos dos sovietes começaram e deu muito certo até a guerra civil. Então, só para ratificar, Reed não está escrevendo sobre a Rússia czarista (trecho que foi lido no vídeo), mas de uma Rússia apática menchevique, pós-revolução e já estabelecido no governo provisório haviam por quase 9 meses. Antes que o impulso revolucionário se arrefecesse entre os sovietes, sobretudo em Petrogrado, Lenin aproveitou as últimas oportunidades que restaram e acabou dando certo, mesmo relativamente longe do ponto central da revolução, que Trótski liderou. A ditadura bolchevique começaria em novembro de 1917, e não só abalou o mundo, como abalou a própria Rússia e, posteriormente, outros estados soviéticos, quando após a morte de Lenin, o governo soviético da URSS passou por uma burocratização tão mecanizada e fria, austera em um sistema de reputações e cargos extravagantes que o regime de terror, infelizmente, foi estabelecido quase que inevitavelmente, eliminando, assim, quase a totalidade dos revolucionários da primeria e segunda leva, restando apenas uns poucos fiéis e servos o PCUS e de um pequeno grupo de comissários de elite do alto escalão do partido, que é quem realmente mandava na Rússia e na URSS mesmo, sob a figura individual de um Stalin forte, que tinha, sim, grandes poderes, mas que foi inteiramente moldado pelo partido, que era maior e certamente sempre desejos de manter Stalin no poder para não criar uma guerra civil catastrófica pelo trono.