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Tema extraído do álbum "'TRABALHO & CONHAQUE' OU 'A VIDA NÃO PRESTA E NINGUÉM MERECE A TUA CONFIANÇA'".
Escrito, interpretado, gravado e misturado por NERVE.
Instrumental por NERVE.
Masterizado por PEDRO QUARESMA.
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Páginas NERVE:
www.nerve.pt
/ avidanaopresta
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Instagram/Twitter: @nervemorrenofim
BOOKING/PRESS:
info@nerve.pt
EDIÇÃO:
Mano a Mano, 2015.
www.manoamano.pt
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LETRA:
Morto-vivo, inexpressivo, pálido como um lençol-fantasma, nos meus melhores dias pareço um vampiro. Que bicho me mordeu?! Que raio de pergunta. Eu saio nunca. Sete segundos de luz diurna? Ainda desmaio na rua. Dores abdominais agudas, como que uma espada que fura a cintura do samurai que mais não luta. Irei com poucas palavras. Muitas. Nada me estimula. Sinto que estou a flipar, como o Rodney Mullen. Cinco passos em direcção à aceitação de uma cinzenta sessão de auto-degradação violenta, ao estilo vedeta. Lenda. Não pratico desporto há uma dezena de anos e a minha roda dos alimentos é uma roleta. Eu não fiquei demente, entenda-se, este navio não entrou na garrafa, foi construído lá dentro. Nasci para ver cabrões desprovidos de talento a subir e fazer milhões. Eu aqui, pronto para partir cedo e pedrado, como o Greg Giraldo. Isto é só putas e cães, eu para aqui com versos de fidalgo. - Quando é que sai o álbum? - Aprecio o entusiasmo mas quando eu quiser que saibas trato de fabricar um diálogo.
Eu socializo. Então, man? Como é que é? ‘Tá-se bem? Ya, Tranquilo. ‘Tamos aí, normal. Novidades? Eu socializo. Boa noite, como está? Passou bem? Bem, obrigado. Cá estamos. Como vai o trabalho? Meu caro, eu socializo. Então, man? Como é que é? ‘Tá-se bem? Ya, tranquilo. ‘Tamos aí, normal. Novidades? Eu socializo. Boa noite, como está? Passou bem? Bem, obrigado. Cá estamos. Como vai o trabalho?
Lutar por uma causa? Eu cá, sou pelo prazer de juntar palavras e direccionar raiva injustificada. A maioria dos meus colegas na praça, burros que nem uma porta e, ainda assim, recebem notas. Parabéns. Este meio acolheu-me e ajudou-me a dar forma à minha personalidade e aprender a lidar com ignorância extrema. É tudo uma grande família. Acalmo os nervos em franja e à flor da pele enquanto termino o meu chá de tília e estoiro trinta ganzas. Rimas sangram, escorrem pela cabeça enquanto o meu amigo imaginário, atormentado, me escreve as letras. É um monstro social que nunca dança mas lança som em vida que nem um Shakur na campa. Sou de respostas vigorosas e perguntas brandas. Depois da minha mãe, a mulher que por fim ficar comigo será mais uma santa. A minha quase nula fama chegou para que precise seriamente que me digam: “Foda-se, Nerva, não há escutas, câmaras, e é seguro saíres à rua, levanta-te. Um dia ainda te encontram duro na cama. Anda, que eu socializo”.
Então, man. Como é que é? ‘Tá-se bem? Ya, Tranquilo. ‘Tamos aí, normal. Novidades? Eu socializo. Boa noite, como está? Passou bem? Bem, obrigado. Cá estamos. Como vai o trabalho? Meu caro, eu socializo. Então, man. Como é que é? ‘Tá-se bem? Ya, tranquilo. ‘Tamos aí, normal. Novidades? Eu socializo. Boa noite, como está? Passou bem? Bem, obrigado. Cá estamos. Como vai o trabalho?