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Gralheira de Montemuro
Gralheira é uma freguesia portuguesa do concelho de Cinfães, distrito de Viseu, situada em plena serra de Montemuro, com 10,58 km² de área e 165 habitantes (2011). Densidade: 15,6 hab/km².
É a sede de freguesia a maior altitude em Portugal (1152 m), podendo ser considerada a mais alta aldeia do país (existem no entanto lugares que não são sede de freguesia a maior altitude).
Alcantilada na Serra de Montemuro, na vertente norte, a freguesia da Gralheira orgulha-se de ser considerada a «PRINCESA DA SERRA», por desde longínqua data, ser a mais progressiva e desenvolvida das que a rodeiam nas encostas da montanha.
Situada nos limites do concelho de Cinfães (ao qual pertence), a sua vida, porém, está mais ligada a Castro Daire, quer pela distância quer pelas vias de comunicação. As povoações mais próximas e com que confina, são: a norte, a Panchorra, do concelho de Resende; a sul, Carvalhosa, Pereira, Cêtos, Póvoa e Faifa, do concelho de Castro Daire; a leste, Cutelo, Campo Benfeito e Rossão, também de Castro Daire; e a oeste, Bustelo, Alhões e Vale de Papas, do concelho de Cinfães. Por esta descrição, facilmente se pode concluir que a GraIheira fica situada no vértice de uma pirâmide, onde terminam os concelhos de Castro Daire, Resende e Cinfães.
A freguesia mais próxima é a Panchorra, que dista apenas cerca de dois quilómetros, tendo a separá-las o Ribeiro Cabrum. Situada em plena serra, encontra-se cercada por altas montanhas onde abundam os planaltos e os outeiros. A paisagem à sua volta é deslumbrante, embora bravia, tanto no Inverno, como no Verão. Se é certo que no Inverno a sua gente mal pode sair de casa, fustigada pela neve e pelo vento, não é menos verdade que, quando aquela cobre monte; e vales com o seu manto alvinitente, oferece a quem a observa um panorama admirável.
No Verão, é embriagador subir ao alto dos montes para ficar extasiado a contemplar toda aquela beleza que se ergue a seus pés, desde o fundo dos vales até ao pico das montanhas. E olhando lá em baixo, ao fundo da encosta, toda risonha e atraente, vê-se a povoação rodeada de campos verdejantes, com o Cabrum a correr ao fundo, deixando transparecer, aqui e além, uma casa de paredes caiadas, em contraste com a sua cobertura de colmo. Segundo Pinho Leal em «Portugal Antigo e Moderno», o seu nome provém da palavra agreste», porque antes se chamou AGRALHEIRA, que no português antigo, significava sítio desabrido, agro, áspero, infértil, etc. Não se sabe ao certo a data da sua fundação ou criação, mas supõe-se já existir no tempo dos Godos. Foi um dos quatro curatos da freguesia de S. Pedro de Ferreiros de Tendais, que chegou a ser concelho durante muitos anos.
A serra de Montemuro, que à Gralheira serve de trono, também tem a sua história. embora haja quem diga que é a serra mais desconhecida de Portugal. Há muita gente que, indevidamente, lhe chama SERRA DA GRALHEIRA, talvez por ser este o nome da freguesia que fica mais no alto.
O seu verdadeiro nome - Serra de Montemuro - parece ter sido motivado por umas muralhas que existiram no cima da serra, nas Portas de Montemuro, que hoje se encontram em ruínas, e que, segundo documentos antigos, foram construídas pelos Lusitanos, quando comandados por Sertório, para assim melhor resistirem às investidas das Legiões de Roma.
Protegidos por essas muralhas, teriam os Lusitanos suportado os ataques Romanos infligindo-lhes tantas derrotas quantos os ataques que estes lhes moveram, sendo apenas vencidos pela traição, que vitimou Sertório, tal como acontecera a Viriato e só assim conseguindo transpor aquelas muralhas inexpugnáveis até então.
Mais tarde, foram também utilizadas por Geraldo o Sem Pavor, no tempo em que foi chefe de salteadores, como atrás ficou dito. Exercia a sua nefasta acção naquele sítio, por ser ponto obrigatório de passagem do Douro para o Paiva, em virtude de, ao tempo, não haver outro transporte que não fosse a pé ou a cavalo, e ser mais perto por ali. Geraldo que conhecia bem o local, ali esperava os viajantes, roubando quem por lá passava.
Foi devido a essas muralhas que antigamente davam à serra o nome de «Monte do Muro», até que mais tarde passou a denominar-se Montemuro. A sua altitude é de cerca de 1383 metros, estando em quinto lugar na ordem decrescente das serras de Portugal.