Lisboa anos 60, Carnaval do Estoril _1964

[@acunhasoucareca]

Exmo. Senhor Jorge Quartim Borges; Começo, evidentemente, por lhe pedir muita desculpa por tomar a liberdade de o incomodar, principalmente neste dia feriado de Terça-feira de Carnaval. Gostaria, contudo, de lhe fazer uma pergunta que tem a ver com um filme que integra a sua lista de vídeos, referido por Lisboa anos 60, Carnaval do Estoril 1964». Será que o Senhor Jorge Quartim Graça conhece o proprietário deste filme e, caso saiba, terá conhecimento do paradeiro destes quase 3 minutos de filme sobre o Carnaval do Estoril? Esta minha curiosidade e interesse decorre do facto de eu estar a preparar um documentário sobre Fausto de Figueiredo, o Estoril e as origens do Turismo em Portugal que, com o título «Fausto de Figueiredo; um Homem do Tamanho dos Sonhos», espero poder estrear (provavelmente no Casino Estoril) no final deste ano ou início de 2021. E, por incrível que pareça,existem pouquíssimos filmes que incidam, objetivamente, sobre o Estoril, em geral, e sobre o Carnaval, em especial. Razão pela qual muito gostaria de poder integrar uma pequena parte deste filme exatamente quando se fala do famoso Carnaval do Estoril. A avaliar pela imagem e pelo seu ponto de vista, terá sido filmado por alguém que estava sentado nas bancadas não havendo, portanto, qualquer diversidade dos pontos de vista. Dado que a película Super 8 só foi lançada no mercado em 1965/66, julgo ser possível sustentar (com razoável certeza) que se trata de um filme em 8 milímetros, à cadência de 18 imagens por segundo o que , sendo projetado a 24 ips, provoca um movimento levemente acelerado. É no entanto aceitável reconhecer que a transcrição para suporte digital é de bastante má qualidade; o foco «foge», nota-se o batimento do obturador e até as côres surgem frequentemente esbatidas por ação da intensidade da lâmpada do projetor. penso que pode dizer-se que o filme foi transcrito para suporte digital através da projeção do filme numa parede branca. E eu - com todo o respeito - venho sugerir-lhe uma solução para criar uma cópia (fiel) desse soberbo excerto da nossa Memória Coletica, pois já existem atualmente equipamentos bastante sofisticados que permitem excelentes digitalizações de filmes de 9 e meio, 8, super 8 e 16mm. Eu não tenho esse tipo de equipamentos mas um bom amigo tem acesso a um e estou certo que fará para mim, gratuitamente, uma verdadeira digitalização do filme. E embora ele não vá fazer, naturalmente, um restauro da película, vai certamente fazer uma limpeza adequada da emulsão e retirar poeiras e outras ínfimas partículas. Ser-lhe-á depois devolvido o filme original, devidamente acondicionado) bem como um ficheiro (em MOV ou MP4, como preferir) do filme digitalizado. Como lhe disse há pouco, esta «operação» não terá qualquer custo para si, a não ser autorizar-me a utilizar até 30/35 segundos das imagens digitalizadas. E, ficando na expetativa da sua amável resposta (pelo e-mail [e-mail] ou pelo telefone nº 91 404 02 82. Perdoe-me, por favor, tão extensa prosa, mas considerei que seria meu elementar dever deixar o meu pedido perfeitamente clarificado e transparente. Muito obrigado; António Cunha (Birre/Cascais)