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O ônibus Flxible, estiveram presentes no Brasil em pequena quantidade, quando chegaram importados diretamente dos EUA pela Expresso Brasileiro, foi um dos modelos mais marcantes na história do transporte no Brasil. Era década de 50 e no Brasil, o transporte rodoviário de passageiros encontrava-se em fase de grande crescimento para atender a volumosa demanda que surgia, neste contexto várias empresas e fabricantes se desdobravam para construir e oferecer o melhor transporte para os passageiros.
A Expresso Brasileiro tinha uma tradicional rivalidade com a Viação Cometa, as duas empresas, em busca de oferecer um serviço diferenciado para atrair clientes viam nos ônibus importados, principalmente nos modelos GM americanos, a oportunidade de dar o luxo e o conforto que ainda não estavam disponíveis nos ônibus fabricados no Brasil.
Em 1954, a Cometa importou dos Estados Unidos 30 modelos dos recém lançados, lendários GM PD 4104, que aqui ficaram conhecidos como morubixaba.
A Expresso Brasileiro, não podia ficar atrás e tinha de apresentar um ônibus diferenciado, ainda não encontrado na indústria nacional. Assim, em 1956, importou depois de um altíssimo investimento, 30 ônibus da fabricante americana Flxible, modelo VL-100, com vidros Ray-ban, carroceria em dois níveis e motor Detroit Diesel modelo 6V-71, o mesmo usado no GM PD da Cometa.
Porém, a importação, que seria um grande sonho foi um grande problema no início, esses ônibus ficaram quase 3 anos retidos na Alfândega, várias restrições, tributos e encargos eram criados justamente para desestimular as importações.
Vencida a barreira alfandegária, os VL-100 foram liberados para a Expresso Brasileiro, que logicamente os colocou na linha Rio-São Paulo, investindo pesado em propagandas, passou a chama-
O Flxible VL 100 tinha todas as inovações esperadas de um ônibus na época, afinal era recém lançado na américa do norte, era construído em alumínio, tinha um design marcante com o teto e o piso em dois níveis, capacidade para 41 passageiros e ar condicionado, o motor era um Detroit diesel de dois tempos (GM Marítimo) modelo de seis cilindros em V, que totalizava 7,2 litros, montado na transversal e com potência que rendia 211 cavalos, associado a um câmbio mecânico de 5 marchas, originalmente, os Flxible tinham motor Cummins, mas a troca teria sido um pedido da Expresso Brasileiro, provavelmente para se igualar aos GM PD importados pela Cometa.
Tanto o GM da Cometa, quanto o VL-100 da Expresso Brasileiro marcaram o acirramento da concorrência entre as duas empresas, mas devido à restrição às importações que já tinham sido impostas pela política de incentivo à indústria nacional de Juscelino Kubitschek, trazer novos ônibus tornou-se impraticável. E não houve continuação nas importações.
A Cometa, no entanto, queria manter o padrão para ficar a frente das concorrentes, a solução foi abrir parcerias com empresas nacionais nos anos 60, como a encarroçadora Striulli, e depois a Ciferal, nas mãos da qual surgiriam o modelo Dinossauro.
Os Diplomatas da Expesso brasileiro circularam na rota Rio-São Paulo até aproximadamente 1967, quando a frota restante foi vendida para a empresa de fretamento Breda, de São Bernardo do Campo, os veículos então foram pintados nas cores da Breda, azul e vermelho, mas mantinham o fundo de tom alumínio, preservando o requinte especial da época da Expresso Brasileiro, e receberam suspensão a ar da Scania.
Assim como os GM da Cometa, o Flxible também inspirou alguns modelos brasileiros, um deles, por exemplo, foi o modelo criado pela CRIB, outro exemplo foi a striulli, que chegou a desenvolver um protótipo com teto em dois níveis, na época em que também desenvolvia os modelos baseado no GM.
A principal inspiração porém, foi para a Nielson, que em 1961 lançou seu primeiro Diplomada, que pelas próximas décadas seria o sucesso da marca, era um modelo rodoviário, com teto em dois níveis, até o nome diplomata foi utilizado, montado inicialmente sobre chassis Mercedes, más logo sobre os Scania e outros.
Os últimos ônibus VL100 começavam a se aposentar no Brasil entre 1977 e 1981, pois para a tristeza dos busólogos muitos já tinham sido desmontados porque a manutenção ficava cara devido às dificuldades de importação das peças ou fabricação de componentes similares nacionais.
Das pouquíssimas unidades restantes, algumas foram restauradas por colecionadores, e mesmo se passando tanto tempo, ainda é um ônibus muito lembrado e referenciado por sua icônica participação na história do transporte rodoviário de passageiros no Brasil.
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