Qual a diferença entre beatificação e a canonização?

Qual a diferença entre beatificação e a canonização?
O que é ser Beato e o que é ser Santo
O Papa Bento XVI dizia sobre a santidade. "A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade"
A beatificação e a canonização são atos da Igreja Católica que declaram que uma pessoa falecida levou uma vida santa.
Os beatos e santos são exemplos de homens e mulheres que viveram uma vida que se pode imitar porque ao longo da sua vida praticaram as virtudes em grau heroico.
Por seu testemunho de vida e pelo exemplo que nos deixaram, pode tocar os corações e pelo modelo de vida acontecer transformação no coração das pessoas".
As honras para os santos podem se traduzir atraves de festas e missas realizadas em seu nome, bem como imagens e relíquias expostas para inspirar os fiéis.
O processo de beatificação e canonização mudou muito nos últimos séculos.
Houve uma abertura da Igreja para estas questões com o Papa João Paulo II, o Papa que mais beatificou (1338 pessoas) e canonizou (482 santos).
Ele deu autonomia para que as arquidioceses iniciassem esse trabalho.
"Anteriormente isso tudo era feito por Roma. Com essa abertura, o processo tornou-se mais flexível".
Hoje para iniciar um processo de beatificação e canonização tem que ter transcorrido no mínimo 5 anos após a morte do candidato e o inicio da investigação .
O atual Papa Francisco, retomou a ideia de João Paulo II, e as arquidioceses passaram a ouvir mais o pedido do povo por pessoas que sejam exemplos de virtude.
O primeiro passo para um pedido de beatificação é necessário que haja um clamor popular. Que o candidato a santidade tenha tocado o coração das pessoas através de sua vida, dos seus atos e de suas realizações e a partir dai é feito a coletada de assinaturas ,não havendo um número mínimo mas é importante demonstrar o apoio da sociedade".
Após esse apelo público, a Diocese abre a causa, e institui uma equipe que passará a investigar as "virtudes heroicas e a vida de santidade" do proposto beato. Paralelamente, a equipe de trabalho continua a busca por mais informações sobre a vida de santidade do candidato a beato através de entrevistas.
Após este levantamento inicial, a documentação é encaminhada para o Dicastério para as Causas dos Santos que pode dar parecer positivo ou negativo para a abertura do processo.
Caso seja positivo, o Vaticano emite o "Nihil Obstat", um documento que informa que não há nada que impeça a abertura oficial do processo de beatificação quando o candidato passa a ser considerado "Servo de Deus".
Então uma oração é composta para a sua pessoa , e através desta oração que deve ser rezada pedindo a graça da beatificação e a partir daí que a Igreja passa a considerar o surgimento do primeiro milagre .
Muitas pessoas confundem beatificação com canonização e tem dúvidas como se dão estes processos.
Do ponto de vista histórico, o termo «canonização» foi utilizado pela primeira vez pelo Papa Alexandre III em 1171; ao passo que a diferença entre beato e santo foi formalizada pelo Papa Sisto IV em 1483.
Para ser canonizado, ou seja, tornar-se santo, é preciso antes ter sido beatificado.
Após um longo inquérito, o papa autoriza a beatificação, quando a pessoa recém-beatificada passa a ser chamada de "bem-aventurada".
A partir daí o beato pode ser venerado por uma comunidade, que pode ser religiosa ou mesmo de até mesmo por pessoas de uma diocese até do seu proprio país.
E as pessoas da área identificadas com o beatificado são autorizadas a realizar ações limitadas em nome do bem-aventurado.
A canonização é um decreto em que o Papa anunciou que uma pessoa se qualificou para a santificação.
Para tornar-se santo, um novo processo é iniciado,e além do milagre da beatificação é preciso a comprovação científica de um novo milagre
- que ocorre devido à intercessão da pessoa, que é visto como a confirmação de Deus da santidade do candidato.
O decreto declara publicamente que o candidato é santo e está no céu com Deus.
E que sua santidade é reconhecida por toda a Igreja, podendo ser venerado em qualquer lugar da Igreja Católica e nela recebe honras que incluem liturgias específicas realizadas em seu nome. Também pode ter igrejas dedicadas em nome do santo.
Esta processo pode levar vários anos, dependendo do segundo milagre acontecer.Um exemplo é o do Padre José de Anchieta, canonizado em abril de 2014, após um processo de mais 400 anos.
Devemos lembrar que os santos não se santificaram com um determinado ato heroico isolado, mas antes pela fidelidade com que procuraram cumprir no dia a dia a vontade de Deus através dos pequenos deveres cotidianos.
A santidade consiste, não tanto em fazer coisas extraordinárias, mas no fazer de maneira extraordinária as coisas ordinárias da vida de cada dia.
Para nós católicos, os santos são pessoas especiais que continuam intercedendo por nós diante de Deus.