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Maria Fernanda Paes de Barros, Nadezhda Mendes da Rocha e Rodrigo Silveira são os convidados do Museu A CASA do Objeto Brasileiro para um bate-papo sobre suas experiências com artesãos do Alto Xingu.
A troca de experiências entre designers e artesãos tem crescido nos últimos anos no Brasil, com resultados animadores, tanto do ponto de vista comercial como cultural, valorizando o trabalho artesanal de comunidades que têm neste fazer o seu sustento e a preservação de sua cultura. As experiências são múltiplas e trazem, para o mercado nacional, produtos únicos para as casas brasileiras com preços mais justos.
Para discutir essa temática e contar suas vivências, os designers Maria Fernanda Paes de Barros, Nadezhda Mendes da Rocha e Rodrigo Silveira se reúnem na mesa redonda A relação do design com a arte indígena, com a jornalista Regina Galvão.
Maria Fernanda Paes de Barros, fundadora do estúdio Yankatu, criou o Projeto Xingu a partir de seu encontro com os artesãos da aldeia Kaupüna, da etnia Mehinaku, no Alto Xingu, ao sul da floresta Amazônica. Juntos, desenvolveram uma nova cartela de cores para os fios de algodão, com as folhas e as cascas de árvores nativas encontradas na reserva, substituindo os fios coloridos artificialmente, usados pelas mulheres para produzir as tradicionais esteiras e redes tecidas com talos e fios de buriti. Dessa vivência, surgiram também móveis, como bufê, armário, bancos e balanço, que retratam o olhar da designer paulista sobre a tradição artesanal dos Mehinaku.
Filha caçula de Paulo Mendes da Rocha (1928-2021), Nadezhda Mendes da Rocha realizou um antigo sonho de seu pai ao “vestir” a emblemática cadeira Paulistano, projetada pelo renomado arquiteto em 1957, com capas de tecido de fibra natural, feitas por indígenas. A ideia original de Paulo era estabelecer relações com os povos originários, enaltecendo sua cultura. O desejo passou a ser concretizado quando, em 2019, a designer visitou a aldeia Kamayura, no Alto Xingu. Ao conhecer o belíssimo trabalho têxtil da etnia, viu a possibilidade de fazer as capas com os artesãos. No projeto, que durou quatro anos e será contado com detalhes por Nadezhda no Papo de Casa, os revestimentos foram concluídos em um processo coletivo e, então, apresentado ao público em uma feira de arte e design.
Por fim, Rodrigo Silveira também apresentará como o design contemporâneo pode inovar com base nos saberes indígenas. No Projeto Soma, ele e artesãos da etnia Mehinaku, moradores das aldeias Kaupüna e Utawana, no Alto Xingu, desenvolveram, na oficina do designer e marceneiro, na Barra Funda, bairro paulistano, nove bancos em formato de animais da fauna brasileira. Da pesquisa de Rodrigo, em meio a comunidades ribeirinhas e indígenas, desdobraram-se estudos sobre técnicas de trabalho de antes da colonização. Assim, nasceu a intenção de intensificar esse processo de troca: aliar a cultura de realização de bancos em formas de animais, já existente na população do Xingu, com as técnicas de marcenaria utilizadas por ele ao longo da sua carreira.
Três relatos cheios de história e emoção que ajudam a ampliar nossa percepção e nosso entendimento sobre a cultura dos povos originários e revelam as possibilidades presentes nessas parcerias que valorizam os saberes artesanais, sem interferir em tradições seculares, criando perspectivas para os artesãos, suas famílias e comunidades ao gerar autonomia comercial e financeira.
Quer saber mais sobre esse e outros projetos do A CASA? Acesse o site oficial: www.acasa.org.br ou faça uma visita!
Museu A CASA do Objeto Brasileiro
Av. Pedroso de Morais, 1216 - Pinheiros
CEP: 05420-001, São Paulo, SP, Brasil
Telefone: 11 3814-9711
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h. Entrada gratuita.
Como chegar?
DE CARRO: o Museu A CASA possui estacionamento gratuito no local, cujo acesso é pelo endereço Av. Pedroso de Morais, 1234.
DE ÔNIBUS: em geral, as linhas de ônibus 138, 177H-10, 6262-10, 875C-10, 9050-10, 9051-10, 957T-10 param próximas ao Museu A CASA. Para saber qual trajeto funciona para você, visite também o site da SPTrans.
DE METRÔ: a estação Faria Lima, da Linha Amarela do metrô, é a mais próxima do Museu A CASA. Ela está localizada a 950 metros da instituição, aproximadamente, e o trajeto leva cerca de 15 minutos a pé.
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