Morro dos Ventos Uivantes - Heathcliff

Morro dos Ventos Uivantes - Análise de um dos personagens mais controversos da literatura: Heathcliff
Roteiro e apresentação:
Daniela Feijó - Escritora - Litteramais
Contato: [e-mail]

[@elenasevero9663]

Nossa Dani. Que maximo! Adoro a tua perspectiva tao completa e lucida sempre. Obrigada.

[@Litteramais]

Que bom que gostou, fico super feliz!

[@DonaLoren]

Amo esse livro! Leio todo ano!

[@Litteramais]

Que bom gosto! ;)

[@alessandroyuriAlegrette]

Olá, Daniela. Heathcliff é sem dúvida o grande bad boy da literatura. Ele é maldoso e sádico em algumas de suas ações, mas ao também pode exercer um grande poder de sedução entre as mulheres. Emily Bronte para criar Heathcliff combinou com maestria neste personagem características do vilão gótico romântico. Uma de suas principais referências, é o aristocrata maligno e ambicioso que se destaca nos romances de Ann Radcliffe. Heathcliffe também em sua personalidade atormentada e misteriosa evoca os heróis vilões que protagonizam os drama em prosa de George Byron- que em alguns aspectos, também se parece com Heathcliff, principalmente, em seu comportamento rebelde e agressivo. Também na mesma época da escrita de "O Morro.." havia na Inglaterra um interesse pela literatura vampiresca - "Varney o vampiro, era uma verdadeira sensação entre os leitores ingleses e, por isso, a autora deu a Heathcliffe características que em alguns aspectos o assemelham a um vampiro, principalmente, seu hábito noturno de ir ao cemitério. Além disso, há uma sugestão que Heathcliffe ao voltar rico pode ter feito um pacto diabólico o que evoca "Fausto" de Goethe outra obra romântica que influenciou muitos autores góticos ingleses. Mas, apesar de todos as qualidades negativas do personagem, é o sentimento de amor que chega a ser sublime - no sentido de ser imensurável a ponto de desafiar os limites entre a vida e a morte, o que o torna marcante na literatura inglesa. Para mim, por meio de sua composição, Heathcliffe manipula os leitores, de modo a a ser o centro das atenções na trama de "O Morro", para mim uma das grandes obras primas da literatura universal. Um abraço.

[@Litteramais]

Olá, Alessandro, que ótimas suas observações, me deu vontade de pesquisar mais! Não conhecia sobre Varney, apenas sobre a sensação da literatura gótica naquele período. Certamente a origem obscura do dinheiro de Heathcliffe deu pano para imaginação, algo que acontece um século adiante com Gatsby, de Fitzgerald. "Grosso modo", a vingança do pobre humilhado e ofendido quando jovem dá substância para muitas histórias. A grande questão é como se vai trabalhar isso na escrita sem que fique piegas e maçante. A composição de Heathcliffe é primorosa e modelo no quesito ambiguidade, por isso escolhi como foco do vídeo. Como você disse, manipula os leitores, assim como manipula a governanta narradora. Como pode um personagem tão cruel fazer uma declaração de amor tão magnânima como a feita para seu amor, Catherine? É realmente fantástico. Abraço

[@alessandroyuriAlegrette]

@@Litteramais Olá, Daniela. Sim, realmente Heathcliff é um personagem ambíguo e contraditório. Por um lado, ele é terrível em suas ações, mas por outro ele ama verdadeiramente Cathy a ponto de unir-se a ela depois da morte- mais romântico que isso acho impossível. Realmente, a fala dele é extremamente poética, principalmente, quando sua amada está prestes a morrer. Para mim é uma demonstração da genialidade de Emily Brontë para criar um forte impacto emocional e até mesmo capaz de suscitar um sentimento de compaixão no leitor por Heathcliffe e sua amada Catherine, que em alguns aspectos, é tão cruel e selvagem como ele. Também o fato desse casal ser tão atípico na literatura inglesa, faz com que "O Morro.." seja uma obra única e diferenciada. Um abraço.

[@fabiogdeus]

Sabe Daniela, acho que já fazem bem uns dois anos desde a última vez em que reli este livro. E mesmo sendo apenas una releitura, a obra continua a me agradar... Apesar que a primeira vez em que li este livro, foi na verdade em uma versão graphic novel, publicada pela Editora Abril (se não me engano), em meados da década de 90. Claro que a versão em quadrinhos era bem resumida, mas os pontos principais de O Morro dos Ventos Uivantes estavam lá presentes. Todos eles! Enfim, até onde me lembro, a versão em HQ foi inspirada no filme clássico, então aquela foi tipo uma versão inspirada em outra. Mas nada com a mesma profundidade (e obscuridade) da obra original... E é sempre bom podermos revisitar este universo e seus habitantes. E é bom ver (ou melhor, rever) tudo isso por outros olhos! Enfim, gostei da tua análise!

[@Litteramais]

Que bom que gostou da análise! Também achei bacana essa versão HQ ter os pontos principais, porque é frustrante, para quem já leu o original, subtraírem elementos fundamentais da trama. É uma história que nos prende do início ao fim. Sempre bom ler teus comentários!

[@fabiogdeus]

@@Litteramais Sim, isto é verdade, e por vezes, as adaptações acabam sendo coisas bem superficiais. Apesar que as vezes, os autores "simplificam" tudo, mas creio que mais devido ao limite de páginas, e não propriamente para facilitar o entendimento da trama. Mas nesta pequena coleção (produzida originalmente na Europa), a maioria dos volumes até que respeitava bem a essência das obras. (E desta coleção em especial, a graphic novel que mais gostei, foi sem dúvida a de "O Conde de Montecristo") - Mas estas HQs já são tão antigas, que para quem não comprou na época, hoje é algo raro de se achar até mesmo em sebos. Caso contrário, eu até te recomendaria a tentar encontrar. E olha que a variedade de títulos que a Abril publicou era realmente muito boa, e abordando o melhor dos clássicos de cada um dos gêneros! Coisa que agradava em cheio a qualquer um que goste da literatura clássica, até por ser um tipo de conteúdo bem atemporal. Mas eu não vejo, infelizmente, nenhuma editora dos tempos mais recentes com interesse neste tipo de obra. E olha que cada volume seguia também um estilo de arte diferente, e dava gosto de ler e colecionar estes quadrinhos... Tanto que muitos dos livros que acabei por ler depois, eles me foram "instigados" justamente através desta pequena coleção. Bom, sei que não entrei em detalhes sobre a análise dos personagens, mas a tua explanação chegou no ponto certo, e isto sem tirar nem por... Apesar que, na minha opinião, se não fossem pelos aspectos sombrios da obra, O Morro dos Ventos Uivantes perderia todo o charme! (E até o sentido de ser). Ah, e antes de fechar meu comentário, queria dizer que é sempre um prazer assistir aos teus conteúdos! Mesmo quando faço isto em uma manhã de sexta! (E "manhãs" e "sextas", não me são bem uma zona de conforto)... Pois geralmente, em manhãs de sexta, os efeitos de taças de vinho e o sono ainda martelam em minha cabeça. (Não que eu seja de beber, mas de quintas para sextas, as vezes as sombras e a escuridão me visitam). - E o vinho é sempre uma boa companhia em noites de tormenta.

[@Litteramais]

Sim, também acho que o lado sombrio do livro é seu ponto forte! Eu quero muito ler O Conde de Monte Cristo, já vi resenha, sinopse, filmes e não li o livro, é um desafio perto de outras leituras que a gente sempre tem. Obrigada por prestigiar mesmo sendo sexta o dia do cansaço geral... Em vinho, veritas! Bom final de semana!

[@fabiogdeus]

@@Litteramais Ler a grande obra de Dumas (como eu a considero), é realmente um desafio sem tamanho! E é também leitura para várias noites (ou dias) seguidos! Mas tens que procurar as edições integrais, pois atualmente, existem outras duas versões bem mais resumidas. - Apesar que o livro, mesmo daquele tamanho bíblico, não chega a ser exatamente cansativo... Enfim, este livro está a anos entre os dez que mais gostei de ler. E entre estes dez, foi o que mais me tomou tempo. Mas não de um jeito ruim, nem de longe! (E ler Dumas entre taças de vinho também é uma prática interessante)... Apesar que comigo, o vinho vem mais em momentos de vazio, talvez como um complemento para a chegada do sono. E isto geralmente nas quintas, sempre nas quintas... Pois em quintas em que não acabo por beber um pouco, é porque ou estou a gravar as "Quintas de Sarau", ou então estou a brincar com o violão (ou com o piano)... E em dias assim eu nem leio e nem escrevo, pois quase sempre meus textos acabam abarrotados de vazio ou tristeza. Mas acho que todo escritor tem disso, não?! Ou ao menos todos os que flertam com o vazio... Uns por gosto, outros por desgosto. Mas sempre tem algum dia específico em que isso acontece! (Já com leituras, quase sempre reservo as noites de segunda a quarta, isto para tentar equilibrar com as tarefas cansativas do meu dia a dia)... E em finais de semana é que eu escrevo, ou vez ou outra também me abstenho de quase tudo... Coisas sem sentido, não?! Mas são algumas das insanidades da minha rotina! Apesar que também gosto de sair deste ciclo, e gostei muito de assistir ao teu vídeo nesta manhã de sexta! Foi um desafio bem interessante, já que minhas faculdades mentais ainda não estavam em seu melhor... 😅 Mas foi divertido, e isto é o que importa! Pois mesmo estando levemente avariado, ainda assim consegui comentar com um mínimo de concordância!

[@Litteramais]

Fabio, você escreve bastante bem, quando publicar, avisa aqui!