João Villaret recita o poema "Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa" de Álvaro de Campos um heterónimo de Fernando Pessoa
Пікірлер: 24
@andbrito15182 жыл бұрын
Deus meu! Que coisa linda! Esse homem é e sempre será eterno!
@conceicaobarros44993 ай бұрын
De ir às lágrimas!! Era para um génio, este homem.
@cledipetrovich10133 жыл бұрын
AMOR....AGORA OUVI A VOZ DO CORAÇÃO....BRAVO !!!! 👏👏👏👏👏👏
@JHNNDOE12 жыл бұрын
muito bom, obrigado!
@DomingosFernandes-oe2sh8 жыл бұрын
Magnifico João vilaret
@luizamsalgado6 ай бұрын
Inesquecível!
@valnisiamaral4 жыл бұрын
Tudo, tudo, tudo... O pedinte de amor, paz, carinho, alegria... Ajoelho-me para implorar um sentimento lúcido, lúcido... Porreta! Sou lúcida quando te desejo. Não mais, sou uma alma apaixonada pela vida é por ti, WR.
@TatiFreitas12 жыл бұрын
NetzDriverZ, obrigada pelo dado! Na informação do cd que eu tenho só consta o João Villaret, então pensei que fosse ele. Obrigada de verdade!
@noemiafidalgo3312 Жыл бұрын
É assim
@marialuisacoelho20768 жыл бұрын
Fantástico
@keijadinhamusic9 жыл бұрын
Excelente!
@jmarqueslr12 жыл бұрын
Genial!
@ericktostes85712 жыл бұрын
Obrigado !
@heanesmedeiros60478 жыл бұрын
Belo, para falar o mínimo!
@mariaantoniasantos2611 жыл бұрын
Claro que não é Mário Viegas!!! Não conhece um nem outro. É, sem qualquer dúvida, João Villaret.
@pedrosilva98224 жыл бұрын
Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele; E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha (Excepto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro: Não sou parvo nem romancista russo, aplicado, E romantismo, sim, mas devagar...). Sinto urna simpatia por essa gente toda, Sobretudo quando não merece simpatia. Sim, eu sou também vadio e pedinte, E sou-o também por minha culpa. Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte: É estar ao lado da escala social, É não ser adaptável às normas da vida, Às normas reais ou sentimentais da vida - Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta, Não ser pobre a valer, operário explorado, Não ser doente de uma doença incurável, Não ser sedento de justiça, ou capitão de cavalaria Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas Que se fartam de letras porque têm razão para chorar lágrimas, E se revoltam contra a vida social porque têm razão para isso supor. Não: tudo menos ter razão! Tudo menos importar-me com a humanidade! Tudo menos ceder ao humanitarismo! De que serve uma sensação se há uma razão exterior para ela? Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou, Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente: É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio, É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte. Tudo mais é estúpido como um Dostoievski ou um Gorki. Tudo mais é ter fome ou não ter que vestir. E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece. Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato, E estou-me rebolando numa grande caridade por mim. Coitado do Álvaro de Campos! Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações! Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia! Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos, Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita, Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele Pobre que não era pobre, que tinha olhos tristes por profissão. Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa! Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo! E, sim, coitado dele! Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam, Que são pedintes e pedem, Porque a alma humana é um abismo. Eu é que sei. Coitado dele! Que bom poder-me revoltar num comício dentro da minha alma! Mas até nem parvo sou! Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais. Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido. Não me queiram converter a convicção: sou lúcido. Já disse: Sou lúcido. Nada de estéticas com coração: Sou lúcido. Merda! Sou lúcido.
@NetzDriverZ12 жыл бұрын
Isto é Mario Viegas a declamar
@wsalvaterra4 жыл бұрын
Nao, isto é Joao Villaret
@jaymecollaresneto42204 жыл бұрын
Está recitando, não interpretando... Meu Deus, quando é que vai aparecer alguém que interprete e que não apenas recite esse poema tão profundo? Essa recitação é ridícula, é um assassinato do poema de Pessoa, meu Deus, será que ninguém vê isso???