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Aos ventos do sul, a grande serpente enrola seu corpo em torno de nós. Ensina-nos desapegar das coisas da forma que você faz com sua pele. Permita-nos criar um espaço sagrado para todos que estiverem nos ouvindo pois a nossa cura, e a de nossas linhagens, é a cura do mundo. Com sua sabedoria, aprendemos a deixar para trás nossas antigas peles podendo sermos um com o todo e caminhar em beleza gentilmente por nossa mãe terra, Pachamama.
Aos ventos do oeste, mãe jaguar, proteja nosso espaço de medicina para que possamos conduzir este trabalho sagrado agora. Ensine-nos o caminho de paz, de quietude e como viver impecavelmente. Enquanto você anda com graça e silenciosamente pela floresta escura, ande com todos nós... pois assim saberemos o caminho para além da morte.
Aos ventos do norte que carrega o corajoso colibri, o Beija-Flor, ao longo de sua épica jornada de migração. Ensina-nos, ao jovem guerreiro que viajou até aqui, a seguir no caminho, enfrentando seus medos com coragem e resiliência. E sempre se lembrando de descansar pelo caminho e gozar do doce néctar de vida. Nos ajude a ouvir os sussurros do vento carregando a sabedoria e guiança de nossos avuelitos e avuelitas, junto aos nossas ancestrais que nos assiste e ilumina nas mais escuras noites, e assim saberemos o caminho. Nos curamos e liberamos de padrões ancestrais que já não nos servem honrado você que veio antes de nós e você que virá bem depois que já estivermos ido.
Aos ventos do leste, grande condor que vem a nós pela direção do sol nascente. Nos guarde sob suas asas enquanto nos ensina a voar sobre o cume das montanhas com o grande espírito. Nos ajude a ver as minúcias da vida para que possamos abraçar as infinitas possibilidades disponíveis para nós em cada momento e cada respiração.
Pai sol, mãe lua e todas as nações das estrelas. TaiTa Inti, Huiracocha, Grande Espirito, você que é conhecido por milhares de nomes e você, o inominável. Obrigado por nos reunir e nos permita cantar a musica da vida, criando espaços de cura para esta família.
Pachamama, amada mãe terra, joia azul na vastidão deste universo que da sustento e nutrição para toda a vida. Apesar de pegar mais do que precisamos e devolver somente lixo, você continua nos amando incondicionalmente, ensinando pacientemente sobre sua abundante generosidade. Veja nosso amor e gratidão, agora, que estamos reunidos em honra a todos os seus filhos: o povo das pedras, os povos planta, os quatro pernas, duas pernas, os povos de penas, de pelos. Pedimos perdão e perdoamos. Limpando as águas de nosso corpo e todos os corpos de água. Ajude-nos a conhecer o equilíbrio vivendo em reciprocidade por todas as nossas relações.
Aho - Mitakue Oassim. Axé, amém, shaslon... e assim seja!
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