Nunca tinha ouvido falar sobre antes. Sobre o que seria?

Essa pergunta é excelente. Como expliquei no vídeo, temos várias óticas para calcular PIB. Essas óticas são equivalentes sob algumas premissas: economia fechada e sem formação de estoques. O seu exemplo quebra uma dessas premissas, e é aí que reside sua dúvida. Independente, tomemos uma das óticas para avaliarmos nosso PIB: a mais fácil de se avaliar é sempre a ótica da renda. O PIB será sempre a soma das rendas advindas da atividade produtora interna do país. Assim sendo, no primeiro ano produzimos ouro avaliado em 1000. Se esse ouro tivesse sido vendido, ao somarmos todas as rendas (salários de todos os funcionários da cadeia + lucros das empresas da cadeia) teríamos um PIB de 1000. Como o ouro não foi vendido, mas estocado, o lucro do produtor de ouro não foi realizado e, portanto, não pode ser incorporado ao PIB do período (apenas incorporam-se os salários dos demais integrantes da cadeia). Sendo assim, o PIB do primeiro período seria menor que 1000 e maior que 0. O PIB do segundo período seria também a soma dos salários e dos lucros. Note que aqui, o lucro da valorização será incluso, mas apenas ele, já que os salários do período anterior já foram contabilizados. Nesse sentido, caso a produtora venda agora todo seu ouro (produção do ano + estoques) o PIB será 2000 + os lucros com a venda da produção passada. Podemos estender essa mesma lógica para outras óticas. Que tal você tentar responder sua própria pergunta agora com a ótica do valor adicionado. Responde aqui abaixo! Abraços.

@@EconomistadoBem Professor obrigado pela explicação. Ainda estou na fase inicial dos estudos, mas a disciplina e o conteúdo são fascinantes... espero que a disciplina que estou iniciando (e claro um pouco mais de aprofundamento nos estudos) me auxiliem a responder a questão (e se algum dia tiver êxito, espero que se transforme num artigo científico... quem sabe). Abraços

@@JosivanMsa Olá, Josivan. Estive lendo um pouco mais sobre a sua questão e encontrei que Froyen (1999) sugere uma correção ao nosso cálculo: a medida deve contemplar apenas a produção do período. Assim, estoques passados não entram na conta do PIB corrente. Froyen sugere que devemos assumir que esses bens estocados sejam considerados vendidos no período ao nível de preços do período e as vendas desse estoque sejam desconsideradas no período subsequente. Outro ponto levantado pela literatura é o de Parkin (2008) de que sempre devemos avaliar se queremos calcular o PIB nominal ou o PIB real, já que para o PIB real o nível de preços seria fixado para algum período, descontando assim do cálculo a infração. Espero ter ajudado. Forte abraço.

@@EconomistadoBem obrigado professor. Vou tentar localizar esse autor, pois o assunto é muito interessante. Professor, aproveitando o momento, deixo a sugestão para uma aula/vídeo sobre a divida publica, pois esse é um tema que nos deixa com muitas dúvidas (distinção entre dividas pessoais e divida publica, objetivo real: quitação da divida ou apenas rolagem; como paises como EUA e Japão (e principalmente este) conseguem conviver com uma dívida muito acima do PIB deles; e quais as consequências se o Brasil um dia ultrapassar os 100% também etc)

Porque não aumenta o consumo real nem diminui o desemprego real nem também compensa com arrecadação futura. Em Macroeconomia Básica entende-se que a política monetária é neutra. Isso significa que quaisquer ganhos líquidos de curto prazo são mais que compensados pela pobreza gerada no aumento de preços. Emissão monetária está mais pra origem dos problemas sociais que para a solução.

Você tá supondo que a economia funciona da maneira como se aprende em macroeconomia 1, quando não se tem nem 6 meses de graduação. Se a gente estivesse próximo da capacidade produtiva da economia você poderia tentar argumentar assim. A realidade histórica mostra que inflação não é essa lei sagrada que o folclore liberal defende. A gente sabe bem a quais interesses servem essas ""tecnicidades de Macroeconomia Básica".

@@ThePedroBarboza A realidade histórica mostra exatamente que inflação é essa lei sagrada. Não se trata de um folclore liberal, apenas de conhecimento científico livre de contaminação ideológica. Não é porque não se alinha com seu viés político que é liberal e não é porque você não concorda com isso que é folclore. Infelizmente, a verdade é dada e está entregue. Caso queira tirar dúvidas ou recomendações de materiais de estudo na fronteira do conhecimento econômico contemporâneo, estou à disposição. O intuito desse ambiente é de aprendizado e não de debate raso.

Vou comentar parágrafo por parágrafo. Vamos lá: "Você tem que entender que, imprimir moeda nem sempre tem relação a curto prazo com relação com a inflação, mas de utiliza-la como fonte na geração de empregos por meio de infraestruturas, investimentos em ciência e tecnologia pelo qual a iniciativa privada não faz." Imprimir dinheiro não é consequência de processos inflacionários, mas a causa. É uma possibilidade financiar o Tesouro Nacional via expansão da base monetária para realização de investimentos públicos, mas a consequência primordial disto é a deterioração do poder de compra dos trabalhadores pelos processos inflacionários heterogêneos que serão desencadeados. Não entro no juízo de valor quanto a prática, se deve ou não deve ser feita, apenas descrevo uma relação causal objetiva, absoluta e inegável. Qualquer discurso que relativize as consequências da expansão monetária advém de malabarismo econômico desenvolvido por gente oportunista. "A inflação como fenômeno demanda tem seu aspecto positivo, na medida que sinaliza economia aquecida para o investidor privado ter a segurança necessária para realiza-lo tal investimento no setor produtivo." A única sinalização que a inflação dá a qualquer agente econômico é a de que a moeda corrente está perdendo seu valor relativo. Para investidores, apenas significa que investimentos precisarão ter taxas de retorno maiores para compensar as perdas no poder de compra. "O problema não está na inflação de demanda, mas na de custos, principalmente em países de capitalismo periférico, onde a transferência de valor para os países centrais e abundante e constante." Capitalismo periférico e capitalismo central são conceitos cepalinos. Aqui é onde a sua análise evidencia viés político. A Teoria Cepalina não só está errada em seu corpo como também foi a fonte causadora dos males econômicos da América Latina como um todo, sendo a inflação apenas um desses males. Posso desenvolver uma aula com materiais para postar aqui sobre essa teoria econômica e suas falhas fundamentais já bastante conhecidas e estabelecidas, mas tenho tido pouco tempo livre. Assim que defender minha tese eu desenvolvo o material. "Se trata de um problema estrutural que nada tem a ver com a questão de expansão da demanda, mas pela falta de dólar. "A demanda implica em inflação quando não há capacidade instalada de produção ociosa, e quando ocorre, pode sinalizar aquecimento da economia. A inflação de demanda está inseparável da uma economia de pleno emprego, emissão de dinheiro está associado à estrutura do sistema capitalista." Aqui temos um problema conceitual: a definição de inflação. Como expliquei no vídeo, não é qualquer aumento de preços que pode ser chamado de inflação. Inflação é um aumento gradativo, constante e consistente dos preços. Problemas de restrição de oferta por ausência de capacidade instalada, por exemplo, são um choque real. Inflação é em todos os lugares e em todos os períodos de tempo, um fenômeno monetário que justamente acontece quando a expansão da base monetária não acompanha a expansão dos mercados. Espero ter ajudado. Caso tenha mais dúvidas, sinta-se livre para perguntar. 🦊

Não desisti, mas estou ocupado demais com meu mestrado. Terminando os programas a programação volta.

@@EconomistadoBem vou te apresentar para a galera da faculdade. Conteúdo rico, didático e direto.

@@victoraugusto650 Muito obrigado! Terminando o mestrado na USP devo trazer o conteúdo do mestrado aqui mais simplificado. Pode ser interessante!

Eu não escrevi ou concordei com o que está escrito na Constituição Federal. Fico feliz que o que consta lá coincide com o que você define como educação de qualidade. Por favor não emule sua opinião em todas as pessoas que existem. Ainda não vivemos um autoritarismo. Além do mais, estar constado em um pedaço de papel não torna uma opinião uma verdade absoluta. E este pedaço de papel chamar Constituição Federal não torna essa opinião uma virtude.

Muito obrigado! 🤗

Precisamente!

@@EconomistadoBem Excelente canal cara, parabéns.