Loi Damasceno- Um século depois- Festival Canta Minas 1994

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Apresentação de Loi Damasceno na final do Festival Canta Minas da Rede Globo em 01/10/1994.
A letra da música faz um paralelo de um amor proibido, vivido por volta de 100 anos atrás por Oscar Wilde com seu parceiro, com um amor semelhante vivido no presente, daí o título: “Um Século Depois”.
O amor vivido por Oscar Wilde era considerado crime na época. Em função disso ele foi condenado e ficou preso. Na letra o eu lírico pergunta: “será que terá valido a pena ter amado assim, mesmo que a pena tenha sido morrer entre os muros sujos e escuros de uma prisão?”
Por diversas vezes ele questiona o seu parceiro, para que ele assuma o romance, tendo em vista que, o romance vivido cem anos antes era muito mais difícil de ser assumido por envolver toda a sociedade.
Na letra:
“Olhando um velho jornal de arte eu li que o meu preferido poeta inglês, nasceu no mesmo dia e no mesmo mês que você nasceu”
E o paralelo: “Você meu preferido amor que ainda não se resolveu , lutar por seu amor como ele lutou, num tempo em que as lutas por amor, envolviam mais que a dois”.
Oscar Wilde não é citado nominalmente em nenhum trecho da letra, mas ele é caracterizado como “meu preferido poeta inglês, e, para não deixar dúvida de quem seria o tal poeta inglês, cita “ Dorian Gray”,o romance de maior sucesso de Oscar Wilde: O Retrato de Dorian Gray, em que um jovem da alta sociedade, faz um pacto demoníaco para ter a juventude eterna enquanto o quadro com seu retrato é que envelhece.
Por esse motivo ele faz um paralelo entre a arte da pintura, retratada no romance e a arte da literatura do próprio Oscar Wilde e coloca a pena, que se refere tanto a pena do crime como a pena da arte e da literatura.
Na letra:
“Quem sabe você também irá conseguir pintar nas letras como ele pintou. Pintando e repitando um retrato assim, semelhante ao de Dorian Gray.
Por fim ele arremata:
“Quem sabe se em sua ascensão maior você irá se apaixonar? E então saberá se terá valido a pena, mesmo que a pena tenha sido morrer.
Um Século Depois
(Loi Damasceno)
Será que terá valido a pena ter amado assim?
Mesmo que a pena tenha sido
Morrer entre os muros sujos e escuros de uma prisão
Olhando um velho jornal de arte eu vi
Que o meu preferido poeta inglês
nasceu no mesmo dia e no mesmo mês
Que você nasceu
Você meu preferido amor que ainda não se resolveu
Lutar por seu amor como ele lutou
Num tempo em que as lutas por amor
Envolviam mais que a dois
Lutou contra falsos moralistas
A lançarem em falsete seus conceitos
Só pra se prevenirem de conceitos de outrem sobre si
Quem sabe você também irá conseguir
Pintar nas letras como ele pintou
Pintando e repintando um retrato assim
Semelhante ao de Dorian Gray
Quem sabe se em sua ascensão maior
Você também irá se apaixonar
E então saberá se terá valido a pena
Mesmo que a pena tenha sido morrer
Músicos:
Loi Damasceno:Violão e Voz
Cuca Moon: Flauta
Beto Lopes:Guitarra
Jelber Santos de Oliveira: Teclados
Ivan Corrêa: Baixo
André Machado Queiroz: Bateria
Ganhador de vários festivais de música, Loi Damasceno começou a compor, por volta dos vinte anos de idade.
Sua primeira música foi "FUSÃO DE IDÉIAS" , que em cuja letra ele diz : VAMOS FUNDIR NOSSAS IDÉIAS/ DEIXAR DE LADO ESSA CONTRADIÇÃO/ NÃO SER EXTREMO CONTRA EXTREMO/ E NÃO FAZER TANTA DISTINÇÃO. Nessa letra ela fala do choque de opiniões entre uma geração com a geração posterior.
Algum tempo depois ele compôs UM SO CORAÇÃO, em que fala de pegar um barco e partir para a era de aquarius e não mais voltar, por sentir que queria que todos fossem confluências, veias de um só coração a jorrar. Cada um sentindo a dor ou o prazer do outro como se fosse seu. Depois vieram tantas outras canções ( sendo letra e melodia de sua autoria) , e algumas parcerias que foram nascendo ao longo do tempo. Principais parceiros: Marília Sarmento, Tom Andrade, Edson Andrade, Flávio Colares, Alex Fabiane Torres, Edualdo (baiano).
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