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Maria da Luz - Gaivota
(Alexandre O'Neil/Alain Oulman)
Guitarra: Manuel Martins
Viola: Carlos Macieira
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MARIA DA LUZ - LAMENTO
LADO A
LAMENTO (Costa de Oliveira)
AMAR AMAR (Florbela Espanca/Teresa Silva Carvalho)
CANTAREI (J. Luís Gordo/J. Fontes Rocha)
PRECISO DE ESPAÇO (Vasco de Lima Couto/Verónica)
LADO B
GAIVOTA (Alexandre O'Neil/Alain Oulman)
VALEU A PENA (Moniz Pereira)
LISBOA MENINA E MOÇA (Ary dos Santos/J. Pessoa/Paulo de Carvalho/F. Tordo)
MARIA LISBOA (David Mourão Ferreira/Alain Oulman)
1.a e 2.a guitarras: Manuel Martins
Viola e Baixo: Carlos Macieira
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A audio-cassette «Lamento» que aqui publico foi oferecida ao meu sogro pela autora nos finais dos anos 90, num restaurante da Ericeira onde então actuava, e onde fomos ouvi-la e também recordar alguns tempos idos. Efectivamente, nos anos 50 em Marvila, Maria da Luz tornara-se amiga dos meus sogros e daquela que seria a minha companheira de quatro décadas, Helena Leonor Martinho dos Santos (1950-2017).
O meu sogro, Joaquim Ramos dos Santos, nasceu no início dos anos 30 no conselho de Penamacor numa família de etnia cigana que veio instalar-se no bairro lisboeta de Marvila. Aí casou com Olívia Martinho Serra dos Santos, nascida numa família operária do bairro oriunda do conselho de Leiria. Numa vida de grande esforço, conseguiram tornar-se proprietários de uma mercearia na rua Vale Formoso de Cima.
Foram pessoas muito apreciadas no bairro, não apenas pela sua actividade profissional, como também pela suas actividades comunitárias. Durante anos, o meu sogro foi director da escola de ensino primário e presidente da Junta de Freguesia. No âmbito cultural, foi fundador e animador do Grupo de Teatro do bairro, onde, além de encenador, era o actor principal. A minha Lena e a Maria da Luz entraram nalgumas das peças levadas ao palco.
Depois de muitos anos sem se verem, guardo uma agradável recordação de alguns serões passados no «Adega Bar» da Ericeira a escutar os seus fados e a ouvi-los rememorar o passado.
Tanto os meus sogros como a minha companheira já faleceram. De Maria da Luz nunca mais soube nada, e nem sei se ainda vive. Uma pesquisa na Internet sobre a sua actividade como fadista nada me forneceu. Publico este belo trabalho em sua homenagem e à memória dos nossos amigos comuns e meus saudosos familiares.
Ângelo Santana Barreto
Romeirão (Ericeira), 24 de Março de 2021.