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Resposta da Adaga de Ésse
Gildo de Freitas
(Abre o olho aí, nanico que aí vou indo eu)
Qualquer lata enferrujada
Se enche de pedregulho
Se solta ladeira abaixo
Ela também faz barulho
Só comigo tu não faz
Que eu não vou no teu embrulho
Eu não arroto grandeza
Sou o cantor da pobreza
E tenho raiva de orgulho
Tu és gaúcho fingido
Eu já te conheço bem
Tu diz que faz, mas não faz
Tu diz que tem, mas não tem
Tu diz que brigas com dez
Tu não brigas com ninguém
Eu tenho de pouca fé
Tu diz que és guapo e não é
Tu diz que vem e não vem
(E é melhor tu ficar caladinho, não é nanico?
Tu anda meio enferrujado, rapaz)
Colega seu te comprar
Pelo teu preço real
E vender pelo que pensa
Tua fraqueza mental
Que vale cem vezes mais
Eu arrumo o capital
Depois se termina o choro
Vendendo a preço de ouro
E comprando por metal
(Aí vem a parte lucrativa, mas não é nada nanico)
Com isso eu não perdo tempo
Eu quero é judiar de ti
Quando estiveres num circo
Não vai faltar o guri
Que grite assim desse jeito
Nanico escapa daqui
Enquanto tu tem saúde
Que aqui não tem quem te ajude
E o Gildo vem vindo aí
(Hahá, eu tô chegando)
É assim que eu faço gato
Atravessar o banhado
Perder o medo da áugua
E cruzar o rio a nado
E se ele tiver sorte
De não morrer afogado
Eu vou dar uma de lontra
Quando ele sair me encontra
Esperando do outro lado
(Volta pra trás com essa adaga, nanico vai vendê isso)