O Lugar - Annie Ernaux - Vamos falar sobre livros?

[@vitor_llourenco]

Li "O Lugar" no início de 2024, e foi uma ótima primeira experiência com o projeto literário de Ernaux. Sua escrita propositalmente impessoal cria uma literatura original - a busca por não ter estilo cria, ao revés, um estilo próprio e original. A relação da autora (burguesa após a entrada na Universidade) com o pai (operário de origem) é o fio condutor da narrativa; assim como o progressivo afastamento entre os dois. Belo livro!

[@enzopotel]

Gisele, adivinha só? Depois dos incríveis "Os Anos" e "O Lugar", comprei "Paixão Simples" (naquela edição da Objetiva, de 1992). Ainda não li. Espero que a Fósforo se anime e publique o livro da Ernaux em que a mãe é o tema. Enquanto isso, se eu puder te recomendar um livro nessa pegada de autobiografia social, mas fazendo um caminho muito próprio: "F de Falcão", da Helen MacDonald. Acho que já dei de presente esse livro pra oito pessoas. Tem altos e baixos, mas é profundo, é singular, transita entre camadas e me marcou demais. É um livro de memórias sobre luto, porém - como se pode esperar de uma escritora inglesa - a morte do pai é sempre tratada de maneira enviesada... a gente vai experimentar a perda através de metáforas bem reais: a dificuldade de ser uma falcoeira (imagina: treinar um bicho para caçar livre na natureza e depois ainda voltar para você!), as mudanças do que significa ser um cidadão na Inglaterra através dos séculos, as escolhas erradas do renomado escritor T H White ao treinar seu falcão, a jornada nos livros e diários dele. Sinto que você pode ser atingida como eu fui!

[@narunasilva1047]

"O Lugar"é uma obra profundamente pessoal da autora francesa Annie Ernaux, publicada em 1983. Neste livro, Ernaux traça um retrato íntimo e cru de seu pai, mesclando a autobiografia com a reflexão social e política sobre as classes sociais na França do pós-guerra. O ponto central da narrativa é a morte do pai da narradora, que impulsiona uma reflexão sobre o ambiente em que ele viveu e o papel dele na vida dela. Ernaux explora a distância crescente entre ela, uma mulher que teve a oportunidade de ascender socialmente e academicamente, e seu pai, que permaneceu em um universo simples e rural. Essa separação, tanto intelectual quanto emocional, é um dos temas mais marcantes do livro. O estilo de Ernaux é direto e despojado, muitas vezes chamado de "escrita plana". Isso reflete sua escolha de evitar o lirismo e a ficcionalização, preferindo uma escrita quase documental, que tenta capturar a realidade com precisão. Essa simplicidade formal contrasta com a complexidade dos sentimentos e das questões de classe e identidade que emergem ao longo da obra. Ao longo da narrativa, Ernaux explora o embate entre a memória pessoal e coletiva, o que significa pertencer a uma classe social e como a ascensão social afeta as relações familiares e a identidade. A autora aborda a vergonha, a culpa e a luta interna por romper com o passado sem desrespeitar aqueles que permaneceram nele. _"O Lugar"_ é um livro de memória, mas também de crítica social, oferecendo um olhar afiado e empático sobre as mudanças de classe e o peso que elas impõem nas relações humanas. Ernaux, com sua prosa contida e poderosa, consegue transformar sua experiência pessoal em um retrato universal de transformação e perda, mostrando como a ascensão social pode ser, ao mesmo tempo, uma conquista e uma forma de exílio. A leitura de _"O Lugar"_ é uma reflexão sobre identidade, pertencimento e as divisões sociais que moldam nossa maneira de estar no mundo. Ernaux consegue captar o sentimento de deslocamento de quem ascende socialmente, mas nunca consegue se desprender completamente de suas raízes.

[@mendelsonparanhos]

Como é gostoso começar o fim de semana assistindo vídeo novo da Gisele! 🥰

[@clarissaperrone]

Amei Os Anos e fiquei feliz quando vi que estava sendo reeditado, para que mais pessoas possam curti-lo como eu curti. Também gostei muito de O Lugar, guardadas as devidas proporções

[@nilsonmenezessantos1887]

Bom dia ! Gisele...rs, Ótima dica,obrigado...

[@cristianexerez3528]

Muito obrigada pela análise, Gisele! Já tinha ficado interessada quando vc falou do “Os anos”. Agora vou seguir sua dica e começar pelo “O lugar”. 😊

[@alistervieira2437]

Fiquei muito interessado no livro desde os seus recebidos. Adorei o video, e acrescentei o livro à minha wishlist.

[@rosaselau5976]

Alegria de sábado!

[@denisefreitas6727]

Tenho muita curiosidade nessa autora. Coloquei ambos os livros na minha wishlist.

[@romara13]

Vim contar que ela ganhou o Nobel 😅😅😂😂

[@utpf-umtoscoprofessordefis4784]

Nobel :-)

[@laerciodovalle1691]

Acho muito interessante tanta gente gostando do livro. Achei bem chato. Não vejo as cenas que a pessoa que comenta diz. Vi somente um narrador longos sumarios contando sua história, dizendo como língua identifica a pessoa e assim por diante. Prefiro ler sociologia e linguística do que uma ficção que se pretende retratar fielmente uma realidade sem critérios científicos. Não vejo nem litetatura, que te mostra a situação e deixa você pensar, nem ciência que reuni provas de suas hipoteses. Vejo alguém contando uma história e já dando a interpretação, sem deixar margem de interpretação para o leitor. Pata mim, o livro não traz apelo literário de leitura, nem científico.