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Quando Erasmo ouviu os primeiros acordes não teve dúvida: queria aquele tema para ele, então ele e seu eterno parceiro de reuniram para trabalhar nessa nova composição, intitulada "Sentado à beira do caminho". A canção levou quase cinco meses para ser composta, porque eles não conseguiam criar um refrão para essa música. Numa noite, no início de 1969, os dois se reuniram mais uma vez para trabalhar no estúdio da casa de Roberto, no Morumbi, em São Paulo. O cantor estava muito cansado e lá pelas três e meia da madrugada, como de costume, deitou-se no sofá para dar uma cochilada. Erasmo continuou trabalhando, mas sem conseguir encontrar o fechamento para a música. Entretanto, depois de uns vinte minutos dormindo, Roberto acordou elétrico e pulou do sofá exclamando: "Já sei, já sei!" E, enquanto ainda esfregava os olhos, cantou bem compassadamente: "Preciso acabar logo com isto/ preciso lembrar que eu existo".
Sentado à Beira do Caminho
(Roberto Carlos e Erasmo Carlos)
Eu não posso mais ficar aqui a esperar
Que um dia de repente você volte para mim
Vejo caminhões e carros apressados a passar por mim
Tô sentado à beira de um caminho que não tem mais fim
Meu olhar se perde na poeira desta estrada triste
Onde a tristeza e a saudade de você ainda existe
Esse sol que queima no meu rosto um resto de esperança
De ao menos ver de perto seu olhar que eu trago na lembrança
Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo, que eu existo, que eu existo
Vem a chuva molha o meu rosto e então eu choro tanto
Minhas lágrimas e os pingos dessa chuva
Se confundem com meu pranto
Olho pra mim mesmo, me procuro e não encontro nada
Sou um pobre resto de esperança na beira de uma estrada
Carros, caminhões, poeira, estrada
Tudo tudo se confunde em minha mente
Minha sombra me acompanha
E vê que eu estou morrendo lentamente
Só você não vê que eu não posso mais ficar aqui sozinho
Esperando a vida inteira por você sentado à beira de um caminho
Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo, que eu existo, que eu existo