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Mário Pinheiro - CORTA JACA - Chiquinha Gonzaga-Machado Careca.
Gravação de 1906.
Pepa Delgado -
(Piracicaba, SP. 21-07-1887 ******** Rio de Janeiro, RJ, 11-03-1945)
Maria Pepa Delgado era filha Ana Alves e do toureiro espanhol Lourenço Delgado, que se tornou fotógrafo ao chegar ao Brasil. Em 1902 veio com o pai para o Rio de Janeiro e, aos 15 anos de idade, tornou-se atriz e cantora.
Entre 1902 e 1920, atuou em várias revistas encenadas no Teatro São José, no Rio de Janeiro. Em 1905, gravou para a Casa Edison a cançoneta "O abacate" e o maxixe "Café ideal", ambos da revista "Cá e lá", com música da maestrina Chiquinha Gonzaga. No mesmo ano, gravou "Um samba na Penha", da revista "Avança" e "A recomendação", de Assis Pacheco.
Em 1912, a Columbia lançou discos seus, nos quais se lia em uma das faces: "Atriz brasileira que tem feito sucesso e arrancado (sic) de nosssas platéias as mais ruidosas manifestacoes (sic)". Em algumas dessas gravações, apresentou-se cantando em duetos com Mário Pinheiro, registrando, entre outras, o tango "Vatapá", de Paulino Sacramento. Entre suas gravações, destacam-se ainda a canção "Rasga o coração", de Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense e, principalmente, "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga (com versos de Machado Careca), sua gravação de maior sucesso, ao lado do cantor Mário Pinheiro.
No ano de 1920, casou-se com o oficial do Exército Almerindo Álvaro de Moraes, que era tesoureiro do Clube dos Democráticos, onde se tornara mais conhecido pelo apelido de Lambada. Pepa Delgado muitas vezes saiu integrando a comissão de frente no desfile dos Préstitos da terça-feira gorda. Nesse mesmo ano seguiu com o marido para a cidade de Campos - RJ, onde apresentou-se em teatros.
Entre as muitas peças feitas por Pepa, encontra-se a burleta "Forrobodó", de Luís Peixoto e Carlos Bittencourt, com música de Chiquinha Gonzaga. Nela, interpretava o papel de Rita, atuando ao lado de Cinira Polônio, Cecília Porto e Alfredo Silva, entre outros. O espetáculo, estreado a 11 de junho de 1912, obteve grande sucesso, alcançando um mil e quinhentas apresentações consecutivas, além de ser remontado incontáveis vezes nos anos seguintes.
Foi uma das primeiras pessoas a reconhecer o talento de Vicente Celestino e a ajudá-lo.
Encerrou sua carreira artística em 1924, aos 37 anos de idade. Foi ela quem solicitou a Fred Figner, proprietário da Casa Edison e diretor-geral da Odeon Brasileira, que doasse um terreno em Jacarepaguá para construir o Retiro dos Artistas, situado na Rua dos Artistas, ainda hoje em funcionamento. Faleceu em 11 de março de 1945, aos 58 anos, vítima de hepatite.
Fonte: Cantoras do Brasil.
Postado por Memória da MPB
Neste mundo de miséria
Quem impera é
quem é mais folgazão
É quem sabe cortar jaca
Nos requebros
De suprema, perfeição, perfeição
Ai, ai, como é bom dançar, ai!
Corta-jaca assim, assim, assim
Mexe com o pé
Ai, ai, tem feitiço tem, ai!
Corta meu benzinho assim, assim!
Esta dança buliçosa
Tão dengosa
Que todos querem dançar
Não há ricas baronesas
Nem marquesas
Que não saibam requebrar, requebrar
Ai, ai, como é bom dançar, ai!
Corta-jaca assim, assim, assim
Mexe com o pé
Ai, ai, tem feitiço tem, ai!
Corta meu benzinho assim, assim!
Este passo tem feitiço
Tal ouriço
Faz qualquer homem dançar
Não há velho carrancudo
Nem sisudo
Que não caia em trololó, trololó
Ai, ai, como é bom dançar, ai!
Corta-jaca assim, assim, assim
Mexe com o pé
Ai, ai, tem feitiço tem, ai!
Corta meu benzinho assim, assim!
Quem me vir assim alegre
No Flamengo
Por certo se há de render
Não resiste com certeza
Com certeza
Este jeito de mexer
Ai, ai, como é bom dançar, ai!
Corta-jaca assim, assim, assim
Mexe com o pé
Ai, ai, tem feitiço tem, ai!
Corta meu benzinho assim, assim!
Um flamengo tão gostoso
Tão ruidoso
Vale bem meia-pataca
Dizem todos que na ponta
Só na ponta
Nossa dança corta-jaca, corta-jaca
Ai, ai, como é bom dançar, ai!
Corta-jaca assim, assim, assim
Mexe com o pé
Ai, ai, tem feitiço tem, ai!
Corta meu benzinho assim, assim!