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Neste 15 de novembro falo sobre a tela “Proclamação da República”, de Benedito Calixto, lançada em 1893.
Calixto era autodidata e muito próximo do Partido Republicano Paulista, um dos grandes beneficiados com o Golpe de 1889. Empenhou-se, então, em agradar os amigos, criando uma imagem enaltecedora, de uma situação que, na prática, não existiu. Na tela, centenas de homens fardados, com belos cavalos e muitos canhões e espadas festejam o 15 de novembro com muita pompa. Tudo é representado com a galhardia militar, como se a Proclamação da República fosse um grande ato de bravura. Sabemos, porém, que não houve uma revolução, muito menos popular, mas sim um golpe da elite cafeeira que se juntou ao exército e levou, ela própria, um golpe. Mas essa é outra história.
O certo é que Calixto pretendia elevar o ato e se esforçou para tal. A república precisava se firmar perante à monarquia, cujo imaginário ainda estava muito presente na população. Por isso, e na tentativa de reverter ao menos simbolicamente a situação, a obra desse artista ganhou proeminência na representação da nova república, que ainda lutava para ser engrandecida e se firmar. Demorou, mas deu certo, e hoje celebramos os 132 anos da Proclamação da República brasileira. Uma república que precisa ser conquistada, por todas/ os/ es nós, a cada dia.
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