Рет қаралды 21,039
Primeira Pessoa não é uma série de entrevistas. É uma temporada com voz. Voz de quem tem algo para dizer. Voz de quem tem uma mensagem. Voz de quem tem uma história para contar. Como Luisa Sonza, a cantora brasileira que, apesar da tenra idade, já acumula sucesso atrás de sucesso numa carreira que promete ainda ter muito pela frente.
E conta tudo para a objetiva do realizador Marcus Leoni, a testemunha silenciosa que dirige, mas não interfere num discurso direto que se quer honesto, sincero, com cortes, mas sem censura.
Luísa Sonza (23) chegou bem Good Vibesna cena pop brasileira, em 2017. Disse que eraBoa Menina. Acumulou esses dois e outra dezena de hits, incluindo parcerias com Anitta, Thiaguinho, Leo Santana. Quatro anos depois, a cantora regressa, impulsionada do Penhasco, êxito do seu segundo álbum de originais. Intitulado Doce 22, o trabalho chegou às plataformas de streamingmusicais em julho.
“Quanto mais fico madura, eu aceito e me entendo como uma pessoa extremamente intensa.”
O início foi aos 7 anos de idade, quando a cantora ingressou na banda de baile Sol Maior. Aos 17, já era conhecida no KZbin como Rainha dos Covers, pelos vídeos interpretando canções de outros artistas.
Neste episódio de Primeira Pessoa, Luísa conta como vem lidando com os ataques machistas, que cresceram desde que ela se popularizou na internet.
“Obviamente, a mulher sempre encontra o machismo na vida dela. Mas eu provei de um machismo nada velado”, diz Luísa.
Para a artista, Doce 22 é uma ironia aos seus 22 anos, período em que mais sofreu ataques virtuais à sua vida pessoal. "O álbum começa falando as 3 palavras que mais escutei nesses 5 anos: puta, vagabunda interesseira. Eu resolvi pegá-las pra mim, me apoderar delas e colocá-las no meu álbum. E ganhar dinheiro com elas", ri.
"Eram milhões falando o que pensam de todas as mulheres. Escrevendo e comentando. Então, me deparei com o feminismo e me agarrei. Porque se eu escutasse tudo que a sociedade estava falando de mim e acreditasse naquilo, não faria sentido estar em lugar nenhum na Terra”, conta.
Luísa cresceu no Brasil, no interior do Rio Grande do Sul, na pequena cidade de Tuparendi. Filha do agricultor Cezar Luiz Sonza e da professora Eliane Gerloff.
“Amo ser brasileira, tudo me inspira aqui. Por isso me entristece ter um governo, um desgoverno. Dói ver os museus queimando. Nossa história sendo apagada. Espero que as pessoas que compactuam com isso enxerguem o absurdo"
“Nossa natureza está sendo queimada. Tudo que temos de mais precioso está sendo queimado”, lamenta.
Direção: Marcus Leoni
Montagem: Renata Willig
Siga a GQ Portugal
Facebook - / gqportugal
Instagram - bit.ly/2MPgd8A