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CRÍTICA DA RAZÃO PRÁTICA OU O QUE PODEMOS CONHECER?
Kant (1724-1804) é o filósofo iluminista que ganhará um grande reconhecimento na modernidade. O pensador, a partir da influência de seu professor Cristian Wolff, defendeu por vários anos uma abordagem de filosofia que era tida como “racionalismo”, mas após seu contato com David Hume, o filósofo alega que “despertou do seu sono dogmático” e se propõe criar uma nova filosofia.
Kant em sua nova busca vai fazer o que muitos consideram ser a “Revolução Copernicana” na filosofia, pois se antes as discussões entre empiristas e racionalistas era o auge desse período, com Kant essa questão tomará um novo rumo. A questão chave para o filósofo é se a metafísica pode se tornar ciência. Há nesse momento um longo avanço das ciências naturais que se solidificam junto a matemática e a lógica, todavia, as questões metafísicas como Deus, liberdade e a imortalidade da alma continuam incognoscíveis.
O início da reflexão do filósofo tem como base a questão: o que podemos conhecer? Para responder esse problema ele não visa um novo sistema metafísico, mas entender o problema pela raiz, isso significa perguntar para a própria razão quais são os limites de sua faculdade. Kant relega o fracasso da metafísica até então a sua alternativa dogmática frente aos problemas colocados. Assim, é necessário compreender o limite da faculdade do entendimento para que saber se a metafísica pode ser ciência.
O início da reflexão kantiana tomará como base o “sujeito transcendental”, isto é: o sujeito que tem condição para experiência. Vale ressaltar que o conceito transcendental tinha um significado diferente ao que Kant propõe em sua obra. Se antes a palavra significava o conhecimento sobre um objeto, a nova abordagem propõe o conceito como o que torna possível que nós conheçamos, ou seja, qual a possibilidade do conhecimento.
Ao passo que a questão agora é o que torna possível o conhecimento, a resposta se inicia com a ideia de que conhecemos a partir de duas faculdades, sendo elas a sensibilidade (experiência) e o entendimento (razão). Essa nova perspectiva faz com que muitos interpretem uma revolução copernicana na filosofia, pois ao invés da faculdade de conhecer ser regulada pelo objeto é o objeto que se regula pela possibilidade do conhecer. Em outras palavras, Kant promove uma síntese entre a visão racionalista e a visão empirista.
Partindo da ideia de que dois tipos de conhecimento são possíveis, sendo eles o a priori (puro, universal e necessário) e o a posteriori (experiência, particular e contingente), Kant percebe que eles podem ser divididos em duas formar de juízos, os analíticos e os sintéticos. Os juízos analíticos presumem uma tautologia, isso quer dizer: o sujeito tem em si o seu predicado, logo ele é universal e necessário e não amplia o conhecimento sobre o que se refere. Um exemplo é alegar que o círculo é redondo. Já o juízo sintético tem um predicado diferente do sujeito, portanto são sempre particulares e contingentes, consequentemente sempre ampliam o conhecimento sobre o sujeito. Como exemplo podemos pensar a lâmpada é vermelha.
Diante dessa divisão inicial sobre como conhecemos, a pergunta central para Kant será: como são possíveis os juízos sintéticos a priori? Por exemplo: se tratando da matemática, como sabemos que 5 + 7 = 12, ou como entendemos de que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta. As abordagens anteriores comprovam que são possíveis juízos sintéticos a priori. Portanto, todo conhecimento nasce da experiência, mas não só dela se origina, pois são possíveis os juízos sintéticos a priori.
Frente a essa formação inicial, o pensamento kantiano irá construir os alicerces que tornam tais juízos possíveis. Isso formará a estética transcendental, a analítica transcendental e a dialética transcendental. A estética transcendental busca responder como são possíveis os juízos sintéticos a priori na matemática. A analítica transcendental busca inferir como são possíveis os juízos sintéticos a prior na física. Por fim, a dialética transcendental visa analisar se SÃO possíveis os juízos sintéticos a priori na metafísica (questão central da obra de Kant).
Na estética transcendental, Kant conclui que há dois princípios a apriorísticos da sensibilidade, sendo eles o espaço e o tempo. Na analítica transcendental ele alega que os juízos apriorísticos do entendimento são formados por 12 categorias. O resultado dessa análise é de que só podemos conhecer os fenômenos, porque temos como condição o espaço e o tempo. Dito de outra forma, só conhecemos mediante a sensibilidade (sentidos) e do entendimento (pensamentos). Logo, nada que ultrapasse esse limite pode ser conhecido como ciência.
Após as análises feitas mediante a estética e a analítica transcendental, Kant passa a tratar da dialética transcendental. Nela ele busca o incondicionado, passando para além do âmbito fenoménico. Continua nos comentários...