Рет қаралды 147
No principio era o pó...
Do pó humedecido, feito barro, o Criador formou o homem. Um punhado de barro recebeu o sopro (Gênesis). Através desse lance, o supremo Senhor gerou a vida humana.
Feito o milagre, forma e função se integraram no aparecimento do homem.
Eis o homem surgido de um sopro divino num receptáculo de terra. A vida ou alma dentro de uma embalagem. Perfeita união, até que a morte devolva o barro à sua origem, pois está escrito: “vieste do pó e ao pó reverterás”.
A alma no envoltório.
O envoltório envolvendo o homem.
O homem exibindo a casca e ocultando o íntimo.
A embalagem se passando por conteúdo.
Valendo a máscara para a representação ou caracterização do personagem.
A capa, ao invés da cara;
a fantasia, ao invés da realidade;
a aparência, ao invés da essência.
Eis a embalagem acalentando, seduzindo e iludindo o homem.
À semelhança de flores que, artificiais, portanto falsas, chegam a superar as autênticas, os homens assumem embalagens em nome da vaidade, do poder e do sonho. Tais embalagens não garantem a preservação do conteúdo que no início foi sopro de Deus.
Mas há um outro lado, quando a embalagem está a serviço do homem.
É o artifíce com sua mente, seus olhos, e suas mãos.
Então, assistido pelo grande Criador, ele também faz maravilhas, desenvolve embalagens salvando vidas, combatendo a fome, informando, aproximando, conectando.
Percebe então que em nossa civilização, o homem cativo da embalagem, já não consegue mais viver sem ela.
de: Edson Freire
Adaptado por:
Mauricio Camim