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Em 1958, durante sua campanha para o governo do estado do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola percorreu os municípios da Quarta Colônia de Imigração Italiana. Um dos momentos mais marcantes dessa jornada aconteceu em Ivorá, terra natal do Senador da República pelo PDT, Alberto Pasqualini. Ao passar pela localidade de Santos Anjos, Brizola foi recebido com calor humano e uma chuva de fogos de artifício. Os moradores formaram um túnel humano na entrada da avenida, próximo ao engenho de arroz do senhor Oreste Ceretta, celebrando a chegada do político que prometia esperança e mudanças.
A comitiva seguiu para Faxinal do Soturno e, posteriormente, para Dona Francisca, onde uma multidão o aguardava em frente à Igreja Matriz, cenário tradicional para comícios e eventos de grande relevância.
Foi ali que um momento simples, mas profundamente emocionante, aconteceu. Uma menina de apenas quatro anos, munida de sua pequena gaitinha de botão de quatro baixos da marca “Hering”, aproximou-se de Brizola para lhe prestar uma homenagem musical. A desenvoltura da criança impressionou o candidato, que se "acocorou" para ficar ao seu nível e ouvi-la tocar. Durante a apresentação, uma plaquinha de metal da gaita caiu, mas isso não interrompeu a melodia que encantou a todos. Sensibilizado, Brizola convidou a menina e seu pai, Aléssio Chelotti, para uma conversa em um sobrado ao lado da Igreja Matriz, residência do senhor Antônio Socal.
Entre diversos pedidos que recebeu naquele dia, Brizola fez uma pergunta especial à criança:
- O que você gostaria de ganhar de presente?
Sem hesitar, a menina respondeu:
- Gostaria de ganhar uma gaita bem grande e vermelha, porque sou colorada, e meus pais não têm condições de comprar.
A promessa foi cumprida com pontualidade e emoção. No dia 18 de janeiro de 1959, um domingo ensolarado, a pequena comunidade de Santos Anjos testemunhou um momento que ficaria gravado para sempre em sua história. Após a missa, uma comitiva de carros oficiais, liderada pelo Coronel Alfredo, trouxe o tão esperado presente.
O local escolhido para a entrega foi em frente à primeira igreja de Santos Anjos, sob os olhares atentos da comunidade, da família Chelotti, e especialmente da menina Vera Lúcia. A gaita vermelha, da marca “Mondial” e com 48 baixos, era mais do que um instrumento musical: era o símbolo de um sonho realizado. Gravada em uma placa de metal, uma dedicatória dizia:
"À Vera Lúcia, lembrança do governador do estado do Rio Grande do Sul, Dr. Leonel de Moura Brizola, outubro de 1958."
Décadas depois, o episódio ainda ressoa nas memórias da comunidade. Em encontros na Chácara Santa Eulália, em Silveira Martins, berço da Quarta Colônia, histórias como essa são resgatadas e celebradas. Zulmiro Dalmolin, aos 93 anos, lembra com precisão do dia em que Vera Lúcia, com sua pequena gaitinha, recebeu o presente que simbolizava muito mais do que uma promessa de campanha: era a prova de que sonhos, quando compartilhados, podem se tornar realidade.
Hoje, ao reconstruir as memórias da Comunidade de Santos Anjos, fica claro que o gesto de Brizola transcendeu o tempo. Ele não apenas realizou o desejo de uma criança, mas plantou um legado de esperança, humanidade e respeito pelas pequenas grandes coisas que conectam as pessoas.
Vera Lúcia Chelotti
(RE) Reconstruindo Memórias da Comunidade de Santos Anjos
Santos Anjos, janeiro de 2025
4ª Colonia de Imigração Italiana
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