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Narrar ou Descrever? Como saber qual usar?

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Palavras que Falam - Sturare

Palavras que Falam - Sturare

Күн бұрын

Пікірлер: 19
@arashi5749
@arashi5749 2 ай бұрын
Estou pasmo com a sua inteligência, bagagem de conteúdo e o seu estudo. Apaixonado...
@Sturare
@Sturare 2 ай бұрын
Fico muito feliz para isso, meu. Lisonjeado mesmo, sério, muito obrigado 💜
@kaykryan
@kaykryan 3 ай бұрын
Acredito que um primeiro ponto, de uma maneira resumida, é: descrever só por descrever é paia porque não avança a trama, a história; sendo que a história é justamente essa representação de atos, portanto, se descrever só por descrever não faz isso, é "menos importante" do que a narração, que é justamente esse "avanço na história". E, verdade, eu também concordo; acho chato descrições só por descrever. Mas, acredito eu, e apenas minha opinião, que essa discussão é até interessante, mas na prática é MUITO mais difícil do que uma questão de "ordem de importância", ou "hierarquização", que vem depois. Sinceramente, pra resumir, acredito que uma harmonia entre todos os elementos deveria ser o foco; tratando todos com igual seriedade e que, mesmo a narração tendo uma potência, ela só o tem porque, em certa medida, existe ali também um pouco de descrição, um pouco do cenário, um pouco do personagem etc. Porque, afinal, como você faria uma "boa narração" sem ter um bom cenário, um bom personagem e uma boa descrição agindo em conjunto? Um personagem não é o que é justamente por causa dos cenários em que esteve? Por causa das descrições, por exemplo, daquilo que eles sentiram também? Não é o que é por causa de todo esse conjunto que se conecta com o leitor? Porque, ok, na teoria a narração é o principal, mas na prática não existe narração sem todos os outros fatores, que, portanto, também passam a ser essências também. Pra resumir: acho que todos esses fatores são potências, pois marcam aquilo que pode vir a ser, já a narração é o ato, que é aquilo que é. É absurdo a idéia de um ato que antes não foi potência, e é absurdo também a potência sem um ato. Tem que ser um equilíbrio.
@Sturare
@Sturare 3 ай бұрын
Mano, primeiro eu agradeço a confiança de comentar, sério mesmo. Vou te explicar com calma, mas acho que talvez tu tenha perdido alguma parte do argumento do vídeo e acabou se confundindo. A teoria explicada não é minha. Existe um artigo do Lukács, chamado Narrar ou Descrever, em que esta proposta é desenvolvida. Agora vou tentar responder segundo o que Lukács te diria. O Lukács faz apenas considerações positivas tanto sobre o uso da Descrição como para Narração. O ponto é: ele dá um juízo de valor maior para Narração por causa do seu ideal de literatura, que é "representar o mundo em transformação". Portanto, isso faz com que a Narração, por ter um avanço narrativo, seja mais efetivo para representar o mundo em mudança do que a descrição, que é estático. Outra coisa: a Descrição pode ser Narração, ou seja, a descrição pode ser usada para avançar na história e isso o Lukács considera (apesar da academia fazer críticas quanto ao que ele diz). Lukács defende que, caso a descrição de um cenário tenha vínculo com a ação, ou seja, com a história, ela se torna Narração. Em outras palavras: se tu descrever o cenário no seu livro e este cenário tem algum sentido pra história (se vincula a alguma coisa, ao personagem, ao mundo, se está ali pra ilustrar algo verdadeiramente importante e não somente pra comer página), esta descrição na verdade será narração. Outra coisa que eu acho que você confundiu foi sobre a hierarquização. Olha, em nenhum momento eu ou o próprio Lukács diz que a coisa mais importante de uma obra é o método que se usa pra contar uma história. Na verdade é que o Lukács está analisando a técnica de Narração e evidentemente ele vai estudar como os diferentes tipos de técnicas impactam nossa relação com o restante das partes da narrativa (personagem, enredo, cenário, tempo, narrador e por aí vai). Aliás, eu mesmo disse que considero o personagem como elemento mais importante de uma obra e mesmo assim afirmo com todas as palavras que o personagem não faz um livro sozinho. Sobre a hierarquização: ao usar a descrição, você trabalha todos os elementos como iguais. Na Narração, o personagem e o tempo ganha mais força, pq isso presentifica o enredo, e isso "desierarquiza" os elementos do livro (afinal, o personagem ganha mais importância do que, por exemplo, o cenário). E de novo, isso não é um juízo de valor, nem nada: se você usar esta técnica no seu livro, é isso que vai acontecer. A diferença entre narrar e descrever tá aí. Se eu descrevo no meio da Narração, minha história para, estática. Mas se eu descrever de forma que o livro avance, ou seja, gerando esse vínculo com a ação da obra, pronto, a Descrição é Narração. A Narração nada mais é que a descrição de um movimento. De fato, não existe livro sem personagem, ou sem narrador, ou sem cenário, ou sem tempo ou enfim. Concordo com você nisso. Caso queira, posso te mandar por email o artigo do Lukács, pq acho que pode somar bastante e provavelmente ele explica melhor que eu. Enfim, meu mano. De novo, muito obrigado pelo comentário e bons estudos.
@kaykryan
@kaykryan 3 ай бұрын
​@@Sturare Muito obrigado. Acredito que agora sim entendi. Ao primeiro ponto: então, basicamente é uma ponderação da importância dos elementos levando em conta o ideal de literatura do Lukács, que é o “representar o mundo em transformação”, certo? sendo que a narração é mais eficiente nisso do que a descrição, porque a narração tem esse papel mais de representar a transformação, esse papel de ser uma ação, do que a descrição, que é parada, estática? Quanto à parte de a descrição poder ser considerada narração em certas condições: acho que entendi o conceito, mas acredito que a minha dificuldade central é causada por não ter muito bem uma referência, um exemplo dessa narração que pode ser considerada descrição. Acho que terminei não entendendo muito bem esse ponto porque me falta, talvez, uma referência concreta de o que Lukács estava entendendo e analisando, de que tipo de narração e descrição ele estava falando nessa parte, de como isso acontece no texto mesmo. Acho que com isso eu deixo uma sugestão: talvez quando você abordar essas questões que são mais teóricas seja bom trazer um texto que exemplifica, mesmo que não seja um abordado pelo autor em si da teoria, pode ser algum que você considera que represente bem o assunto ou do que ele estava falando. Mesmo que seja um pouco mais trabalhoso pra você e talvez nem tão necessário assim, mas acho que o vídeo ficaria mais… didático? Não sei exatamente. Seria mais identificável, então mais fácil de entender também (eu acho). Prosseguindo. Quanto à parte da hierarquização: então, inevitavelmente, na parte da narração o personagem e o tempo terão mais foco pelo motivo de estarem acontecendo de maneira presente ali? Realmente, de certa maneira isso “força” que tenha elementos “mais à frente” na narrativa. Acho que, de certa maneira, gerando até o efeito contrário do que eu comentei de “equilíbrio”, levando em conta esse sentido, né? Enfim. Sendo sincero? Não sei se vou conseguir entender muito bem o artigo, muito mais por incompetência minha em entender do que de Lukács em explicar. Provavelmente só vai me gerar mais dúvidas, então, a não ser que você mesmo se responsabilize por saná-las, não precisa se preocupar com essa questão de enviar o arquivo. Eu quem agradeço pelo seu esclarecimento, vídeo e tempo, é realmente um aprendizado.
@poemasdaflavia
@poemasdaflavia 3 ай бұрын
Interessante pensar na característica temporal enquanto diferença entre narrar e descrever. A narrativa tem muita força no meu entender.
@poesiadegaveta
@poesiadegaveta 3 ай бұрын
Lembrei do livro querida amiga Flávia visto que é uma narrativa que em alguns momentos faz a descrição de cenários
@Sturare
@Sturare 3 ай бұрын
O Lukács pensa o mesmo
@Darialydia26
@Darialydia26 Ай бұрын
Valeu pela partilha da jóia mencionada. É como mão e luva, você faz mediação no meu encontro com o conhecimento. Meu professor! Hehe Tinha ideias de um romance histórico, mas nenhum direcionamento tão certo como Walter Scott. Tenho esse desejo comunista apaixonada de transformar a realidade, fazer o leitor participar com o personagem ativamente do que vai acontecer, e para Lukács, essa é a questão chave entre o narrar e descrever... ESTOU ARDENDO EM NOVIDADES! continue ensinando, meu catalisador, que sua vocação inspire muitos outros.
@Sturare
@Sturare 21 күн бұрын
Nossa, que comentário inspirador! Fico muito feliz em saber que posso estar ajudando em algo, minha amiga! E confesso que sua proposta me encheu de interesse (e, de fato, a crítica da literatura do século passado vai te ajudar muito nisso). Não vejo a hora de poder acompanhar suas produções. Abraços e bons estudos 💜
@Darialydia26
@Darialydia26 20 күн бұрын
@@Sturare Falo sem a pretensão de bajular, torço para que você tenha motivação para ensinar e que seja o escritor menino que você queria ser. Lukács é teoria em letras né? Eu não tenho dinheiro para cursar faculdade, seu canal é escola. Apesar de não entender tudo do texto Narrar ou Descrever, foi como ter uma revelação divina sabe? Kkkk comprei um livro do Walter Scott, amanhã chega dos correios, vou reler o texto do Narrar... obrigada obrigada.
@loocriativo
@loocriativo 2 ай бұрын
Cara! Que aula ../ como eu posso ajudar o canal
@Sturare
@Sturare 2 ай бұрын
Po, fico muito feliz que tenha gostado, meu nobre! Assim, nem se estressa com isso, velho. Só de ver os vídeos é mais do que o suficiente pra mim e pro canal. Valeu mesmo e bons estudos! 💜
@rutesantos6840
@rutesantos6840 3 ай бұрын
Sempre tive dificuldade de entender a diferença das duas
@Sturare
@Sturare 3 ай бұрын
Po, fico feliz em ajudar 💜
@Lily-Alves
@Lily-Alves 2 ай бұрын
Resumindo: Descrever = abstrato; Narrar = concreto. Acho a ideia "narrar" e "descrever" como mencionada, confusa e ultrapassada.
@Sturare
@Sturare 2 ай бұрын
Oi, amiga. Sobre a teoria ser confusa, eu concordo porque ela é difícil mesmo. Nem eu acho que a entendi como um todo. Mas ultrapassada não dá para dizer. Provavelmente você já estudou na escola tipologia textual (narrativa, descritiva, injutiva, expositiva e argumentativa) e tal teoria toma como sustentação para diferenciar descrição e narração os conceitos do Lukács. É algo influente tanto na linguística quanto na teoria literária. Agora, sobre a noção de abstrato e concreto... não sei se entendi o que você quis dizer pq, pra mim, essa é uma questão que não está sendo imposta. Descrever, por exemplo, me parece tão objetivo quanto o narrar pois tenta verbalizar efetivamente o que se pode ver. O que tá em jogo é a questão temporal, já que um considera o tempo e o outro não. Essa é a grande diferença. Espero ter ajudado. Bons estudos 💜
@Lily-Alves
@Lily-Alves 2 ай бұрын
@@Sturare É que me fez pensar na "Pyramid of Abstraction". É um conceito que aprendi no curso de escrita na gringa, mas que nunca ouço brasileiro nenhum falar a respeito. E ela engloba justamente o conceito do Lukács (estou me referindo ao que vc expôs, não conheço Lukács). E, é claro, para um estudante de letras, presumo que Lukács seja importante, porque letras engloba um estudo mais profundo da língua e da literatura. Para um escritor descrever e narrar não diz muito, na prática, e por isso disse que "confusa e ultrapassada", mas devia ter escolhido melhor minhas palavras, me perdoe por isso.
@Sturare
@Sturare 2 ай бұрын
Ah, sim. Que legal, amiga, não conheço esta teoria também. Vou atrás dela, aproveitar as férias. Sobre isso, não se sinta culpada não. A gente tá aqui pra ensinar e aprender (e tu pode ter certeza de que, nesse tempo de youtube, muita gente veio me corrigir e fico muito grato por isso). Muito obrigado pela sua sabedoria e por me ouvir. Fique bem e boms estudos!
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