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O Painel Nerd já mostrou os segredos dos efeitos dos clássicos homem aranha 1 e 2 - o segundo filme ganhou até Oscar de efeitos visuais.
Agora, chegou a hora de começar a falar dos truques de Homem Aranha 3, um dos assuntos mais pedidos aqui no canal, que eu vou mostrar em detalhes, em mais de um vídeo.
Em um filme com tantos vilões e cenas complexas de ação, o Homem Areia parece ter sido um dos maiores desafios pras equipes de computação gráfica e efeitos práticos. Foram quase três anos pesquisando e executando diferentes técnicas de efeitos, que envolveram desde alguns dos truques digitais mais modernos da época até o uso de espigas de milho moídas pra simular areia - daqui a pouco eu explico isso melhor.
Uma das primeiras etapas foi descobrir que tipo de areia funcionaria melhor na tela. O diretor Sam Raimi pediu que a equipe trouxesse 12 tipos diferentes, de lugares como praias da Califórnia e o deserto de Mojave. Foi escolhida a areia do Arizona, que é mais grossa, tem uma aparência’ mais rochosa.
Os profissionais de efeitos e de fotografia trabalharam juntos em várias filmagens de referência, com fundos variados. A areia foi derrubada e lançada de várias maneiras, inclusive em cima de dublês (coitados dos dublês...). v A partir dessas amostras, dessas’’ filmagens de teste, as equipes de computação gráfica puderam entender melhor como reproduzir a movimentação dos grãos com a tecnologia digital.
Tudo isso foi necessário porque a aparência da areia pode variar muito, de algo sólido a uma avalanche, de uma aparência mais fluida até uma nuvem de poeira. Na época, a simulação de partículas já era uma técnica conhecida, mas tinha suas limitações. E aqui eu abro aspas pro supervisor de efeitos digitais Peter Nofz: “A maioria dos pacotes de software faziam 400 mil, 500 mil [grãos]. Mas era preciso ir até a casa dos milhões e além.” (fecho aspas).
Como geralmente acontece nessas superproduções, quando os programas e ferramentas disponíveis não parecem totalmente adequados, a saída é criar novas soluções, expandir os limites da tecnologia. Cerca de quatro pessoas trabalharam em tempo integral na criação de software personalizado, incluindo uma engine (ou engin) de simulação de fluido e gás.
Tratar cada grão como um objeto individual, seria muito custoso quanto ao tempo de processamento e memória. Então eles adotaram uma abordagem diferente, com base na frequência em que os grãos tendem a fluir juntos. Tudo isso levando em conta detalhes mínimos, como o atrito entre as partículas e o nível de umidade. As técnicas de modelagem de fluidos ajudaram a tratar a areia como um grande material contínuo de forma bastante eficiente. Isso ficou claro na sequência do surgimento do Homem Areia, um segmento de 3 minutos de efeitos digitais com quase dois minutos sem cortes e cerca de 2700 frames.
Assista ao vídeo e saiba mais.
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