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LUIZ GONZAGA BELLUZZO: NOVA REGRA FISCAL AJUDA CRESCIMENTO DA ECONOMIA? - Programa 20 Minutos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na última quinta-feira, dia 30 de março, o chamado novo arcabouço fiscal. Trata-se de um conjunto de regras cujo objetivo principal é produzir resultados primários positivos - receitas governamentais maiores que as despesas antes do pagamento de juros devidos pela União - e, portanto, levar a uma tendência declinante da relação entre a dívida pública e o PIB.
De acordo com a equipe econômica, a regra apresentada permitiria alcançar bons resultados primários salvaguardando as despesas necessárias - gastos e investimentos públicos - para reconstruir o Estado, debilitado pelos seis anos da regra fiscal vigente, a do teto de gastos, que impedia o aumento anual das despesas acima da correção inflacionária.
São seis as propostas principais do novo arcabouço fiscal:
1) O crescimento dos gastos estará limitado, sobre o ano anterior, a 70% do crescimento das receitas.
2) Saúde e educação voltam aos chamados mínimos constitucionais: respectivamente 15% e 18% das receitas correntes líquidas da União, ou seja, do total de receitas menos as transferências para estados e municípios. Isso significa que o crescimento dos gastos com esses dois setores não está limitado à trava dos 70% da regra geral.
3) As despesas primárias terão um piso de crescimento de 0,6% acima da inflação e um teto fixado em 2,5%.
4) Ficam estabelecidas metas de resultado primário, sobre o PIB, para os próximos três anos: 0% em 2024, 0,5% em 2025 e 1% em 2026. Essas metas podem ter uma oscilação de 0,25 para cima ou para baixo.
5) Caso o resultado primário fique abaixo da banda, no ano seguinte o crescimento real dos gastos cai para um teto de 50% do crescimento da receita. Se o saldo das contas públicas ficar acima da banda, o excedente de poupança poderá ser usado como investimento.
6) Os investimentos do governo federal terão um piso ao redor de R$ 75 bilhões anuais.
Para conversar sobre a nova regra fiscal e explicar tanto suas virtudes quanto seus problemas, nosso convidado é Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais economistas do país. Formado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, fez seu mestrado em Desenvolvimento Econômico pela Cepal e doutorado pela Unicamp, onde passou a ser professor-titular a partir de 1986. Fundou, em 1999, a Faculdade de Campinas. Foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda no governo Sarney, de 1985 a 1987, entre outras funções públicas que desempenhou. Entre outras atividades, atualmente é o economista-chefe do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa).
00:00 Abertura
07:20 Para Belluzzo, o Brasil precisa de uma regra fiscal baseada em geração de superávits e redução da dívida pública? Essa metodologia é um avanço científico?
10:50 Luiz Gonzaga Belluzzo: "China não tem arcabouço fiscal"
15:30 Luiz Gonzaga Belluzzo: "Regra fiscal de Haddad é uma solução de compromisso"
18:50 Luiz Gonzaga Belluzzo concorda com André Lara Resende sobre o programa de investimentos proposto pelo economista?
23:00 Luiz Gonzaga Belluzzo: "Viagem do presidente Lula à China é muito importante para o arcabouço de investimento"
29:30 A regra fiscal favorece a criação de uma estatal de energia que é proposta por Belluzzo?
34:00 O economista David Deccache produziu um gráfico comparativo aplicando a nova regra fiscal desde 2003. No gráfico, o país viria a perder cerca de 8.8 trilhões de reais em gastos públicos. Esse cenário não seria uma ameaça?
43:00 O governo informou que o piso de investimentos seria de R$ 75 bilhões anuais. Esse piso estaria dentro dos gastos públicos ou poderia compor um orçamento autônomo de investimentos, fora da regra fiscal?
43:30 Luiz Gonzaga Belluzzo: "75 bi de investimentos deve ficar fora da regra fiscal"
54:50 Como ficam as outras áreas sociais com a taxa fixada em 70%?
57:10 Luiz Gonzaga Belluzzo: "As outras áreas vão crescer menos"
58:00 O custo por pessoa abaixou com a nova medida?
58:55 Belluzzo concorda que o investimento deve vir das empresas privadas e o Estado deve cuidar das políticas sociais?
1:02:45 Luiz Gonzaga Belluzzo: "Não existe exemplo no capitalismo de que o mercado seja independente do Estado"
1:03:50 Luiz Gonzaga Belluzo responde perguntas da audiência
1:09:20 Indicações culturais de Luiz Gonzaga Belluzzo
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