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A integração ou processamento sensorial vai além dos 5 sentidos sensoriais que todos conhecemos: tato, visão, audição, paladar e olfato. Eles são complementados principalmente pelo sentido de posição do corpo, movimento, equilíbrio e bem estar interno.
O modo como nosso corpo processa e integra essas informações geralmente é bem coordenado para a maioria das pessoas e naturalmente muito complexo. Todas as pessoas têm preferências sensoriais. Algumas pessoas vão amar música alta e outras não vão suportar a sensação de uma etiqueta da roupa tocando o próprio corpo. Diferentes experiências sensoriais significam então diferentes formas de experimentar o mundo.
Na disfunção de integração sensorial, ou transtorno de processamento sensorial, há dificuldades específicas em detectar, ajustar, interpretar e organizar os estímulos sensoriais. Isso gera desafios expressivos na participação da pessoa em suas atividades de rotina, como problemas no sono, de comportamento e relações interpessoais.
Essas dificuldades podem afetar inclusive o planejamento motor das pessoas. Uma pessoa pode ter dificuldades em saber o que fazer diante uma demanda não familiar e como fazer em uma escala menor de dificuldade, por exemplo. Às vezes uma criança vai até realizar uma ação motora, mas ela faz de uma forma muito mais difícil, que gasta muito mais energia do que geralmente seria apropriado.
Como identificar e endereçar esses desafios e dificuldades sensoriais? A avaliação minuciosa por um terapeuta ocupacional qualificado em integração sensorial é um ponto de partida fundamental. Esses problemas podem envolver a percepção sensorial, afetando principalmente o planejamento motor e também a modulação sensorial, que vai afetar de modo mais importante o comportamento das pessoas.
Uma criança pode não perceber que é incomum achar a escola um lugar difícil de frequentar, pois quando a professora ensina algo, o cérebro da criança fica sobrecarregado e por isso ela não desenvolve interesse em continuar indo para a escola. Um adolescente que não percebe tão bem sensações como toque e som pode ser percebido como despreocupado, passivo em excesso e isso gera bullying dentro do seu grupo de contato, dificultando a interação com os colegas. Essas são só algumas das ilustrações práticas de dificuldades sensoriais.
Quando consideramos o espectro autista, no mínimo 3/4 das pessoas são afetadas pela disfunção da integração sensorial. Alguns autores discorrem que até 90% das pessoas têm essas dificuldades. Por isso, é importante garantir acesso a uma avaliação especializada com o terapeuta ocupacional desde muito cedo, assim garantindo mais qualidade de vida e bem estar para as pessoas autistas.
Estamos falando de um diagnóstico de exclusão, que não ocorre exclusivamente no autismo. Na verdade, a maioria das pessoas com disfunção de integração sensorial não são autistas.
Diferenças não identificadas no processamento sensorial causam um tremendo impacto no desenvolvimento desde muito cedo e também alteram a qualidade de vida. Ambientes sensorialmente acessíveis promovem inclusão e participação social especialmente para essas pessoas. Atualmente, os aeroportos têm desenvolvido salas sensoriais. Também existem cinemas, consultórios médicos e odontológicos, etc., que buscam proporcionar mais conforto para essas pessoas.
Lembre-se que um olhar especializado diante de qualquer atraso no desenvolvimento é essencial. O valor da intervenção precoce é imensurável e não podemos subestimá-lo. Procure um profissional especialista em desenvolvimento humano e intervenção precoce sempre que qualquer olhar diferenciado estiver presente em relação a todos os pontos de desenvolvimento de uma criança.